sexta-feira, 31 de maio de 2013

Vai, Victor, a Vitória é tua.Tchau,Tijuana! Parabéns, Galo, mas abre o olho!


 
Eu assisti atentamente ao jogo da noite histórica que foi o 30 de maio em que o Atlético Mineiro passou um dos piores sufocos de sua trajetória mais que centenária, viveu talvez uma emoção equivalente ao instante do rebaixamento para a Segundo Divisão. Eu torcia levemente para os mexicanos porque ainda ando com o Ronaldinho meio atravessado na garganta, não engoli aquela desfeita que fez ao nosso Mengão numa crise que parece sem fim. E quando Ronaldinho cobrou aquela falta para a bola pentear o cabelo de todas as cabeças da zaga do Tijuana e cair magicamente nos pés de Réver no segundo pau, vi que com aquele gol o time estava numa noite de sorte, não de merecimento. O cruzamento na cobrança de falta foi mágico ou foi sorte? Ronaldinho, mais ou menos quase na mesma posição de onde fez aquele gol antológico contra a Inglaterra na Copa de 2002, estava inspirado ou a zaga falhou ao não perceber o suave pombo sem asa na balística da pelota? E detalhe: o juiz parece que inverteu a falta. Entendeu que o defensor mexicano, ao tentar cabecear,  se atirou sobre o atacante atleticano, quando na verdade vi que este não só não saiu do chão, como ainda se inclinou, aplicando uma clássica cama de gato. Bem, deu ou não falta invertida e deu no que deu.
 
 Fora isso, Ronaldinho sumiu ontem no Horto da Grande BH. O Tijuana mandou no jogo, foi melhor quase o tempo todo. Mandou paulada no travessão e tudo mais. Não merecia perder, mas mereceu. Não merecia nem estar na Libertadores porque o clube pertence a outra associação, é um alienígena. Mas mostrou um belíssimo futebol.
 
 Mas mesmo com a espinha atravessada na garganta, curti, aplaudi e sorri em ver a dor total de uma torcida apaixonada se transformar na alegria total quando, na cobrança do pênalti aos 48 do segundo tempo,  o goleiro Victor pulou para longe da bola, mas pulou com tanto impeto que nem teve aquela chance de defender com um último esforço da perna ou do pé. A bola simplesmente bateu com força estúpida na ponta do pé de um goleiro já totalmente na horizontal, corpo no ar. Bateu e espirrou para longe.
 
A classificação inédita do Atlético Mineiro para uma semifinal da Taça Libertadores encerra várias lições para o clube e para o futebol brasileiro. Para o Atlético, uma sandalinha da humildade é fundamental agora que vai para a fase realmente mais complicada. Com o que jogou ontem, não deve nem sonhar em título. E o pior, o Atlético vai parar, todo o futebol brasileiro vai parar por causa dos 15 dias de Copa das Confederações a partir de 15 de junho. Ou seja, o Atlético vai ficar sem ritmo de jogo. E vai pegar os Old Boy, os meninos de Rosário tinindo. Como a Argentina não está nas Confederações, o futebol lá não vai parar. E os Boys são fogo na roupa, como demonstraram na eliminação do tradicionalíssimo Boca. Os Boys têm larga experiência em jogos dramáticos, em Libertadores. É um clube de elite do futebol de raça total, de qualidade total.
 
A lição para todo o futebol brasileiro nesta Libertadores é que o nosso país já é o grande derrotado, reflexo da péssimo momento dos nossos treinadores, quase todos ultrapassados. Na Europa, nos últimos 20 anos, importaram tudo, nossos craques e melhores técnicos. Mas hoje só quem os nosos jogadores. Scolari, Luxemburgo e Parreira, ninguém lá no Velho Continente quer nem de graça.
 
 Resumindo, temos bons jogadores, talentos excepcionais surgindo aqui e ali. Mas rola impunidade para os incompetentes. Ou seja, quanto mais os nossos treinadores fazem bobagem, mais são premiados. Eles botam cláusulas, não apostam no próprio sucesso. Vivem de um passado remoto, sim, glórias tiveram, mas hoje não levam a lugar nenhum. O Brasil está mal ranqueado. O Corinthians, recém-eliminado, é uma exceção pelo título em Tóquio, sua torcida fundamental no Japão. Mas também não anda lá essas coisas. Mereceu cair. Fluzão não jogou nada, decadentésimo, mereceu dançar. São Paulo, idem.  Resta apenas  uma dúvida: Quem tem o pior elenco hoje? Meu Mengão ou o seu Vascão? Minha/nossa única missão em 2013 é não cair.
 
Parabéns, Galo! Mas abre o olho, que nas semifinais não tem galinha ciscando no teu terreiro não! A barra pesada está só começando.
 
Por Alfredo Herkenhoff, Correio da Lapa, Rio de Janeiro, 31 de maio de 2013. 

 
 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

terça-feira, 28 de maio de 2013

Tia de Angelina Jolie morre de câncer da mama


DEU NO THE NEW YORK TIMES
 
Tia de Angelina Jolie morre de câncer da mama

By ADAM W. KEPLER


Menos de duas semanas depois de Angelina Jolie descreveu, em um artigo no New York Times, sua decisão defazer uma mastectomia dupla para evitar câncer de mama, sua tia Debbie Martin morreu da doença em Escondido, na Califórnia, informou a Associated press. Ela tinha 61 anos e morreu no domingo.

Debbie Martin era a irmã mais nova da mãe de Jolie, Marcheline Bertrand, que morreu de câncer de ovário em 2007. Ms. Jolie escreveu no The Times em 14 de maio que era a morte da mãe e a presença de um gene defeituoso BRCA1, que aumenta o seu risco de desenvolver câncer de mama e câncer de ovário, que a levaram a uma cirurgia preventiva.

Ron Martin, marido da Sra. Martin, confirmou à AP que ela também tinha o gene BRCA1, mas não estava ciente até depois de seu diagnóstico de câncer 2004. "Se soubéssemos, certamente ela teria feito exatamente o que Angelina fez", disse ele.

Ele acrescentou que, depois de saber que tinha câncer de mama, sua esposa removeu o ovário porque, como várias outras mulheres de sua família, ela tinha um alto risco genético para câncer nesta região.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Bin Laden Baby Boom! A islamofobia chegou

TERRORISTA DE FACA NA MÃO DISCURSANDO DEPOIS DO ATENTADO AO SOLDADO
 
BIN LADEN BABY BOOM?

Especulando: as bombas de Boston numa data patriótica americana denotam mais que uma ação de terror individual ou de família, perpetrada que foi por dois irmãos chechenos. Com os dois atentados de ontem, em Londres e Orlando, Florida, já penso numa Al Qaeda Juvenil, uma Al Aqaedinha

Ontem, quase ao mesmo tempo em que na Florida era morto um muçulmano que atacava a polícia, e este muçulmano era amigo de Tsarnaev (aquele checheno morto e irmão do que foi preso pelo crime em Boston), em Londres outro muçulmano matava um soldado britânco que havia servido no Afeganistão.
...

Não importam as nacionalidades desses jovens radicais do fundamentalismo . Se checheno, nigeriano ou paquistanês. Parece, pelas datas e momentos dos ataques, haver uma articulação maior por trás desses jovens.

Em 2011, aniversário de dez anos do terror das Torres Gêmeas, ou melhor no dia 12 de setembro de 2011, três americanos foram mortos num apartamento perto de Boston. A polícia investigava o possível envolvimento de cara que morreu na Florida, o tal do Todashev. Este muçulmano era amigo de Tsarnaev; Agora os americanos investigam se há DNA do terrorista de Boston na cena do triplo homicídio.
Meu palpite é que há.

E mais... Se o crime na manhã de ontem na Flórida ocorreu horas antes do crime de Londres, é possível que os nigerianos radicais tenham recebido a ordem para esfaquear o soldado Rigby na capital inglesa. Se o crime na tarde de Londres ocorreu momentos antes da visita do FBI à casa do Todashev na Flórida, é possível que este checheno tenha recebido a ordem para tentar esfaquear os interrogadores. 

 Não sei os horários exatos dos ataques a faca de ontem, não sei os reais motivos, mas tá na cara que é terror religioso.

 E na Europa cresce a sensação de que, no estilo do imediato pós 11 de setembro, errar é humano, matar ou morrer é muçulmano.  A islamofobia chegou, trazida de propósito por meia dúzia de jovens fundamentalistas: Bin Laden Baby Boom!
 
(Por Alfredo Herkenhoff)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Grêmio caiu da Libertadores por um conjunto de falhas

O Grêmio caiu na Libertadores, despencou por um conjunto de falhas, mas basicamente despencou da altura permitida pela Fifa, Bogotá está a mais de 2 mil 500 metros acima do mar. De qualquer forma, confesso que gostei da eliminação. Tenho um...a pinimba de torcedor contra o belo clube gaúcho, pelos anos 90 quando estes tricolores infligiram alguns revezes ao meu Mengão, em boa parte por uma conjunção de fatores, Mengo numa fase ruim, Grêmio na fase boa, e juízes costumam errar mais a favor dos times em fase boa. Mas não fosse o goleiro Dida ontem à noite, a vitória do Santa Fé teria sido ampla. O gremista Vargas perdeu um gol incrível a dois minutos do fim. E o chileno Barcos está de malas prontas para o Napoli, detentor de seu passe... E o treinador Luxemburgo, bem, boto no mesmo barco do Scolari, bananeira que já deu cacho. O futebol evoluiu, os dois, não, apenas se tornaram ainda mais arrogantes. Há ainda quem lhes permite régia remuneração. Eu os desprezo. E temo pelo Brasil nas Copa das Confederações. Quero queimar a língua, vou torcer apaixonadamente por Neymar e Huck (estes dois garantiram que a nossa Seleção Olímpica ganhasse prata em Londres com um trabalho do Mano Menezes que começava a frutificar, dar cara ao elenco), mas sem o Ramires vejo a Seleção sem um jogador tipo talismã. Duvido que se o Grêmio tivesse ontem um Ramires no lugar de Fernando (que foi convocado pra jogar na frente da zaga da Seleção) o Santa Fé encontraria a facilidade que encontrou. Com Ramires não tem altitude, tem atitude. Ele foi pedreiro até a adolescência tardia. O jogo ontem foi uma pedreira anunciada. A Copa das Confederações será ainda uma pedreira mais pesada. Leve como aqueles cachorros magros que apostam corrida em Londres e Miami, Ramires nos fará falta, como fez no único jogo em que não atuou na Copa da Africa do Sul, justo a quinta partida, quando fomos eliminados pelos holandeses. Com Ramires no Chelsea, até o Barcelona de Messi chorou na Champions League...

(Devo ter escrito muita bobagem, mas é o que penso, o que recordo e o que temo... Por Alfredo Herkenhoff)

terça-feira, 14 de maio de 2013

Íntegra do artigo de Angelina Jolie no The New York Times


Minha opção médica
 

Por Angelina Jolie *



(Artigo publicado em 14 de maio de 2013 no jornal The New York Times,
 tradução de Alfredo Herkenhoff)


Minha mãe lutou contra o câncer por quase uma década e morreu aos 56 anos de idade. Ela teve tempo suficiente para curtir o primeiro de seus netos, pôde embalá-lo em seus braços. Mas meus outros filhos nunca terão a chance de conhecê-la e saber quão bela e amorosa ela foi.

 Em casa com as crianças falamos muito da “mãe da mamãe”, e volta e meia eu tento explicar a doença que a tirou de nós.  Meus filhos me perguntaram se a mesma coisa poderia acontecer comigo. Eu sempre disse a eles que não se preocupassem, mas a verdade é que eu tenho um gene "defeituoso" chamado BRCA1, que aumenta terrivelmente o risco de desenvolver câncer de mama e câncer de ovário.

Meus médicos estimaram que eu tinha 87% de chance de ter câncer de mama e 50% de ovário, embora o risco varie de mulher a mulher.
 
Apenas uma fração dos casos de câncer de mama resulta de uma mutação genética herdada. Pessoas  com um defeito no gene BRCA1 têm  65% de chance de contrair a doença.
 
Assim que eu soube que esse era o meu caso,  decidi ser proativa e minimizar o risco da forma mais radical possível. Tomei a decisão de fazer preventivamente a dupla mastectomia. Comecei pelos seios porque a chance de câncer de mama era maior do que a de câncer de ovário, e a cirurgia é mais complexa.

Em 27 de abril,  terminei os três meses de procedimentos médicos que as mastectomias exigem. Nesse período, pude manter tudo isso em segredo e continuei trabalhando.

Mas estou escrevendo sobre isso agora porque espero que outras mulheres possam se beneficiar da minha experiência. Câncer ainda é uma palavra que provoca medo nas pessoas, produzindo um sentimento terrível de impotência. Mas hoje é possível descobrir com um exame de sangue se você é muito  suscetível a a contrair o câncer de mama e ovário, e assim começar a enfrentar o risco.

No meu caso, tudo começou em 2 de fevereiro, com um procedimento chamado “atraso de mamilo”, que tira a  doença nos ductos mamários atrás do mamilo e leva um fluxo extra de sangue para a área. Isso provoca  um pouco de dor e vários hematomas, mas aumenta a chance de salvar o mamilo.

Duas semanas depois, fiz uma grande  cirurgia com retirada do tecido mamário e com enchimentos temporários. A operação pode demorar oito horas. Você acorda com tubos de drenagem e expansores em seus seios. Parece uma cena de filme de ficção científica. Mas dias depois da cirurgia, você pode voltar a levar uma vida normal.

Nove semanas depois,  a operação final é completada com a reconstrução dos seios, com um implante. Houve muitos avanços neste campo nos últimos anos, e os resultados podem ser até bonitos.

Eu quis escrever  sobre isso para dizer a outras mulheres que a decisão de fazer uma mastectomia não foi fácil. Mas o fato é que  estou muito feliz por ter feito. Minha chance de desenvolver câncer de mama caiu de 87% para menos de 5%. Posso dizer a meus filhos que eles não precisam ter medo de me perder por causa de câncer de mama.

É reconfortante saber que meus filhos não vão ver nada que os deixe constrangidos. Eles podem ver as minhas pequenas cicatrizes, e é só isso. O resto é apenas oi, mamãe, é o de sempre. E meus filhos sabem que eu os amo e que farei qualquer coisa para estar com eles o maior tempo  possível. Em caráter pessoal,  eu me sinto apenas uma mulher, poderosa sim porque fiz uma escolha pesada, mas que não diminui em nada a minha feminilidade.

Tenho a sorte de ter um parceirão, o Brad Pitt, que é tão amoroso e foi tão solidário. Então, para quem tem uma mulher  ou uma namorada passando por esse problema, saiba que você é uma parte muito importante nesse processo de transição. Brad estava no hospital Pink Lotus Breast Center, onde fui tratada, o tempo todo durante as cirurgias. Conseguimos até momentos para rirmos juntos. Sabíamos que essa era a coisa certa a fazer para a nossa família e que isso iria nos deixar ainda mais unidos.  E nos deixou.

Para qualquer mulher lendo isso, espero que isso ajude você a saber que você tem opções. Quero incentivar toda mulher, especialmente você, que tem um histórico em família de câncer de mama ou  ovário, a procurar se informar e a buscar os especialistas. Esses médicos podem ajudá-la nesse momento  de sua vida a fazer suas próprias escolhas baseadas em informação.

Reconheço que há muitos médicos holísticos maravilhosas que trabalham com alternativas para a cirurgia. Meu próprio caso vai ser divulgado oportunamente no site da hospital Pink Lotus Breast Center. Espero que ele seja útil para outras mulheres.

Só o câncer de mama mata 458 mil pessoas por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde, principalmente em países de baixa renda e média. É uma prioridade implantar políticas para garantir que mais mulheres possam fazer os testes genéticos e tratamentos preventivos que salvam vidas, independentemente da forma como essas mulheres vivam ou da renda que tenham. O custo dos testes para os genes  BRCA1 e BRCA2 é de mais de 3 mil dólares nos Estados Unidos, e isso continua a ser um obstáculo para muitas delas.

Optei por não manter discrição sobre a minha história porque há muitas mulheres que não sabem que podem estar vivendo sob a sombra de um câncer. Tenho esperança de que elas também possam ter acesso ao teste genético, e que, se elas tiverem uma chance elevada de contrair o câncer, saberão que têm opções fortes de enfrentamento.

A vida tem muitos desafios. Os que não devem nos aterrorizar são aqueles que nós podemos assumir e controlar.

* Angelina Jolie é atriz e diretora.

(Tradução de Alfredo Herkenhoff_- Correio da Lapa, Rio de Janeiro, 14 de maio de 2013)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Morre o dono do jornal centenário Monitor Mercantil

Com grande tristeza recebi há pouco a notícia da morte do querido colega Acurcio de Oliveira. Tive a honra de trabalhar com ele no Monitor Mercantil num sonho que ele cultuou por anos e que por uns dez meses se concretizou com a publicação diária do jornal  impresso chamado Correio da Baixada, levado de roldão na crise de fins de 2008 e na desídia da burguesia  que vive entre os 4 milhões de habitantes das 13 cidades que compõem a área metropolitana do Rio. Os ricos da Baixada não anunciaram, não compreenderam que o jornal era independente, o Correio da Baixada não estava a serviço de nenhum partido nem candidato, mas da sociedade. Foi bom enquanto durou. Acurcio enterrou ali mais de hum milhão de reais. Uma pena acabar...
 O centenário Monitor Mercantil fica agora a cargo do filho do Acurcio, o jornalista Marcos de Oliveira, que herdou as qualidades do pai e com quem também tive a honra de trabalhar ao longo daquele 2008. Meus pêsames ao colega e a todos os demais integrantes dessa bela família chamada Monitor Mercantil. (Por Alfredo Herkenhoff)

Morre Acurcio de Oliveira
02/05/2013


Faleceu neste dia 1°, o jornalista Acurcio Rodrigues de Oliveira, diretor-presidente do MONITOR MERCANTIL, aos 82 anos.
Acurcio de Oliveira comprou o jornal em 1985, tendo antes trabalhado com Samuel Wainer na “Última Hora”. Trabalhou depois na revista de arte Senhor e em um jornal esportivo.
Ficou na “Manchete” por 10 anos, mais envolvido na administração. Depois, foi para “O Globo”. Desde 1955, manteve também uma empresa de comunicação e, com ela, teve muito contato com publicações internacionais:
Segundo ele próprio, sua “experiência mais marcante foi com a Revista Forbes, para a qual trabalhei como representante no Brasil por 33 anos”.
Para Wagner Victer, presidente da Cedae e ex-secretário estadual de Desenvolvimento, Indústria Naval e Offshore, “Acurcio de Oliveira era um grande amigo que me ajudou muito. Esteve presente e ajudou o MONITOR MERCANTIL no desenvolvimento econômico do Estado do Rio de Janeiro. A retomada do setor naval teve em Acurcio, através do MM, o primeiro órgão que mergulhou de cabeça e acreditou no setor e em nosso trabalho. Lamento muito a sua ausência. Mas ele fica marcado por ser alguém que foi decisivo para o momento que o Rio vive atualmente.”
Amigo de muitos anos, Sérgio Barreto, jornalista e colunista do MM conheceu Acurcio em “O Globo”.
- Eu atuava na Redação e ele era gerente de publicidade; em geral, profissionais desses dois setores têm pouco relacionamento, em uma empresa grande, mas o Acurcio sempre mostrava simpatia com todos e era muito popular. Mais tarde, Acurcio foi para “Última Hora”, sob o comando de Ary Carvalho - na época dono do influente “O Dia”. Ocorre que Ary era também dono do MONITOR MERCANTIL, mas não parecia ter aptidão para investir nesse jornal econômico. Ao que sei, Ary lhe fez um convite para assumir o MM, que já teria sido recusado por outros. Se Acurcio abrisse mão do desafio, possivelmente Ary pensava em fechar o jornal, o que seria uma pena, devido a sua tradição e por não haver muitos jornais econômicos no país.
Ainda de acordo com o colunista, “Acurcio me contou que, com um pouco de temor e muita confiança, aceitou a dura empreitada. Com capital restrito, fez tudo o que lhe era possível para superar os primeiros meses. Pode-se dizer que, mais do que capital próprio, usou como alavanca sua respeitabilidade no mercado para tirar a empresa da inércia. Conseguiu apoio publicitário, ativou a área jornalística e, em cerca de um ano, o MM se tornou viável, após muitas noites sem dormir de Acurcio que, assim, mostrou que, apesar de seu estilo leve e descontraído, tinha muita garra e decisão. O jornal se viabilizou e, desde então, superou diversas crises, decorrentes da própria economia brasileira, com hiperinflação e várias mudanças de moedas, mas o MM seguiu em frente, ora ampliando, ora reduzindo os gastos. Um fator importante para o MM sempre foi possuir sua própria gráfica, o que solidificou a empresa, que tem duas fontes de receita: o jornal e a gráfica, que atua para o próprio MM e produz para o mercado. Nosso querido Acurcio teve uma grande felicidade, no ano passado, ao comemorar o centenário do MONITOR MERCANTIL. Agora, passa o bastão para seu filho Marcos, que já atuava há longo tempo na redação e, há algum tempo, passou a participar ativamente das funções totais do jornal, envolvendo publicidade e a representatividade na sociedade.”
Para Ranulfo Vidigal, economista e mestre em Políticas Públicas pela UFRJ, “Acurcio de Oliveira foi um grande nacionalista. Foi um defensor das idéias de desenvolvimento com inclusão social. Enfrentou todas as dificuldades por que passou a imprensa nos últimos anos, mantendo-se sempre coerente com suas ideais.”
Amigo particular da família e da empresa, o deputado estadual Paulo Ramos (PDT) disse que “manter funcionando por tanto tempo (100 anos) o MONITOR MERCANTIL, considerando as regras de mercado, é uma demonstração de compromisso com a verdadeira liberdade de expressão. Merece todo o nosso reconhecimento. É realmente uma grande perda. Vamos torcer para que o nosso MM continue da mesma forma em homenagem ao que ele vinha fazendo o Monitor Mercantil