Este
ano o prefeito Eduardo Paes está instalando 15 mil banheiros químicos,
mas mesmo que todos estes estivessem no Centro do Rio de Janeiro, só pra atender aos
foliões do Monobloco, ainda assim seria quimicamente impossível que
cariocas e turistas, embalados pela propaganda maciça da Ambev,
Schin/Devassa e Itaipava, não se vissem necessitados de fazer xixi na
rua.
Uma pena a TV Globo tenha aderido a uma campanha endossando
a tese enganosa de que cadeia educa quem só quer brincar. Não tem nada
de obsceno quando um folião se afasta do grupo dançante e busca um
bueiro ou um canto para a urinagem.
Cachorros fazem xixi na rua. Liberem
os bueiros, obriguem ou estimulem os bares a abrir nos dias de folia,
reduzam o IPTU e outros tributos de botecos e restaurantes como
compensação. Ou entao proíbam a cerveja. O Rio merece.
Mesmo que um dia
haja 30 mil banheiros químicos, nada mudará. E a televisao, que tantas
campanhas positivas fez ao longo dos anos, poderia se redimir e mostrar
como, química e matematicamente, não é asssim que se faz. Soa fascismo
do jeito que está. Eu mijo no camarote e você mija na delegacia mais
próxima. E o pior é que esta campanha é feita como se fosse jornalismo,
feita por famosos jornalistas que você não vê em bloco nenhum.
E mais, os
banheiros químicos rapidamente degradam, ficam infernais do ponto de
vista do amoníaco e outros dejetos da química humana em escala
peristáltica. (Por Alfredo Herkenhoff).
Eis o que escrevi dois anos atrás sobre o Carnaval Carioca do Xixi proibido. Pouco mudou: