terça-feira, 17 de setembro de 2013

Nova edição do livro do Jornal do Brasil



De Alfredo Herkenhoff

Recebi hoje mais mil exemplares do livro Jornal do Brasil – Pautas e Fontes - Memórias de um Secretário, um reprint da edição de 2 mil lançada no segundo semestre de 2010, exatamente no dia em que o JB foi às  bancas pela última vez.

 

 O exemplar na Livraria da Travessa custa 70 reais. Sim. Caro. Mas a casa me solicitou livros três vezes e três vezes esgotou. Vou avisar que chegou. Mas antes disso aviso a colegas de internet que na venda direta a compra sai bem em conta porque estou a fim de torrar. Um exemplar vendo a 35 reais, um ótimo presente este livro com 430 páginas de papel extra bright,  muitas histórias e belas fotos, homenagens especiais a profissionais como o fotógrafo Evandro Teixeira e os repórteres Oldemário Touguinhó,  José Gonçalves Fontes e Araújo Neto, entre outros cobras...


  A seguir, links remetendo ao JB e ao livro, que também  é uma ferramenta para quem quer conhecer um pouco dos bastidores da imprensa e o relacionamento entre mídia e sociedade.

 Mas antes segue um texto de  Nilo Dante sobre o livro, que é um instant book. E tendo sido este colega o primeiro leitor, ainda nos originais, suas observações acabaram entrando no próprio livro não como um prefácio, mas como mais uma das dezenas de contribuições. Na verdade o livro é um arremedo do próprio jornal, com as visões de todos nós formando uma edição para sorrir e chorar. E claro, o livro tem muito de manual para jovens interessados nos lances de comunicação de massa...


Impressões de Viagem

(Não morra antes)



Nilo Dante
*

Pautas & Fontes reflete a jornada de Alfredo Herkenhoff através do fascinante universo que foi, um dia, a redação do Jornal do Brasil.

O relato é caudaloso e emocionado. Não se isenta da nostalgia. Mas passa ao largo da amargura, embora o autor tenha sido testemunha e vítima do naufrágio a que foi conduzido o antigo colosso da imprensa brasileira.

Herkenhoff não se aprofunda nas águas da debacle empresarial. Nem se detém na insensatez das causas ou no estelionato dos efeitos, ambos por demais conhecidos. Seu facho de luz prefere a galáxia infinita de um grande jornal (ainda que em declínio) e seus habitantes siderais.

Manejando habilmente o estilo anotações-de-repórter, o autor produz uma viagem voluptuosa. Não se obriga à cronologia. Embriaga-se na emoção. Ao fim da travessia, ancora seu turbilhão pessoal em profunda (e merecida) reverência aos dois colegas de profissão que mais o impressionaram: José Gonçalves Fontes e Oldemário Touguinhó.

Esse par de ases da reportagem surgiu anos dourados da mídia brasileira, que começou no big bang dos anos 50 e acabou nos anos 1980, durante o vendaval falimentar que atingiu o Jornal do Brasil. Na década de 1990, no rastro da estabilidade econômica trazida pelo fim da inflação, ampliou-se o poder aquisitivo da classe média e os jornais brasileiros alcançaram as maiores circulações da história. Por uma dessas contradições difíceis de explicar, aquilo funcionou como uma senha perversa para o mergulho das grandes circulações no despenhadeiro da rejeição, por motivos que se verá em instantes.
                                                                   
Fontes e Touguinhó descendem, em linha direta, dos grandes repórteres que marcaram os anos 40, 50 e 60. Vejo-os como dignos sucessores de Joel Silveira, Samuel Wainer, Rubem Braga, Caio Júlio César Vieira, Carlos Lacerda, Edmar Morel, David Násser (a estrela máxima da constelação), Ubiratan de Lemos, Luciano Carneiro, José Leal, Geraldo Romualdo da Silva e outros expoentes do ofício em que a memória não me socorre.

Você – como o próprio Herkenhoff se refere ao leitor – haverá de identificar várias faces de um caleidoscópio cintilante, a partir do antes mencionado estilo anotações-de-repórter.

A face mais comovente se encontra menos nas páginas que na alma do livro. No escancarado amor de Herkenhoff pela profissão. Na alegria vital com que sempre a exerceu - desde repórter novato, na extinta Última Hora, até secretário de Redação e cronista brilhante no Jornal do Brasil. Em numerosas ocasiões, pude testemunhar sua combatividade na atualização do jornal do dia seguinte que ele finalizava admiravelmente na Secretaria da Noite.

Lembro bem do cenário porque tive o privilégio de conviver com Herkenhoff nas edições do JB que produzimos entre 2002 e 2003. Um curto tempo de promissão em que, com perdão da imodéstia, a circulação da “folha da Condessa” disparou 30% em um mês, dando-me — e ao Ricardo Boechat, que estava no comando da arrancada, ao Nelson Hoineff, ao Vicente Senna e ao Jacques Nogueira, artífices também daquela decolagem — a ilusão de que o jornal iria se livrar da tenda de oxigênio e arremeter, enfim, rumo ao horizonte azul

Para ler na íntegra o Impressões de viagem, clique neste link:

http://vrawerianow-2.blogspot.com.br/2010/12/impress%C3%B5es-de-viagem-por-nilo-dante.html


  Video em cima de uma  fala do Boechat sobre o JB produzido por Ed Sartori

http://www.youtube.com/watch?v=YCvDJS70sXU


Vídeo da festa de lançamento do livro do JB na Lapa produzido por João Saboia

http://www.youtube.com/watch?v=4_fnBXuv0_c