sábado, 28 de janeiro de 2012

Link do melhor video sobre a água e a energia na Terra, futuro, passado e presente

http://www.youtube.com/watch?v=jqxENMKaeCU&feature=watch-now-button&wide=1

Documentario de hora e meia sobre a Terra. Intitulado Home, patrocinado por inúmeras grifes, o filme tem imponência, um tour pelo planeta, a energia no passado, presente e futuro. A escasssez da água no futuro proximo. Um pessimismo dizendo que nao se pode ser pessimista, advertências mais retóricas do que cientificas, do tipo, temos dez anos para salvar o mundo de uma destruição maciça de suas cadeias ecológicas, dois anos já se passaram desde a confecção do filme.  Belísimas e trágicas imagens de uns 30 países, exemplos visuais de desertificação, degelo da calota polar do Ártico, um certo desprezo pelo que a equação cósmica pode fazer com o nosso ecossistema independente de nós e nossos esforços, afinal os dinossauros sairam de cena há 65 milhões de anos.  Nos só entramos em cena há 12 mil anos com a  escrita e há 200 mil anos com a cabeça Sapiens. O universo nos propicia vida, nos polui e nos despolui. Apesar de todas as criticas que merece, filme imperdível. (Por Alfredo Herkenhoff)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Eike Batista Verdades e mentiras sobre O X da Questão (3/12)



Se você quiser se dar ao trabalho de descobrir o que de fato significa um bilionário a mais no mundo, veja o que ele fez, o que faz e o que fará.
No mercado acionário, você compra e vende ações... São números frios que o computador exibe todo dia. Já na bolsa de mercadorias e futuros, os números são expostos como se fossem reais, quando não passam de expectativas.  Uma bolsa de futuro negocia valores 30 ou 60 vezes mais altos do que o total de negócios de uma bolsa acionária. Aqueles números altíssimos indicam apenas aposta: eu compro (aposto) 2 milhões de toneladas de trigo a tal preço daqui a seis meses.  E findo o prazo, alguém que apostou diferente, firmou contrato de venda de 2 milhões de toneladas a outro preço, se verá diante do seguinte quadro: o preço ficou mais alto do que supus e devo pagar a diferença. O preço ficou mais baixo do que eu quis comprar, devo receber a diferença. Esse mercado serve para avaliar expectativas, fornecer informações para que empresas e empresários tomem decisões. Mas não há compra e venda de nenhum quilo da farinha. Os valores altíssimos exibidos por bolsas de futuros representam valores módicos, os percentuais mínimos das diferenças de palpites sobre cotações futuras de tudo: comida, ouro, juros.
Essas revistas Forbes, no atacado, mostram números relativamente próximos da realidade no campo dos mais ricos do planeta. Mas no varejo das aparições, não, no varejo elas correm o risco de apenas endossar políticas de visibilidade de alguns nomes. Estas visibilidades, por sua vez, catapultam certos nomes, permitindo que façam maiores e melhores negócios no futuro imediato. Suspeitamos no Rio de Janeiro que em parte seja este o caso de Eike Batista. Mas não temos provas. Tão bom seria se as revistas Forbes e Fortune as tivessem.
Quem bota dois no um, quatro no dois e oito no quatro, sabe como chegará à casa 64 do tabuleiro do xadrez, chegará como uma fortuna máxima. Quem não guarda um tostão, não chegará a número algum. De grão em grão, a galinha enche o papo. O Rio de Janeiro, mais do que qualquer outra cidade do Brasil, observa a performance de Eike Batista na Forbes somente a partir de 2008. (continua)

Eike Batista Verdades e mentiras sobre O X da Questão (4/12)



 A julgar pelo levantamento da Forbes, edição de 2007, estando Eike Batista ausente naquele ano da lista dos seres humanos com mais de 1 bilhão de dólares no bolso, ele deveria, no máximo, possuir na ocasião 999 milhões 999 mil e 999 dólares, entre bens e sonhos. Não importa. Eike Batista era um zero, uma inexistência na edição de 2007. Se não aparecia, não existia. Não era bilionário.  Ou então a revista Forbes estava errada ou não teve argúcia para ver que já havia um bilionário a mais dando sopa no mundo.
 Em seu livro autobiográfico, cheio de conselhos para quem sonha enriquecer, Eike Batista afirma que acumulou o primeiro bilhão de dólares ao longo de 20 anos, ou da virada da década de 1970 para 1980 até o início do Século XXI. Fez isso localizando ouro, não barras, mas minas inteiras, as maiores. E uma vez equacionados os problemas de logística e asseguradas as avaliações dos veios auríferos, Eike as revendia para grandes empresas mineradoras. Num passe da mágica: ele ganhava muito e estas empresas, também. 
Mas o fato é que só no início de 2008 (a Forbes sempre lança a lista dos mais ricos no fim do inverno de Nova York) Eike Batista apareceu pela primeira vez na lista dos afortunados do mundo e logo de cara com mágicos 6 bilhões e 600 milhões de dólares. Donde se conclui que, em 2007, um ano antes daquela crise financeira nos EUA, o filho de Eliezer Batista, que presidiu uma das maiores empresas de mineração do mundo, a então estatal Vale do Rio Doce, acumulou em média uma riqueza de meio bilhão de dólares a cada mês, ou no mínimo um total de 5 bilhões 599 milhões e 999 dólares no período em que se tornou “bi” pela primeira vez.
 Em 2009,  Eike Batista passou a ser o bilionário de número 61 do mundo, aparecendo com 7 bilhões 600 milhões no bolso ou na Forbes. Donde se conclui que acumulou fortuna com média mensal pequena, de apenas cerca de 80 milhões de dólares por mês ao longo do ano da crise.  Em 2010, a Forbes diz que Eike Batista tinha 27 bilhões de dólares, isso significando que acrescentou à fortuna, em um ano, mais 20 bilhões, ou, noutras palavras, ganhou 1 bilhão 500 milhões de dólares a cada mês. Em 2011, sempre como o oitavo mais rico do mundo, Eike Batista aparece na revista com fortuna de 30 bilhões de dólares, ou seja, no ano anterior enriqueceu apenas mais 3 bilhões de dólares, isto é, botou no seu cofre mágico, a cada mês, a bagatela de 250 milhões. (continua)

Eike Batista Verdades e mentiras sobre O X da Questão (5/12)



Quem for cético não se sentirá errado por constatar que nunca viu nada do empresário Eike Batista tão grandioso assim. Ah! Eike possui minas de carvão na Colômbia, minas no Chile, mas quem já foi lá ver o que há nesses grotões? Eike vai produzir com a IBM o software das futuras extrações de petróleo nas lonjuras abissais abaixo da camada de sal. Ah! Ele se associou a chineses e japoneses e vai produzir Ipad na Zona Franca de Manaus! Ah! Eike vai..   Ah, ele vai... Ah! Eike Batista está fazendo um mega porto em São João da Barra, norte do Estado do Rio de Janeiro, mas até hoje por ali não levou nem trouxe nenhum grão de nada. Sim há fotos na web mostrando um projeto em construção, um gigantesco píer de atracação. Ah, mas Eike trouxe para visitar o canteiro de obras o presidente da Hyundai, a indústria gigante da Coreia, indícios de planos para um polo de estaleiros no Norte fluminense. Os coreanos já deram uns milhõezinhos ao Eike como se quisessem marcar território: sim, vamos trabalhar com você. Vamos transferir a tecnologia da precisão na indústria naval mas queremos garantia de fatias do mercado. Ah! Eike  é o dono da litorina Curitiba-Paranaguá, aquele trem que percorre despenhadeiros da Serra do Mar no Paraná, mas esta ferrovia existe desde o Século XIX. Ah! Eike vai refazer a linha férrea para que o carioca ou o turista possa ir no trenzinho de Dom Pedro II até a Serra de Petrópolis no fundo da Baía de Guanabara. Ah! Eike vai despoluir a Baía de Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas, vai tornar o Rio de Janeiro, além de belo, mais limpo. Ah! Eike é apaixonado pelo Rio! Somos todos. Sim, Eike comprou o belo Hotel Glória, colosso de 1922 diante da Baía de Guanabara! Que faça bom proveito! A reforma do prédio segue firme, mas, por favor, não destrua o Teatro Glória no térreo. Comprou por 25 anos o grande e belo edifício do Flamengo no Morro da Viúva. Ótimo negócio para Eike. Eike firmou contrato de venda de petróleo com a Shell, petróleo que o empresário descobriu na Bacia de Campos. Mas não extraiu ainda nenhum barril. Os primeiros estão emergindo agora neste verão de 2012...
 Temos sim – Eike Batista é nosso, como um ícone do empreendedorismo brasileiro – ricos mais palpáveis: uns começam vendendo cerveja, outros, televisão, outros, celulares, outros, ferro, aço, carro, entretenimento. Mas não vemos Eike Batista vendendo nada de concreto, parece que está só comprando lanchas, jatinhos, trenzinhos, hotéis. Há um lado lúdico no que se pode visualizar da fortuna de Eike Batista. Mas o empresário vende sim, inventa projetos, vende projetos e seduz adeptos, ou sócios, vende sociedade, vende ações, numa verdadeira estratégia de bola de neve. Compra uma concessão e multiplica seu valor. Diz-se que num único dia ele ganhou mais de 10 bilhões de dólares. Terá arrumado dez parceiros, ou dez corporações, cada uma lhe dando um bilhão por acreditar na viabilidade de uma concessão? Sim, por mais arrojado que seja um investidor, só bota um bilhão no Grupo EBX, a nave-mãe das empresas de Eike Batista, se tiver garantia de que, em algum momento futuro, na hora de assinar o cheque, o produto poderá de fato ser extraído da terra, seja o oil and gas do Pré-sal, seja o ouro selvagem da Amazônia, o carvão guerrilheiro da Colômbia ou o potássio peronista nos Pampas ou o níquel ou o cobre não na Patagônia chilena, mas do deserto de Atacama. (continua)

Eike Batista Verdades e mentiras sobre O X da Questão (6/12)



         Eike Batista tem um barco, o Pink Fleet, que pode ser visto na Marina da Glória, outra concessão sua, diante do Hotel Glória, mas é insignificante perto dos mais belos iates do mundo. Puxa! Dê uma olhada no iate do russo Abramovich! Puxa, veja o jatão de Abramovich! Temos certeza de que estamos errados com essa desconfiança sobre a fortuna de Eike Batista, que vive cercado de globais, príncipes árabes, pilotos aéreos, pilotos náuticos, esportistas, mas isso é pouco. Talvez ele não seja tão rico assim. O que ele já fez até hoje parece ainda pouco mesmo para quem invadiu a revista Forbes pela primeira vez só  no ano de 2008.
Eike Batista nunca terminou a universidade. Chegou a estudar metalurgia na Alemanha, mas caiu fora antes da metade do curso para mergulhar fundo atrás de minas de ouro no início. Ele escreveu com Roberto D’Ávila que vendia seguro de porta em porta na Alemanha. Que tipo de seguro? De vida ou plano de saúde? Apólices de 100 mil dólares. Cada venda lhe rendia 400 dólares de comissão. Nessa mesma ocasião, Eike também vendeu diamantes para joalheiros europeus, mas ele diz que agia apenas como um dealer, sim, de novo comissões.
 Eike largou os estudos na Alemanha para se embrenhar na Floresta Amazônica. Ele disse que em um ano ou dois comprou mais de 60 milhões de dólares em ouro. Levou até um tiro nas costas de um garimpeiro que lhe devia e não gostou de ser cobrado nem de um xingamento de Eike Batista. Mas como pode um estudante vendendo carnê da Amil na Alemanha fazer girar 60 milhões de dólares em um ano e meio, tudo isso aos 23 anos de idade, na virada da década de 1970 para 1980? Essa brincadeira perigosa lhe rendeu 6 milhões de lucro. Quem financiou o filho de Eliezer Batista? Capitais da Inglaterra e da Holanda? Esses dois países são exímios exploradores do subsolo alheio. Não há diamante no chão dos Países Baixos. Mas os diamantes estão nos palácios nos dois lados do Canal da Mancha, estão nas cabeças coroadas. Engenheiros desses dois países dispõem de recursos tecnológicos, possuem satélites para ver a riqueza de longe.
Em seu livro, Eike diz que dois joalheiros amigos no Rio de Janeiro, Aaron e Mendel, lhe emprestaram 500 mil dólares para o primeiro mergulho na terra de ninguém chamada garimpo quando ele voltou da Alemanha para ficar rico. Na primeira incursão, Eike conta que foi roubado e que os dois amigos voltaram a lhe emprestar meio milhão de dólares. Também nos primórdios Eike conta que recebeu ajuda do empresário Olavo Monteiro de Carvalho. (continua)

Eike Batista Verdades e mentiras sobre O X da Questão (7/12)



 Aos que duvidam de sua fortuna, por ser constituída de concessões e contratos esperançosos em torno destas, ou sócios interessados na futura exploração de petróleo, ou carvão, ou bauxita, manganês, portos e navios, Eike Batista, sempre exibindo a fama, diz: “As pessoas nunca tiveram a paciência de ver os projetos que a gente faz amadurecer. Todo mundo sempre falava que a gente tinha uma empresa de papel”.
O petróleo não começou a jorrar, mas Eike Batista, associado com a Shell, começou a perfurar quase 80 poços em Campos. Como em cada três perfurações surge um poço comercial, pode-se estimar que o empresário terá dezenas de poços altamente  comerciais dentro de dois a quatro anos. E está fácil atrair a Noruega porque o Mar do Norte secou. Lá em cada dez perfurações, só um poço é levemente comercial.
Acionistas individuais, empresas brasileiras e estrangeiras e o governo brasileiro estão capitalizando o EBX com base na convicção ou esperança de que as empresas que compõem esse grupo vão deslanchar nos próximos anos. Eike Batista planeja baixar o custo da infraestrutura do Brasil, notadamente o gargalo da logística, o transporte aos navios dos produtos primários de todo tipo, os agrícolas como soja e os minerais como... Eike descobriu imensas jazidas de ferro e já vendeu 20% desta concessão para os chineses...
Sim, vão acabar aquelas exportações encarecidas pelos atrasos da burocracia e dos engarrafamentos, aquelas tristes paralisações de caminhões enfileirados tumultuando as estradas que levam aos portos de Santos e Paranaguá.
 Um mega projeto ao Norte do Rio de Janeiro, fazendo uma cidade nascer na sombra da velha São João da Barra, é o mega porto de Açu, a ser inaugurado daqui a uns três anos, provavelmente, quando Eike Batista estiver comemorando a sua conquista no lugar mais alto das maiores fortunas do planeta. (continua)