quarta-feira, 30 de junho de 2010
Bruno, sumiço de Elyza, Bruninho, Hexa e Justiça
Por que Bruno, ciente das graves acusações que lhe fizera Eliza Samudio no ano passado.... Por que o goleiro, ciente de que o filho de Eliza, o Bruninho, nascido quatro meses atrás, tinha sido abandonado pela mãe e estava sob os cuidados de sua mulher numa mansão na grande BH, não veio a público dizer o que estava acontecendo antes que a polícia fosse avisada pelo disque-denúncia sobre um desaparecimento com cara de crime hediondo?
A polícia evita chamar o goleiro para um depoimento. Prefere interrogar todos os seus parentes, amigos e vizinhos... Quando Bruno for intimado a falar, encontrará os investigadores com um um grande número de informação. Por isso o blecaute imposto aos jornais.
Certamente, o telefone de Bruno e os telefones de todos os que o cercam já estão grampeados por ordem da justiça.
Bruno é apenas o suspeito. Disse que ainda vai rir de todo esse estranho episódio.
A suposta vítima desaparecida, nas entrevistas que concedeu ano passado - todas bombando no Youtube, demonstrou possuir um linguajar bem articulado... Seria uma reviravolta e tanto se ela aparecesse viva... Uma surpresa espetacular... Eliza viraria uma estrela mórbida para ser capa de jornais neste caso de ignorância e intolerância machista... Ela sairia em capa até de revistas masculinas... Mas, com todo o respeito pela dúvida que permite pressupor inocência do jogador no suposto crime, paira a sensação de que o goleiro vai passar um bom tempo agarrando apenas uma mórbida jabulani, o sol enquadrado anos a fio nas manhãs do desprezo de uma cela fétida.
Mas não se descarta a hipótese de Bruno ter passado fome e sofrido traumas na infância pobre de sua favela natal, apenas tendo de lá para cá camuflado uma insanidade mental por meio de um belíssimo trabalho como jogador de futebol. A Nação deve a ele o Hexa...
Que a verdade emerja e a Justiça seja feita.
(Por Alfredo Herkenhoff)
Sobre poesia de Rodrigues e telas de Herkenhoff
Marcas de um homem livre, poeta carioca de peito aberto ao mundo
Por Cecília Costa Junqueira
Rio de Janeiro, 14 de junho de 2010
Quem conhece bem o poeta, compositor, letrista, autor de livros infantis e cantor da alma carioca José Francisco Rodrigues, sabe que ninguém o agarra. Jamais agarrou. Marcado pelos tempos de chumbo da ditadura de 64, o homem que pelos amigos é chamado simplesmente de Chico ou Zé Rodrigues vive ainda como se fosse um eterno clandestino, marcando pontos nas ruas e esquinas do Rio. Sempre correndo, muito atarefado, com urgências inadiáveis. Não adianta querer encontra-lo, ele é que nos encontra. Suas múltiplas residências funcionam como esconderijos ou cavernas de Ali Babá. Alguns poucos eleitos recebem o passe ou senha para as visitas, deparando-se com salas, quartos e armários inundados de papéis, livros, recortes, jornais e revistas antigas. Como se Chico Rodrigues fosse um colecionador de memórias e de passados, frases, versos, fotografias e notícias. Lembranças doídas, subterrâneas. E quadros, muitos quadros, a invadir-lhe os espaços, inundando de arte seu imaginário de menino grande, com sensibilidade à flor da pele, sempre disposto a viver novas utopias. Infernos e paraísos. Mas agora tudo vai mudar.Entre os dias 24 de junho e 5 de julho, no Espaço Ernani Arte e Cultura, todas as portas de seu coração estão abertas, escancaradas aos ventos do futuro. Com a exposição de seus Poemas Cariocas, compostos há 20 anos e agora ilustrados, plasticamente, pelas belas serigrafias de Augusto Herkenhoff, o homem intangível, inaprisionável, vira sua vida pelo avesso e decide exibir ao público as vísceras de sua existência. Irremediavelmente preso em telas e em duas caixas de surpresas, que contêm sua ficha no SNI, seus versos de iluminada simplicidade, as dedicatórias de poetas, escritores e de tantos outros amigos queridos, presenteadas ao longo de sua aventureira trajetória, Chico arromba seu cofre de segredos e transforma o doloroso passado em beleza, lirismo e vida. Acabaram-se as sombras. Pelo contrário, quem quiser poderá leva-lo para casa, dentro dessas caixas encantadas, juntamente com o cântico à vadiagem amorosa e o poema à amada, com a qual visita a vila de seu tio Álvaro, eternizado numa serigrafia da cor da paixão. Lá estão também as rolinhas que amavam escutar Bach e os cabelos perfumados de Iansã. Seu amor pelos arcos da Lapa e pela igrejinha da Glória. O restaurante extinto do Bola Preta, os botecos e os cafofos da cidade maravilhosa. As lições de vida de seu Jarbas, o velho porteiro que só esquentava “sua cabeça de baixo”.
As metamorfoses do homem camaleão: o camelô da Sete de Setembro, que vende sonhos, e o alter ego Zé Pilintra, pé de valsa arrasador de corações em gafieiras, que vai à guia espiritual em busca de consolo para as dores do mundo e tem uma ereção. Sentindo o sangue a pulsar nas veias, leve e livre de inimigos encarnados e desencarnados. Lá estão, nos poemas e na palavra plástica de Herkenhoff, sua livraria-sebo preferida, situada à rua Luís de Camões, onde um dia encontrou uma preciosidade para o maestro Tom Jobim. O bric-à-brac de dona Fanny, na rua Regente Feijó, cheio de sortilégios. Enfim, o sol, o ritmo e a música de Chico Rodrigues, suas luas e girassóis. A alegria de viver perigosamente, o olhar inquieto, o sonho de uma nova Sierra Maestra. Ah, a ficha do SNI. Chico se orgulha de tê-la obtido, como se fosse um pedacinho de sua carne. Uma marca em seu corpo, uma cicatriz. E um desvendamento. Tão ambiciosamente desejada, espalhada em duas folhas, a ficha fala tão pouco e fala tanto. Revela a data de nascimento – 5 de setembro de 1948 – que ele gosta tanto de esconder, já que gosta de ser jovem, mantendo a fatiota e o espírito adolescentes, prontos para novas peripécias. O nome de seus pais, o do Coronel Dagoberto Rodrigues, que, condenado a 9 anos de prisão pela ditadura, se exilara no Uruguai, e o da brava mãe coragem, Maria de Lourdes Rodrigues. Assim como lá também estão o primeiro endereço, Botafogo, Voluntários da Pátria, 381, e o número da carteira de identidade. São duas as datas das informações sigilosas do CIE, o Centro de Informações do Exército: 1969, quando ocorrera uma apreensão de livros de literatura marxista em poder de Chico, juntamente com quadros de inspiração marxista e cartazes com estampas subversivas; E 1974, quando as últimas atividades profissionais e literárias são citadas – o trabalho na Enciclopédia Britânica, o lançamento dos livros “Pássaro da Aurora” e “História do menino espantado com o mundo dos homens”, e o texto impresso no Uruguai, “Peito aberto armado de flores” – assim como é mencionado o relato de alguém, que, numa reunião sigilosa, ouvira a intenção de Chico de ir embora do país. O livro editado no Uruguai, que ele mesmo considerava “um tanto forte”, fora apreendido e, por isso, o Exército estava a lhe exigir uma pequena visita , que obviamente Chico não queria prestar. Ia fugir, tudo indicava, ia para Buenos Aires. Onde residiam amigos de seu pai, como o jornalista Neiva Moreira, o professor Raul Matera e o Coronel Pablo Vicente. Para sobreviver na Argentina, falava a fonte oculta, Chico pretendia pedir uma credencial aos tios jornalistas Odylo Costa, filho e Zé Costa. E realmente, como sabemos, para preservar sua pele, Chico fugiu, não tendo comparecido no dia 17 de junho de 1974 á policia Federal para dar os esclarecimentos exigidos. Foi até Foz do Iguaçu, no carro de um primo, e de lá atravessou a tríplice fronteira do rio Paraná em direção à liberdade.
Esclarecer o quê? Que era poeta, sempre seria? Que tinha mesmo uma alma de menino espantado, e sempre teria? Que praticava atividades subversivas, ao lado de seus companheiros do Movimento Nacionalista Revolucionário, e não compactuava com prisões, torturas e outros horrores? Além de que trazia, de fato, flores no peito, campos de trigo vangoghianos e lírios da paz? O que teria a dizer à famigerada Policia do inicio do Governo Geisel ( Vladimir Herzog morreria em outubro de 1975 ) o sonhador que só respira quadros, livros e poesia? Ah, a ficha do SNI, fala tanto e não fala nada. Seus perseguidores nada sabiam, nem queriam saber. O verdadeiro Chico Rodrigues, aquele que importa, é o que participou de shows de música no Uruguai, ao lado de Eduardo Mateo e de Pájaro Canzani. E que se encontra no Catálogo Biográfico de Autores Uruguaios, publicado pela Agadu ( Associação General de Autores do Uruguai ).
Este, sim, é nosso Chico. Estes são os dados biográficos que valem, a ficha que o honra e o enche de alegria, faz seus olhos brilharem de orgulho. Enfim, há a ficha da treva e a ficha da luz. Nesta, Francisco Costa Rodrigues, nascido no Brasil e radicado no Uruguai, ex-diretor da Imprensa Oficial do município do Rio de Janeiro, é um compositor consagrado. Autor de “Marinera Bel”e “Hombre Del Planeta Tierra” gravadas por Hugo Fattoruso, e “Cuando escucho una canción de Los Beatles”, música gravada por Eduardo Darnauchans; “Columbandê” ( Pippo ), “Maravilha” e “Mar de São João” ( Flor de Cactus ), “Algún dia” ( Canzani ), entre tantas outras composições. E agora, nesta exposição, teremos suas outras faces em explosão de cores e palavras. A do poeta e a do amigo fiel. A do arquivador de dedicatórias. A do residente temporário do Uruguai, por imposição do exílio de seu pai e da sobrevivência, que é carioca de sangue e alma e ama sua cidade, louvando-a em versos. Quem conhece Chico Rodrigues sabe como se sente lisonjeado por ter sido amigo de poetas e escritores, Costuma falar sorrindo prazerosamente: “Otto Maria Carpeaux era um pai para mim. Merquior era meu amigo, Carlos Drummond, Cabral, José Candido de Carvalho, José Olympio e Darcy Ribeiro também”. Sim, o poeta costuma contar histórias mirabolantes sobre seus feitos, os primeiros versos, os primeiros textos publicados. São tantas as histórias que às vezes até parecem lorotas de malandro carioca, cheio de visgo. Mas eis as provas inexoráveis, nas caixas e nas 50 serigrafias. A assinatura e o carinho de Clarice Lispector, pedindo que cuidasse da úlcera, as dedicatórias de Drummond, Darcy, João Cabral de Melo Neto e Thiago de Mello, O poema dedicado a São José Olympio, a apresentação feita para seu livro de poesias Flor de Girassol por Antonio Carlos Villaça, o memorialista que encarnava a literatura. A poética despedida ao mestre Otto Maria Carpeaux. Os cartões de visita. A dedicatória do tio Odylo Costa, filho, em 1958, denominando de “colega” o sobrinho de 10 anos, que, apesar de tão jovem, já publicara no JB um poema sobre Pancetti.
Mesmo preso em caixas, emoldurado e pendurado nas paredes, tenho certeza de que o menino Chico Rodrigues continuará espantado com o mundo dos homens. E que o adulto eternamente trará flores no peito para as amadas e para os amigos. Quando for necessário, continuará a escorregar pelos dedos de seus perseguidores, em fuga incessante. Como pássaro livre a voar no azul da boca da noite. Com seu sapato branco de Zé Pilintra.Sua ginga de conquistador.
Rio de Janeiro, turista queimada, caos e paraíso
segunda-feira, 28 de junho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
Expo de Herkenhoff com Ernani e Odalea Brando
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Mundial de 2010, revolução na televisão
A Fifa mantém intacta sua posição de que a tecnologia não deve entrar em campo para ajudar o árbitro em suas decisões. Mas, ironicamente, os juízes tornaram-se as pessoas que menos veem o que ocorre em campo. Com até 40 câmeras espalhadas pelos estádios, a Copa da África do Sul é a mais dissecada nos 80 anos de história dos Mundiais.
A estimativa da Fifa é de que a Copa de 2010 será o evento mais visto da história, com um público acumulado de quase 30 bilhões de pessoas, cinco vezes a população do planeta. Para atrair ainda mais a atenção dos espectadores, a entidade adotou duas estratégias principais: levar o público para dentro de campo e garantir que todos os detalhes sejam minuciosamente mostrados.
Uma nova tecnologia teve de ser desenvolvida para atingir tais objetivos. Para levar o público para as quatro linhas, a Fifa apostou na difusão dos jogos em três dimensões. A Copa é a primeira a ser mostrada nessas condições. Para muitos, é uma revolução como a passagem da TV preto e branco para a colorida.
Nesta semana, a Fifa comemorou o projeto de difusão dos jogos em 3 dimensões, indicando que supera todas as expectativas, mesmo com os atrasos na transmissão das imagens. Canais na Espanha, França, Austrália, Oriente Médio, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos e Canadá estão sendo os primeiros a mostrar a nova tecnologia. Além disso, 300 cinemas em 30 cidades do mundo estão mostrando as imagens.
"Filmar eventos esportivos em três dimensões está ainda na infância. Mas isso mostra que ainda há muito que podemos fazer pelos torcedores", afirmou Niclas Ericson, diretor de TV da Fifa. Há ainda problemas de imagem e atrasos em relação à difusão tradicional. "Mesmo assim, a resposta que estamos tendo é muito positiva", disse Peter Angell, diretor de programação da HBS, colaboradora da Fifa.
A tecnologia para garantir essa transmissão exige oito câmeras, além do equipamento já usado para a transmissão tradicional. O posicionamento de cada uma simula a visão humana, dando a sensação de profundidade.
Outra estratégia para levar o público até a África do Sul é a "câmera aranha", pendurada sobre o campo, que faz o acompanhamento aéreo do jogo.
A Fifa também buscou garantir que todos os detalhes sejam mostrados em câmeras superlentas. O resultado, porém, tem sido a geração de polêmicas ainda mais intensas, já que dificilmente um lance escapa de uma das 40 câmeras espalhadas pelo campo.
Polêmica. Em alguns jogos, a Fifa repetiu os lances duvidosos no telão do estádio, momentos depois do apito do árbitro. Em alguns casos, ficou claro o erro do juiz, o que provocou vaias nas arquibancadas. Um exemplo foi a carregada de bola de Luís Fabiano com o braço no segundo gol contra a Costa do Marfim.
Vendo a pressão aumentar sobre o árbitro, a Fifa optou por suspender as imagens "complicadas" e apenas mostrar lances considerados mais "tranquilos". Apesar das polêmicas, a entidade indica que a revolução de imagens chegou para ficar.
No fundo, a Fifa troca a ideia de construção de grandes estádios ? que acabam se transformando em elefantes brancos ? por arenas menores e mais sustentáveis. A renda que não viria de entradas é multiplicada por contratos milionários de transmissão. No total, são 400 canais de todo o mundo com contratos acumulados de US$ 2,2 bilhões com a Fifa para ter o direito de transmitir as partidas.
A estratégia já dá resultados. A audiência tem batido todos os recordes. Nos Estados Unidos, 3,3 milhões de pessoas, em média, estão assistindo a cada jogo, 64% acima dos índices de 2006. No jogo entre Inglaterra e Estados Unidos, há duas semanas, 13 milhões de americanos acompanharam a partida pela TV, recorde absoluto no futebol.
O mais incrível, segundo os cálculos da Fifa, é que mesmo uma partida entre Camarões e Dinamarca, no sábado passado, atingiu a audiência de 8,7 milhões de pessoas na Alemanha e 6,7 milhões na Itália. A taxa na TV italiana foi 50% superior a qualquer outro programa naquele fim de semana.
sábado, 19 de junho de 2010
José Saramago e o cinema
na edição deste sábado, no jornal O Estado de S.Paulo
Coube ao diretor brasileiro Fernando Meirelles fazer a melhor adaptação de uma obra de José Saramago para o cinema, Ensaio Sobre a Cegueira (2008), filme que participou do Festival de Cannes. Meirelles temia a reação do escritor, mas sossegou quando assistiu ao filme em sua companhia, em Lisboa. Saramago acompanhou a sessão sem dizer uma palavra e, no final, emocionado, agradeceu ao cineasta. Disse que se sentia tão contente quanto estava ao acabar de escrever o romance, talvez sua obra mais popular.
Na história do livro, filmada em São Paulo (na tela é uma cidade indefinida), uma estranha doença tira a visão das pessoas, com exceção da personagem de Julianne Moore. Na parábola de Saramago, e que Meirelles tenta mimetizar em termos de imagens, a tênue crosta de civilização não resiste à perda de um dos sentidos básicos do ser humano. No subtexto, nem tão sutil assim, o ser humano, alienado pela violência do capitalismo (não esqueçamos que Saramago era comunista), não consegue mais enxergar a sua condição de ser social. Por paradoxo, seria uma cegueira real que poderia levá-lo a enxergar de novo algo sobre si.
Não foi a única adaptação. Antes, em 2002, o francês naturalizado holandês George Sluizer já havia levado para a tela o romance Jangada de Pedra. O desafio era transformar em imagens outra das metáforas ferozes de Saramago ? a história fala de um estranho fenômeno sísmico que separa a Península Ibérica do resto da Europa. Portugal e Espanha, enfim sós, livres do peso europeu, saem navegando no Atlântico. O filme aposta no realismo mágico implícito no texto, mas não alcança seu propósito. Consta que o primeiro encontro entre Sluizer e Saramago não foi muito amistoso. O cineasta mostrou o roteiro ao escritor, que teria comentado: "Você não entendeu bem o que escrevi." O script foi refeito, mas o resultado na tela reflete as dificuldades de produção. Não convence.
Existem outras adaptações, como Embargo, de Antonio Ferreira, baseado em Objeto Quase, e A Maior Flor do Mundo, de Juan Pablo Etcheberry, animação baseada em conto infantil do português. Mas Ensaio Sobre a Cegueira é, de longe, a mais interessante. Deve-se registrar que um texto de Saramago, o prefácio para o livro de fotos de Sebastião Salgado, Terra, inspirou o curta de Mauro Giuntini Por Longos Dias, uma visão histórico-poética das lutas do MST. Os militantes são vistos em sua vida cotidiana nos acampamentos até sua chegada a Brasília na Marcha pela Reforma Agrária, de 1997.
Saramago será personagem do documentário José e Pilar, produzido pela O2, empresa de Fernando Meirelles, e dirigido pelo português Miguel Gonçalves Mendes. Sua matéria é o cotidiano do escritor e sua mulher na ilha de Lanzarote. O filme tem pré-estreia programada para a Mostra de São Paulo, em novembro. Em Lisboa seria apresentado no dia 16 de novembro, aniversário de Saramago.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Padilha: livro de jornalismo, do Estado Novo ao AI 5
A internautas *
Você gostaria de promover um encontro com Guimarães Padilha, autor do livro "Lacerda na Era da Insanidade", para novo lançamento/debate num ambiente acadêmico, não-partidário? Meu amigo Guimarães Padilha está aberto a propostas. Vitória, cidade na qual ele trabalhou tempos atrás, é a primeira em vista. A foto em preto e branco atrelada a este post integra o pequeno arquivo que Padilha expõe ao assinar autógrafos no livro de 360 páginas. O tema é básicamente "jornalismo e política, do Estado Novo ao AI 5", um programa salutar para universitários, jornalistas e candidatos a cargos públicos. Maiores informações ou proposta para um debate/evento com o autor (Padilha entrevistou Fidel e Che em Sierra Maestra, Fulgencio Batista já deposto na República Dominicana, Kennedy um mês antes do atentado em Dallas, e João Goulart - última entrevista - horas antes que partisse para o Uruguai em 1964), favor me enviar questões por mensagem direta a Alfredo Herkenhoff (alfredoherkenhoff@gmail.com)
A noite de autógrafo de Guimarães Padilha, dia 14 de junho na ABI, reuniu, como esperado, diversos jornalistas cascudos, militando há décadas na imprensa carioca. Presentes, entre cerca de 120 pessoas que se revezaram no entra-e-sai da noite, o anfitrião presidente da casa, Maurício Azêdo, Milton Coelho da Graça, Ely Azeredo e muito mais, além de integrantes do primeiro escalão do governo estadual. Padilha, com a família, filho, genro, netas, papagaio etc, perpetrou cerca de 70 dedicatórias do livro "Lacerda na Era da Insanidade". Sérgio Cabral Pai chegou britanicamente às 18h e curtiu 10 minutos de prosa no 11º andar do pomposo Edifício Herbert Moses. Comentou para os colegas: "Acho que meu filho está chegando aí", .mas frisou que não podia esperar. Sem que ninguém da tertúlia soubesse, nem mesmo o dono da editora Nitpress, Luiz Augusto Erthal, que é amigo pessoal de Azêdo, este presidente da ABI, na mesma hora da festa de Padilha, franqueou o auditório do nono andar para um debate interpartidario do PSol com Milton Temer, Heloísa Helena e Jefferson Moura, lançado candidato à sucessão de Cabral. Universitários no estilo cara pintada lotavam o velho elevador. Isso confundiu e espantou alguns convidados de Padilha. Como bom anfitrião, Azêdo foi a ambos os eventos. Heloisa Helena não foi porque, na última hora, soube que sua mãe fora internada. O PSol ainda não escolheu o vice da chapa de Jefferson. Já Temer, candidato ao Senado, repetiu pela enêsima vez: Lula herdou de FHC divida pública de R$ 600 bilhões e a elevou a R$ 2 trilhões. Além de histórias, Concha Y Toro, mesonas de sinuca e nostalgia, a noite fria no alto do prédio da ABI oferecia aos amigos de Padilha uma bela visão da fachada iluminada do recém-reformado Teatro Municipal.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Shakira, Pedro Bial, futebol e Guimarães Padilha
A Veja agredindo o bom senso para provar que Luís Fabiano descende da mesma árvore genealógica do britânico escocês Charles Miller. Da parte de Adão todo mundo é irmão. Ô Árvore! Reportagem de capa, ridícula.
Repórteres perdendo tempo com o que poderia ser uma bela reportagem, para concluir que ninguém nasce Fernandinho Beira-Mar, apenas porque seus colegas de classe, outrora crianças, não se perderam pelos caminhos do narcotráfico. Ora Jabulanis, ninguém nasce minha mãe. As colegas de classe de minha mãe, tenham se tornado mães ou não, não nasceram minha mãe. O interior da Ásia, há cinco mil anos, jogava bola com cabeça de homem inimigo decapitado. Era a arte do engodo, fingir que vai para um lado, atraindo o marcador e saindo com a vitória pelo extremo oposto.
Extremo por extremo, bons jornalistas brasileiros estão enlouquecendo com a midia da vaidade, a autocelebração. Jornalista, político, traficante e político são quatro raças perigosas. Têm esprit de corps e armas terríveis, a pior delas, o desrespeito à verdade. Claro há os bons e maus em cada corporação, cada redação. Mas vale o escrito. Quero a minha vuvuzela. A fifa não vai proibir na África, em respeito à cultura e a festa num país onde a minoria branca vai diminuinido, com uma constante fuga, cidades entre a mais violentas do mundo, tipo Recife e a Grande Vitória juntos. Festa onde um em cada quatro homens tem o HIV correndo nas veias e no esperma farto.
Bem diz um primo que diz: só três coisas me metem medo no mundo: capeta, mulher casada e jornalista.
Ninguém no Brasil hoje torce para a Seleção ser Hexa. Quem torce para isso automaticamente torce para ser Hepta na final da Copa no Rio de Janeiro em 2014.
E logo mais, daqui a duas horas, vamos dar um abraço no Guimarães Padilha na ABI. A noite de autógrafos promete papo, futebol, política e nostalgia. (Por Alfredo Herkenhoff)
domingo, 13 de junho de 2010
Do Império ao AI 5: Buarque de Holanda e Padilha
Lançamento de livro com manuscritos inéditos de Sérgio Buarque de Holanda (foto) e relançamento de seu livro Visão do Paraíso... e, como se faltasse algo, palestra sobre este homem cordial que escreveu Raízes do Brasil e morou por 11 meses em Cachoeiro de Itapemirim, na década de 1920. Questões envolvendo o Império e o nascimento da República. Como o evento rola às 16h30 desta 2-feira na Biblioteca Nacional, fica aqui a sugestão a facebriends: esticar a incursão no Centro do Rio comparecendo à ABI, que fica logo atrás da Biblioteca. Na ABI às 18h, tem lançamento do livro de Padilha, Lacerda na era da insanidade. Tenho a impressão de que o livro sobre o tempo do polêmico jornalista e governador é uma espécie de continuidade da obra de quem botou Memélia pra botar Chico Buarque com Amor no Mundo. Friozinho, vinhozinho, bate-papozinho sobre Marina Serra Dilma e sobre as horas que antecedem a estreia da Seleção no Mundial. E para quem for do ramo e cantar o bordão do saudoso Baffinha ("Quem não guenta bebe água"), esticar da ABI ao Amarelinho a partir das 21h, para 40 minutos de saideira neste maravilhoso fim de outono.(Por Alfredo Herkenhoff)
Monika Ertl, a mulher que vingou Che Guevara
No Caderno Prosa & Verso de sábado, 12 de junho de 2010, José Casado assina excelente matéria (capa, paginas 1 e 2) sobre a alemã Monika Ertl (fotos), a jovem guerilheira romântica que viveu na Bolívia, se envolveu com Klaus Barbie, o carniceiro de Lyon, e executou anos depois da morte de Che Guevara o boliviano Roberto Quintanilla, que disparou os tiros no argentino cultuado como o maior símbolo de rebeldia na era da globalização. José Casado apenas dá a entender que uma vingaça foi consumada com sucesso, mas a própria reportagem mostra que quem comandou a ação que capturou Che foi o boliviano Gary Prado, que continua vivinho da silva gozando as delícias da vida andina na terra de Evo Morales. O tema virou livro "La mujer que vengó al Che Guevara", da jornalista alemã Jürgen Screibeir e já lançado no mundo de fala hispânica. Gary Prado foi alvo de um atentado no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, em 1968, só que o comando vingador errou o alvo e, confundindo-se, executou um inocente, o major alemão Western Hagen. Ambos os militares faziam um curso no Rio. Caso teve repercussão mundial. O Livro de Guimarães Padilha, "Lacerda na Era da Insanidade", a ser lançado amanhã, na ABI, às 18h, também aborda esse momento terrível em que a Guerra Fria aspergia sangue de irmãos fratricidas no Rio de Janeiro e em toda a América Latina. Aliás, Padilha foi à Sierra Maestra, entrevistou Fidel, Che e Batista, este um mês depois da queda, na República Dominicana. Mas amanhã, na festa com o anfitrião Mauricio Azêdo, o clima é vinho com bate-papo sobre a nossa democracia e as horas que antecedem a estreia do Brasil na Copa... Vamos lá?
(Por Alfredo Herkenhoff)
quinta-feira, 10 de junho de 2010
MULHERES ADEREM AO MUNDIAL DA FIFA
Copa do Mundo também é assunto de mulher, sim
Colunista traz fatos curiosos para provar que nem só homem curte futebol
Trissia Ordovas Sartori
Em um primeiro momento, Copa do Mundo parece significar um mês sem homem no mundo, certo? A maioria dos queridos está totalmente sintonizada no que está acontecendo nos gramados da África. Com uma concorrência dessas, nem vale a pena brigar ou se estressar. A alternativa é estar, pelo menos um pouco, por dentro da competição.
A coluna Nem Lolita Nem Balzaca dá um romo para quem não tem tanta intimidade com o mundo da bola, bem como para quem adora esse universo. E, se a gente for pensar, futebol é, sim, coisa de mulher: afinal, são 44 pernões correndo atrás de uma bola por partida. Nada mal! Sem falar que nós, mulheres, somos bem mais observadoras e detalhistas do que os homens. O campo pode ser uma boa opção para exercitar esses dotes. Já pensou poder contar aos outros quão impressionada você ficou com o esquema 3-5-2 de determinado time?
Calma: por aqui vocês vão encontrar um pouco de tudo: moda, comportamento e, até, futebol.
E eles?
A cervejaria Heineken realizou uma pesquisa em 15 países, incluindo o Brasil, e constatou que futebol é o assunto mais presente em conversas entre amigos. Foram ouvidos 5,3 mil homens, e o futebol foi apontado por 88% deles como o assunto predileto. Em segundo vieram as mulheres, com 45%, seguidas pelo tema trabalho, com 34%.
Frufrus
Dica para entrar no clima da Copa, de leve: unhas pintadas com motivos do evento. Tudo indica que as torcedoras mais antenadas e vaidosas vão aproveitar a moda colorida dos esmaltes para se enfeitar.
Não vale dizer que mulher só assiste futebol para conferir os jogadores. Pesquisa da Sophia Mind com 2.084 mulheres, com idades entre 18 e 60 anos, revelou que 80% torcem para algum time. Desse total, 30% costumam acompanhar campeonatos, 52% delas assistem a jogos junto com parceiros e 90% dizem não ter reclamações sobre o tempo que eles passam assistindo futebol.
Na Copa, esse número aumenta: 94% assistem aos jogos da Seleção Brasileira e um terço acompanham, também, os de outras seleções.
E, para 93% das entrevistadas, o Brasil será campeão dessa Copa.
No twitter...
Ashton Kutcher e o jogador Kaká são os mais novos superamigos do Twitter. Entre uma mensagem e outra, trocam ideias sobre projetos humanitários na África. O ator contou que está prestes a desembarcar por lá e Kaká pediu que a torcida do ator nesta Copa seja toda para o Brasil.
E por falar em Kaká, a mulher dele, Caroline Celico, 22 anos, confessou que proibiu o maridão posar de cueca no ensaio que a revista Vanity Fair fez com os bonitões da Copa. À revista Joyce Pascovitch deste mês, declarou:
– Não deixei, não! Ele já sofre exposição contínua na profissão dele. Tem de ter alguma coisa que seja exclusiva da esposa, né? Senão perde a graça.
Ué, perde a graça pra quem?
Presença colombiana
A Colômbia está ausente da Copa pela terceira vez consecutiva. Mas, nessa edição, o país terá dois representantes na festa de abertura hoje: os cantores Juanes e Shakira estarão no Orlando Stadium, de Soweto, em Joanesburgo.
Shakira, aliás, chega à África envolta em uma polêmica, já que canta a música-tema do mundial, Waka Waka (This Time For Africa). O país está dividido com a apresentação. Parte acha que uma cantora estrangeira pode dar visibilidade ao evento, outra parte acha que o hino deveria ser cantado por um artista local com ritmos africanos.
A colombiana está feliz.
– É muito emocionante, é um grande dia para mim – afirmou.
Já Juanes, pouco conhecido no Brasil, aproveitará para lançar a música Yerbatero – primeiro single de seu novo álbum, cujo título ainda não foi divulgado e deverá ser lançado entre outubro e novembro.
Essa será a primeira canção que Juanes apresenta ao público em três anos. Conhecido como uma espécie de Bono Vox da América Latina, por suas canções engajadas, o ganhador de 19 prêmios Grammy disse que não tem favoritos na Copa:
– Mas estarei dando força a todas as equipes latinas.
Dica
Cuidado ao chamar um jogador de gato. Na gíria do futebol, a palavra é usada para indicar aquele que mente a idade pra ingressar em um time de base, falsificando documentos.
Use ‘bonitão’!!!
PADILHA E FOTOS COM JANGO E LACERDA
FESTA DE LANÇAMENTO COM COLEGUINHAS NA ABI SEGUNDA-FEIRA, DIA 14, 18H
Senado também tira royalties do Rio
A exemplo da Câmara de Deputados, o Senado aprovou na noite de quarta-feira uma ferroada nos Estados produtores de petróleo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Os senadores, os mesmos que aprovaram projeto Ficha Limpa dizendo que estavam acabando com a corrupção, aprovaram a emenda de Pedro Simon (PMDB-RS), que estabelece divisão igualitária dos royalties entre os estados e municípios por 41 votos a favor e 28 contra. A decisão retorna aos deputados que não mais podem mudar o texto. Estima-se que Rio perderá R$ 10 bilhões por ano. O STF já deu sinais de que não aprova a medida política.
A realidade é Lousiana, com o esguicho de óleo inundando pesqueiros do Golfo, mas sem irrigar a mente do Piauí tão seco quanto um coco murcho do Sergipe, apesar do Delta do Parnaíba, a exuberância no micro litoral do Estado nordestino desejoso de mamar nas tetas perigosas da vaca louca do off shore fluminense
A verdade é que, nos tempos de mídia midiática, os políticos brasileiros aprovam o caos de olho nas urnas. A verdade é que o Senado faz mal ao Brasil. Os senadores morreram mais um pouco com mais um vexame.
Até quando?
Três por unidade da Federação, e deviam preservar a integridade territorial e emocional da República, mas zelam pela vergonha, pela desigualdade que lhes garante o status de casa quase inútil. Em vez de soberania, passam Roraima para o poder de ongs internacionais. Em vez de integridade, o choque fratricida como se os Estados fossem iguais perante o petróleo. Não são, assim como os senadores não são perante seus eleitores.
Cada eleitor, cada voto, é como um barril, mas não do ouro negro, barril de pólvora. Vontade de chorar mais do que Sérgio Cabral diante desta safadeza que fizeram contra cariocas e capixabas.
Por Alfredo Herkenhoff
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Irã com Lula e Turquia desafia ONU
Nada a comentar... Lula-Lula-Lá
Briga e dor entre Lacerda e Wainer
O curioso nessa imagem é que mostra como em nenhuma outra a profunda amizade que existia entre Carlos Lacerda e Samuel Wainer. Lacerda no primeiro plano, agachado, de suspensório, e ao fundo, o Samuel Wainer segurando no ombro o filhinho de Lacerda, Sérgio.
Meu Deus, Lacerda e Wainer eram amigos do peito, mas depois viraram inimigos figadais, aqueles lances de Última Hora, com dinheiro do BB e apoio a Getúlio, e Lacerda, dono da Tribuna de Imprensa e adversário de todo mundo que ousasse imaginar que ele não chagaria à Presidência.
No fim da vida, depois da Frente Ampla, aquele movimento eclodido dois anos e meio depois do golpe de 64, frente com a qual Lacerda acertou aliança com Jango exilado e JK cassado por causa do endurecimento dos generais, o ex-governador do tentou pedir perdão a Samuel, mas Wainer não quis.
A Frente Ampla foi o marco emblemático para se tentar evitar a longevidade do regime militar.,mas Brizola e Arraes não toparam. Ouriçados, os militares, que haviam prometido eleições em 1967 ao darem o golpe, ficaram no poder até 1985.
O livro de Guimarães Padilha, "Lacerda na Era da Insanidade", sobre esses tempos, vai ser lançado segunda-feira na ABI, às 18h. Padilha, pouca gente sabe, foi preso várias vezes pela ditadura e torturado.
Então estamos combiandos: na segunda democrática, tem festa com os grandes jornalistas do Brasil, como Cicero Sandroni, Mauricio Azêdo, Nilo Dante, Milton Coelho da Graça, Alberto Dines, Zuenir Ventura, Hélio Fernandes, Ely Azeredo,etc... E vai rolar a festa na véspera da estreia da Seleção contra a Coreia do Norte. Então o papo será saudade, futebol e democracia.
Se eu fosse Dilma, Serra ou Marina, eu aparecia por lá de supetão e entrava na fila de autógrafo.
A festa será no 11º andar. Tem um terraço belo, um varandão em que se pode fumar diante das luzes da paisagem noturna do Rio... Confraternizemo-nos...
Por Alfredo Herkenhoff
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Ayres Figueiredo, do Nova Capela, internado no Rio
LAPA, BOEMIA E ARTES VISUAIS
Força Seu Ayres, torcemos pra você sair dessa. No link, minha visão calidoscópica dos sete quadros mais famosos e misteriosos em exibição no Rio de Janeiro, pendurados há 70 ou 80 anos na Lapa
http://correiodalapa.blogspot.com/2009/07/sete-quadros-do-nova-capela-desastre.html
sábado, 5 de junho de 2010
Lica Cecato, a maior garota pop, video sensacional
Sensacional este vídeo de Grima Grimaldi. Pop Lica, Lica Lips, Lica voice, toda mulher já foi pop e ao pop voltará... Vintage, cores e travellings digitais para o Dia do Juízo Inicial... Uma maravilha também a música, a intepretação, a batida, a guitarra solando e o teclado no finzinho agudo... Uma balada pra lá de boa! Parabéns a todos por esta joia!
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Dilma, Serra e Marina, os vulcões e a política
Dilma, Marina, Serra e Lula, os vulcões que existem em cada um de nós...
O relevo acima é o Shiprock, é o que sobrou de um vulcão extinto no Novo México, EUA. Especialistas dizem que há vulcão adormecido há cerca de 700 mil anos, mas não morto, acordável sim... Como prever a erupção?
Lula, como primeiro presidente operário do Brasil, surgiu como uma erupção social vulcânica nos 500 anos da nossa milhagem na roda lusitana da história. Agora ele vai dormir. Se Dilma Rousseff ascender, não vai querer Lula extinto em 2014, e sim o quererá de volta. Devolver-lhe-á a cadeira da máxima magistratura. Mas quem pode prever por quanto tempo Lula ficará adormecido nas suas duas ou três últimas décadas de vida?
O que é mais difícil, prever vulcão ou terremoto? Por que alguns animais, pássaros e répteis, mudam de comportamento momentos antes de um abalo sísmico?
Como o Brasil não tem nem um problema natural nem outro, temos pujança de vulcões sociais em ebulição nas ruas das nossas cidades. Quarente mil problemas humanos são extintos todo ano na base de tiros, execuções.
Ate quando a política vai abusar da nossa paciência?
Para além das tragédias pessoais de cada vítima dos tiros, do trânsito, das escolas e dos hospitais públicos, o Brasil é constituído de 100 milhões de relevos, cada um deles tendo direito a uma erupção a cada dois anos. Por enquanto, produzimos votos como lavas mornas, plumas um tanto caóticas ao léu do marketing que nos conduz ladeira abaixo. Mas, até quando?
Nossos votos ainda se tornarão pedras e magma incandescentes, queimando como a oitava praga, elevando dores e surpresas aos píncaros mais infernais até extinguir o triste status do Distrito Federal, visto hoje como o Vulcão das Mentiras, Terra de Arruda, Reino da Burocracia e Valhacouto dos Maiorais.
Não votarei facilmente numa candidatura ou noutra. Cultivo bifurcações mentais: como extinguirei sonhos ou fazer pelo menos adormecê-los com o meu desprezo no ato de teclar a urna eletrônica.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Vagner Love arrasou o Palmeiras no Pacaembu
Vagner Love era um dos piores em campo ontem à noite e, aos 42 do segundo tempo, ressurgiu como o predador e jantou a torcida do Palmeiras que no ano passado tentou linchá-lo literalmente. Flamengo 1 a 0. Vagner Love joga na base do amor. Vagner Love,Robinho e Fred, os três melhores em ação no futebol brasileiro neste 2010. Vagner Love precisa do Flamengo. Na Rússia ele não se adaptou, assim como também não em São Paulo. Vagner Love não pode sair do Flamengo. Se isso acontecer, será o fracasso total para o time e para o jogador.
(Por Alfredo Herkenhoff)
Márcio Braga em carta aberta sobre Patricia e Zico
Infelizmente não pude comparecer à apresentação do Zico ontem pois estava em Brasília e não consegui reagendar meus compromissos.
Esta contratação é a marca do seu mandato. Parabéns!
É um passo importante para a profissionalização completa do departamento de futebol do Flamengo, que não deve mais ser dirigido por amadores.
Quando iniciamos as conversas com o Zico para contratá-lo, ainda em 2009, inclusive assinando um protocolo de intenções, também avaliamos a possibilidade de incorporar os Centros de Treinamento do CFZ ao patrimônio do Flamengo. Isto seria muito positivo para o clube que, contando com o Ninho do Urubu, teria então 3 CTs. A Fundação Getúlio Vargas estudou a viabilidade desta operação e a estrutura proposta está em suas mãos.
Se o seu voto na eleição do Clube dos 13 consolidou o atraso no futebol brasileiro, a contratação do Zico e a incorporação do CFZ apontam para o futuro do futebol do Flamengo.
O trabalho não deve parar por aí, Patrícia, é preciso implementar melhores práticas de governança e estruturar mecanismos para que o Flamengo cumpra sua responsabilidade social, como por exemplo o GEASE, as Embaixadas e o Fla Novas Gerações.
A hora é agora! Boa sorte e conte sempre comigo.
Rio de Janeiro, 2 de junho de 2010
Saudações rubro-negras.
Marcio Braga
Louise Bourgeois: aqui a íntegra do documentário
A morte de Louise Bourgeois renova as possibilidades da qualidade do silêncio. Seu corpo vai para o ventre da Terra-Mãe neste Corpus Christi daqui a poucas horas .
Eureka, descobri o link da íntegra do documentário de 1 hora e 40 minutos sobre Louise Bourgeois. Depois de longuíssimos instantes, escarafunchando Youtube e Google Video, descobri no equivalente japonês o tão ansiado endereço. O Youku é mágico: vamos ver agora o documentário Louise Bourgeois: The Spider, the Mistress and the Tangerine, de 2008, direção de Marion Cajori e Amei Wallach:
Eis o caminho para ver na íntegra... Wonderful:>
http://v.youku.com/v_show/id_
Sobre a artista, Stella Vine comentou no The Guardian
Louise Bourgeois is one of the greatest ever artists. So few female artists have been recognised as truly important, and you have to be really strong and brave to last as long as she has. It's incredible: she's known all these great men and outlived them all. It wasn't really until that sinister fairytale in the Tate's Turbine Hall in 2000 - the incredible-looking glasses and windy stairs, and the spider - that I became seriously interested in her. I walked in and just gasped and went, 'This is for me.' I love the juxtaposition of sinister, controlling elements and full-on macho materials with a warm, nurturing and cocoon-like feminine side. I gather she's had to deal with a lot of anger, jealousy and rage in her past but she still treats the female and the male with love and compassion - there's no silly anti-male thing in her work. You're allowed to feel in its presence. If I had to choose one thing she's done it would be one of the enormous penises, which I've always wanted to pick up and touch when the security guards weren't looking. They're tender and full of passion and love, and there's a little bit of comedy in there. ”
terça-feira, 1 de junho de 2010
Ferreira Gullar: Prêmio Camões em 2010: Parabéns!
No link, a entrevista-fantasma que este Correio da Lapa imaginou, como uma possibilidade e uma homenagem para o ilustre marenhense radicado no Rio de Janeiro.
http://correiodalapa.blogspot.com/2009/06/ferreira-gullar-entrevista-fantasma.html