Os governos Lula e Sérgio Cabral não cantaram em versos e prosa o Dia Mundial do Meio Ambiente. Mas decretaram luto pela morte de 228 a bordo do Airbus da Air France, entre eles 58 brasileiros. Pois bem, só no Rio de Janeiro, nestes oito dias de tragédia no Atlântico, foram assassinadas pessoas em maior número. Mas nada de luto oficial, nada de bandeira a meio pau. Apenas mais paulada, mais gente humilde naquele cemitério do lixo da história.
Só neste fim de semana do Meio Ambiente, em Teresina, numa única hora, cinco corpos deram entrada no IMS local. Cinco tragédias, cinco homicídios, cinco vezes a vida não é eterna em minuto algum no Piauí. Mas nada de luto nem manchete nem ibope, porque a luta é midiática, esta palavrinha, quase um vício de linguagem, a mostrar coisa bem simplinha: só vale o que dá ibope.
Dão ibope fama, sexo, dinheiro, poder e porrada. Luta lenta e essencial, não.