Bial e Boninho se ferraram: o Ibope estava baixo. Eis o novo cenário:
Se Daniel é estuprador, a Monique, ou a sua mãe, não importa, há grana, há uma ação civil pública, criminal pública, mas nesse caso a vítima, a estuprada, vai merecer uma vultosa indenização, e a Justiça, ao arbitrá-la, vai considerar o marketing decorrente desse tipo de televisão. O BBB tinha ferramentas para salvá-la a tempo. A casa não é um castelo, é um celofane cheio de seguranças a segundos de qualquer ambiente.
Se Daniel não é estuprador, este jovem, com uma boa banca de advogados, vai arrancar uma fortuna da Globo, não tem nada a ver com um milhão e meio de reais, sim, estamos prestes a ver a maior indenização da história do Judiciário no Brasil. É uma piada aqueles 100 milhoes de dólares que o Palácio do Planalto deu no fim do século passado a uma Rádio Tupi de Recife (na verdade deu ao conglomerado sempre combalido do legado louco de Chatô-Rei-do Brasil). Daniel vai descobrir que a Justiça é capaz de morder mais do que um meio de comunicação.
O advogado de Daniel está se precipitando. Quer uma coletiva agora e tirá-lo do Brasil. A hora é de silêncio obsequioso. Daniel já foi suficientemente aniquiliado, eliminado, desmoralizado, assassinado em sua honra etc e tal.
Jesus! Madonna mia! Não adianta a Globo ter excelentes advogados. Quanto mais achar que passará relativamnte impune, mais a Justiça vai arbitrar mais alto. O real, a moeda está forte, o Brasil está falando americano, isto é, falando dólar.... Temos uma causa hollywoodiana. Estamos diante de um caso exemplar, uma Escola Base em escala planetária.
Se Daniel, em vez de gestos pélvicos, tivesse feito uma agressão explícita, tivesse dado um tapa para "acordar a sua vítima", tivesse dado uma porrada mesmo, não daria a segunda. Em dez segundos, seguranças atrás da parede fina daquela cristaleira sexual teriam invadido o quarto.
Mas ninguém salvou Monique de um estupro no breu completo do BBB, nem ela mesma reagiu ao esquema cruel que aparentemente a protege com gravação em infra-vermelho. Jovens frágeis. Fragole fresche...
(Por Alfredo Herkenhoff, postado originalmente no Facebook em 19 de janeiro de 2012)