segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Flamengo

Flamengo

domingo, 29 de novembro de 2009

Sabedoria, dinheiro e sexo: tatuagem na genitália


Um empresário muito rico decidiu fazer uma tatuagem. Chegando na loja do tatuador, pediu que reproduzisse uma nota de 100 reais no seu pinto.
Espantado o rapaz disse:
-Senhor, uma tatuagem no seu pinto vai ser muito dolorido, o senhor não prefere escolher outro local?
Decidido o homem insistiu. Curioso o tatuador perguntou:
-Mas senhor por que uma nota de 100 reais? E no pinto?
Percebendo o espanto do rapaz, o homem lhe explicou:
Meu amigo, eu tenho vários motivos:

Primeiro - Sou um empresário e adoro ver dinheiro crescendo.

Segundo - Minha mulher é economista e adora ver dinheiro entrando e saindo.

Terceiro - Minha amante é exploradora e adora ficar sugando o meu dinheiro.

Quarto - Minha secretária é ciumenta e adora saber que meu dinheiro está bem guardado e só ela usufrui dele.

E por último, porque vivo dizendo aos meus funcionários que um dia vou encher o rabo deles de dinheiro

Cria-se igreja evangélica com 418 reais em 5 dias

Reportagem de Hélio Schwartsman, intelectual judeu que se diz agnóstico, ou até ateu, mas nunca à toa, e que integra a equipe de articulistas do jornal Folha de S. Paulo, mostra que bastam cinco dias úteis e R$ 418,42 para criar uma igreja no Brasil com CNPJ, conta bancária e direito de realizar aplicações financeiras livres de IR (Imposto de Renda) e de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

A reportagem, publicada neste domingo, informa que não há requisitos teológicos ou doutrinários para a abertura de uma igreja nem se exige número mínimo de fiéis. Basta o registro de sua assembleia de fundação e estatuto social num cartório.

Além de IR e IOF, igrejas estão dispensadas de IPTU (imóveis urbanos), ITR (imóveis rurais), IPVA (veículos) e ISS (serviços), entre outros impostos. Se a Lei Geral das Religiões, já aprovada pela Câmara e aguardando votação no Senado, se materializar, mais vantagens serão incorporadas.

sábado, 28 de novembro de 2009

ONU critica Irã por usina nuclear, Lula se abstém


A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), órgão das Nações Unidas que monitora o uso da energia nuclear, censurou o Irã e exigiu interrupção do programa nuclear. O Irã ja havia anunciado a construção de uma nova planta de enriquecimento de urânio do país. O Brasil foi um dos países que se absteve em votar contra o programa iraniano. China e Rússia uniram forças com Grã-Bretanha, França, Alemanha e Estados Unidos para pressionar pela resolução, aprovada por 25 países na Junta de Governadores da Aiea. As potências ocidentais suspeitam que o governo iraniano tente construir uma bomba nuclear, mas lutam para obter o apoio diplomático da China e da Rússia. Vinte e cinco dos 35 membros da junta votaram a favor da censura. Foi a primeira contra o Irã na AIEA desde fevereiro de 2006. Apenas Venezuela, Cuba e Malásia votaram contra a resolução. Além do Brasil, Afeganistão, Egito, Paquistão, África do Sul e Turquia se abstiveram. A nova resolução pede que o Irã “suspenda imediatamente” a construção da nova planta. Além disso, diz que o país deve informar sobre possíveis outras plantas nucleares. Teerã deu garantias à AIEA que não tinha mais nenhuma instalação nuclear em setembro de 2008. Um ano depois, admitiu que construía secretamente a planta em Qom, desde a segunda metade de 2007.

A paciência dos Estados Unidos com o programa nuclear iraniano “está se esgotando”, advertiu o embaixador americano Glyn Davies, enviado de Washington à Aiea. Já o secretário de Exterior da Grã-Bretanha, David Miliband, aconselha o Irã a reconsiderar o programa nuclear para evitar algo mais sério.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Fascismo Antifumo: Fumante não é bandido

DEU NO ZERO HORA

COMPORTAMENTO

“Fumante não é marginal”

“Fumar foi sinal de status e atitude, principalmente para as mulheres. Homens compravam a marca com a qual se identificavam: o cowboy, o magnata do carrão, o jovem livre. Enfim, foi.

Hoje, o cerco se fecha contra fumantes. Sou fumante. Não sou contra nenhuma lei, mas sou contra a falta de bom senso. Por exemplo:

> Não concordo com a turma que fumou a vida inteira sabendo que estava fazendo mal ao corpo e depois vai pedir indenização às empresas tabagistas em razão de doença.

> Não concordo com o fumante que acende o cigarro dentro de um ambiente fechado obrigando todos a fumarem com ele.

> Não concordo com os locais de vidro fechado que expõem, como vitrina, as pessoas que fumam e as obrigam a ficar espremidas.

> Não concordo com os japoneses, que podem fumar apenas em locais externos demarcados. A multa por lá é altíssima.

> Não concordo que o local destinado a fumantes seja na rua, perto da porta. Se fosse dona de um restaurante, não gostaria que meus clientes entrassem no meio da fumaça.

Sou contra a falta de bom senso. Assim como os pedestres atravessam em locais errados, os fumantes sempre fumaram em locais errados. Agora, a fórceps, querem acabar com um direito, o de ser fumante e ter seu lugar, pelo menos, decente. Tenho, sim, liberdade de fumar. Fumante não é marginal. Você pode não gostar do cheiro, mas também posso não gostar do seu perfume. Nem por isso vou te colocar na chuva e no frio.

Não se fuma em local fechado. Mas em abertos pode. Se o fumante não pode entrar porque quer fumar, o não fumante que não reclame quando for aceso um cigarro na mesa ao lado, na rua. Entre e ocupe o lugar que é seu por direito.”

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Lei antifumo, vergonha nacional, fascismo na cara

Deu no site Conjur


O debate jurídico das contradições do cigarro

“Um tesouro escondido”. Assim definiu a professora titular do Departamento de Direito da Universidade de São Paulo, Teresa Ancona Lopez, ao se referir às teses, pesquisas e opiniões de 17 juristas proeminentes (ela, inclusive) a respeito de um tema que, se para alguns está fora de moda ou em vias de extinção, no meio jurídico continua em alta: o tabaco. Afinal, um produto (no caso, o cigarro) livremente comercializado e regulado ao extremo pelo Estado pode criar o nexo jurídico de provocar dependência entre seus usuários? Em outras palavras, é possível tratar o lícito como se ilícito fosse? Qualquer resposta irá enveredar em intensos debates a respeito da prescrição, defeito no produto, publicidade, nexo causal, dever de informar, boa-fé, livre arbítrio etc. Não é pouco.

Os aspectos processuais e civis desse tema integram a obra Livre-Arbítrio, Responsabilidade e Produto de Risco Inerente – O Paradigma do Tabaco (Editora Renovar, 543 págs), reunindo opiniões de pesos-pesados da área: Ada Pellegrini Grinover, Adroaldo Furtado Fabrício, Álvaro Villaça Azevedo, Arruda Alvim, Cândido Rangel Dinamarco, Eduardo Ribeiro, Fabio Ulhoa Coelho, Galeno Lacerda, Gustavo Tepedino, José Carlos Moreira Alves, Jose Ignacio Botelho de Mesquita, Judith Martins-Costa, Maria Celina Bodin de Moraes, Nelson Nery Junior, René Ariel Dotti, Ruy Rosado de Aguiar Junior, além da professora Teresa Ancona Lopez.

Nas palavras da professora da USP, os estudos enfrentam intrincados temas de direito intertemporal e o propalado diálogo de fontes entre o Código Civil e Código de Defesa do Consumidor, “sempre um desafio dos pontos de vista teórico e prático, sobretudo quando cotejado à tendência de redução dos prazos prescricionais”. Segundo ela, o acesso a esse valioso acervo doutrinário estava limitado a advogados, juízes e promotores envolvidos nos processos judiciais. Pela primeira vez, eles foram juntados e colocados à disposição do público em geral.

Ela destaca, ainda, os pareceres de natureza processual, que o dia-a-dia da contenda faz surgir e cuja resolução imediata a lei nem sempre oferece, reclamando, por isso, a opinião dos especialistas. “Os temas são convidativos: limites do poder de instrução do juiz, cerceamento de defesa, requisitos e cabimento da ação coletiva e inversão do ônus da prova”, observou.

A obra reúne trabalhos sobre o dever de informar acerca dos riscos do cigarro e como esse dever se articula com o conhecimento secular dos riscos inerentes do produto, o princípio constitucional da legalidade e o conceito da boa-fé.

Nazismo e antifumo no Brasil: venda não cai

Lei antifumo não afeta venda de cigarro
Texto abaixo foi avistado via Uol e enviado ao CdL por internauta:

Por MARIO CESAR CARVALHO

A combinação das duas medidas mais recomendadas pela Organização Mundial da Saúde para reduzir o consumo de cigarro -aumento de imposto e ambientes livres de fumo- ainda não produziu queda nas vendas no Estado de São Paulo.
Levantamento feito pela Secretaria da Fazenda do governo paulista a pedido da Folha mostra que a lei antifumo, em vigor desde 7 de agosto, provocou um pequeno recuo na venda no primeiro mês de sua implantação. O faturamento das empresas teve uma retração de 4,2% quando se compara o primeiro mês da lei antifumo (agosto) com o período imediatamente anterior (julho).
Na comparação entre janeiro e agosto, a oscilação é ainda menor -0,05%.
Em janeiro, o maço custava de 20% a 30% a menos do que hoje porque o governo federal não aumentara os impostos.
"Flutuação natural"<> A própria Fazenda diz que não é possível classificar a variação como uma queda, já que há uma "flutuação natural" nos números quando se comparam os valores mensalmente.
A arrecadação de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), coletado pelo governo estadual, variou ainda menos -houve uma oscilação negativa de 1,4%.
O caso mais famoso de queda na venda de cigarros no primeiro mês de uma lei antifumo é o Reino Unido. Em 2007, quando adotou uma lei similar à que foi aprovada em São Paulo, a venda caiu 11%. Um estudo da Philip Morris de 1992 estimava que o veto do fumo em locais de trabalho provocaria uma queda de 11% a 15% no consumo desses trabalhadores.
Vaivém
O aumento de imposto de cerca de 30% feito pelo governo federal em abril mostra como o mercado brasileiro é complexo.
Estudos do Banco Mundial apontam que o aumento de 10% no preço do maço provoca uma queda de vendas de 8% em países de renda média e baixa (como o Brasil) e de 4% em países de renda alta.
Já uma pesquisa realizada no Brasil em 2005 apontava que uma elevação de 10% no preço reduziria o consumo em 2,5% a curto prazo.
Em São Paulo, o aumento do imposto provocou dois fenômenos: revendedores compraram mais em março e abril, porque se sabia que a medida seria adotada, e quatro meses depois o faturamento havia voltado ao patamar de janeiro. Ou seja, a medida não provocou queda de consumo.
Dois pesquisadores ouvidos pela Folha dizem que três semanas é um período muito exíguo para aparecerem efeitos no consumo.
Tania Cavalcante, chefe da divisão de controle do tabagismo do Inca (Instituto Nacional de Câncer), aponta outro problema: o número de fumantes caiu de forma tão acentuada no país nos últimos anos (de 32% em 1989 para 16% em 2009) que ficou mais difícil reduzir de forma r ápida o percentual de dependentes.
"Na China, onde o percentual de fumantes é muito alto e a política antifumo é muito fraca, a queda seria maior", compara. A hipótese é que os que continuam a fumar no Brasil depois de uma série de políticas, como as imagens de alerta nos maços de cigarro e a proibição da publicidade, são os mais dependentes.
Roberto Iglesias, um dos raros economistas no Brasil que estudam o consumo de cigarro, afirma que o aumento dos impostos federais pode ter sido anulado pelo crescimento da renda do brasileiro.
Sobre a pequena variação na venda após a lei antifumo de São Paulo, ele tem uma hipótese climática: a de que em lugares com inverno pouco rigoroso as pessoas não se incomodam tanto em ir para a rua para fumar. Por isso, não houve queda no primeiro mês da lei, de acordo com ele.

Burrice, antifumo, fascismo, Lula e Arnaldo Jabor


Deu em O Globo:

ARNALDO JABOR

A burrice na velocidade da luz


24/11/09

A burrice mais crassa toma o poder no mundo. Claro que é uma generalização, mas a crescente complexidade da vida social, a superpopulação, o fracasso das ideologias, tudo leva ao declínio da esperança e conduz os homens à busca da "fé". A fé é aquilo em que acreditamos contra todas as evidências. Cai o teto da igreja, os fiéis morrem e os sobreviventes continuam a louvar Deus. E não só fé religiosa; mas política. Depois de um momento de esperança, de que tudo mudaria com Obama, vemos como ele é barrado pela muralha da estupidez e, em breve, do racismo. A democracia, com suas complexidades, traz a fome de autoritarismo. A grande sedução do simplismo (e do mal) é que ele é uno, com contornos concretos, visível. Mata-se um sujeito e ele vira uma "coisa" dominada.Nada mais claro que um cadáver, decapitado no Iraque ou na favela do Rio. Por outro lado, a democracia pressupõe tolerância, controle da parte maldita, animal, implica renúncias e a angustiosa contemplação da diferença.A estupidez, não: ela é clara, excitante, eficiente.É a vitória da testa curta, o triunfo das toupeiras. Inteligência é chata - com seus labirintos. Inteligência nos desampara; burrice consola, explica. O bom asno é bem-vindo, o inteligente é olhado de esguelha. Na burrice, não há dúvidas. A burrice não tem fraturas. A burrice alivia - o erro é sempre do outro. A burrice é mais fácil de entender. A burrice é mais "comercial". A burrice ativa e autoconfiante parece uma forma perversa de "liberdade". A burrice é a ignorância com fome de sentido. O problema é que a burrice no poder chama-se "fascismo". Há tempos, me impressionou a declaração de austríacos nazistas: "Votamos no Haider (o neonazista) porque não aguentamos mais a monotonia da política, o tédio do ‘bem’, do ‘correto’. Sente-se no ar uma fome de chefes. Ninguém se liga muito na liberdade fraternal. O sucesso planetário dos evangélicos, as massas delirando com ídolos de rock ou com ditadores como Chávez e Ahmadinejad mostram a solidão da democracia diante dos anseios por slogans irracionais, pelo fundamentalismo da crueldade prática das "soluções finais".Nos anos 60, havia o encantamento de uma nova era, com a glória da juventude, a alegria da democracia criativa; achávamos que a ciência e a arte iam nos trazer uma nova beleza de viver. Em 68, não foram apenas as revoltas juvenis que morreram; começou uma vida congestionada, sem espaço para sutilezas de liberdade. O ano de 1968 virou o mundo para a direita, depois de um breve e claro instante. Assassinarem Luther King, Bob Kennedy, Praga livre foi massacrada. Na cultura, os anos 70 começaram com a frase profética de Lennon de que "o sonho acabara" e, logo depois, com a morte sintomática de Janis Joplin e Hendrix, com o fim dos Beatles e com a chegada dos caretas "embalos de sábado à noite". Parece bobagem, mas uma falsa "liberdade" careta (disfarçada de "revolta") virou o principal produto do mercado de massas - a volta da burrice foi triunfal.Claro que o mundo está mais informado, comunicando-se horizontalmente, digitalizado pelos milagres da tecnologia da informação, internet etc... Claro. Mas os efeitos colaterais são imensos. Vejam nos Twitter e Orkuts da vida a burrice viajando na velocidade da luz.Junto com a revolução da informação há a restauração alegre da imbecilidade. Lá fora, Forrest Gump, o herói babaca, foi o precursor; Bush foi seu sucessor, orgulhoso da própria burrice. Uma vez, em Yale, ele disse: "Eu sou a prova de que os maus estudantes podem ser presidentes dos EUA".Atenção: não penso em Lula no Brasil, não. Ele é inteligentíssimo e tem a sagacidade de usar a ignorância não só como medalha de sucesso ("Eu era ignorante e venci"), mas sabe também, brilhante e pragmático, que as plataformas políticas têm de ser óbvias e de fácil leitura.Vai explicar o que é "sub-peronismo" para as massas do Bolsa Família.Daí, uma das razões para o "nada" da oposição atual tucana: a dificuldade de se formular uma plataforma suficientemente burra para ser entendida. No Brasil, contaminado pelo ar do tempo, a fome de simplismo domina a política, a cultura e a vida social. Vivemos em suspense, pois o pensamento petista, dominante entre acadêmicos e intelectuais (mesmo os que se opõem, têm medo de ser "contra"), continua com a ideia de "confronto", de "luta de classes", de "tomada do poder", como tumores inoperáveis na cabeça.Isso cria também entre nós apenas um ânimo de queixas e rancor diante da vitória acachapante do "lulismo". Não há mais polêmicas; apenas a aceitação do atual governo como um destino inevitável.Lula não é filho do Brasil não; é o "cavalo" do Brasil - nele baixaram todos os desejos simplistas da população, que ele executa com maestria e maquiavelismo. Muita gente acha que a burrice é a moradia da verdade, como se houvesse algo de "sagrado" na ignorância dos pobres, uma sabedoria que pode desmascarar a "mentira inteligente" do mundo. Para eles, só os pobres de espírito verão Deus, como reza a tradição.Lula pensou, brilhantemente: "Sabe o que mais? O Brasil é burro demais para uma política sofisticada. Vou manter a macroeconomia que o FHC deixou e aceitarei toda a canalhice do sistema político; é a única maneira de governar". É incrível, porque a mistura de sorte na economia mundial com esta "sabedoria da ignorância" tem dado alguns bons resultados.Há no ar uma fome de regressismo autoritário, como se do casebre com farinha, paçoca e violinha viessem a solidariedade e a paz que deteria a marcha do mercado voraz. É espantoso, repito: um mundo cada vez mais complexo e evoluído na tecnociência anseia pela obviedade autoritária. Do Islã à velha esquerda queremos o maniqueísmo e o voluntarismo grosso.Outro dia, vi um daqueles "bispos" de Jesus de terno e gravata na TV, clamando para uma multidão de fiéis: "Não tenham pensamentos livres; o Diabo é que os inventa!".

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Antifumo, vexame carioca, a morte do bom senso

O carioca entre cigarros, cocos e a morte do bom senso

Publicada em 23 de novembro de 2009 no site de O Globo

Do leitor Claudio Jorge Reis de Castro com aplausos deste Correio da Lapa

Estão matando ciganos! Tudo bem, eu não sou cigano... Estão matando índios! Tudo bem, nunca passei nem perto de uma tribo... Estão matando os cariocas! Opa, aí sou contra! Por que me matar? Não fiz nada!

Isso é exatamente o que está acontecendo no Rio, aliás no Brasil todo, com as atuais "leis festivas de proibição geral". Estamos nos tornando, cada vez com mais alarde e apoio quase geral, um Estado policial que, ao invés de criar leis educativas e democráticas, tem se dedicado apenas a criar leis proibitivas e autoritárias.

Antes que perguntem: sim, sou fumante. O que atualmente é quase que admitir ser um assassino em massa. Um genocida em potencial.

Quando surgiram os primeiros rumores de que o fumo seria proibido em todos os locais, até os abertos, uma multidão de não fumantes vibrou como quem comemora um gol de final de Copa do Mundo. Eles não são ciganos!

Agora proibiram o "coco nosso de cada dia de sol". Existe algo mais carioca que o trio "praia+água de coco+biscoito Globo"? Mais uma vez uma leva de defensores da ordem vibrou com a notícia: tem mais que proibir a bagunça na areia. Eles não são índios!

E quando chegar a vez dos "cariocas"? Quem defende essas leis, pensando somente na sua realidade, esquece que uma hora virão outras que poderam atingí-los diretamente. Inevitável como o tempo. E aí? Como ele irá aceitar o entusiasmo de outros defensores do projeto que tanto o afeta? Será que irá lembrar de como cooperou com as leis anteriores? Com quem ele irá contar para questionar a criação da lei se somente seu grupo é prejudicado e os demais só se preocupam com seus interesses?

Vejam bem, não defendo que todos devem ficar sujeitos à fumaça de cigarro ou aos entulhos de coco na areia da praia. Meu ponto é que existem alternativas democráticas, para não dizer de bom senso, para estas questões, sem ter que se recorrer à proibição radical. No caso do cigarro, poderíamos proibir em locais onde as pessoas não têm opção de ir ou não, como bancos e repartições, mas, no caso de bares, facultar ao dono do estabelecimento a política de fumo adotada.

Nesta linha, o dono do bar terá que informar se em seu espaço pode fumar ou não. Em caso positivo, deverá pagar adicional de insalubridade para os garçons. Desta forma, quem quer fumar vai a um bar onde fumo é aceito. Quem é contra vai a outro, onde não é permitido. Liberdade para o empresário e para o cidadão! Hoje os fumantes não têm liberdade de consumir seu produto, legalizado, de forma tranquila. Perderam a liberdade.

Quanto ao coco, por que não fiscalizar e punir aqueles que largam lixo na praia ao invés de proibir totalmente? Mais uma vez, as pessoas conscientes em cuidar manter a limpeza do nosso ambiente foram penalizadas. Perderam a liberdade.

Não podemos esquecer também da cerveja ao redor no Maracanã. Por causa de poucos arruaceiros que bebiam e causavam tumultos, decidiu-se proibir radicalmente todo o consumo e venda de bebidas ao redor do estádio. Mais uma vez, uma multidão, em sua maioria não apreciadores de cerveja, comemorou. Por que não fiscalizar e punir os baderneiros ao invés de proibir tudo? O comerciante local, pagador de impostos, que tem sua maior renda nos dias de jogos, perdeu. O cidadão de bem, que só quer beber sua cerveja no dia do jogo de seu time, também. Perderam a liberdade.

Só neste texto já citei três exemplos de leis recentes que nos privaram de liberdade, não de todos os cidadãos, mas de grupos específicos. Estamos vivendo uma época ruim, onde o radicalismo está prevalecendo sobre o bom senso. Onde a proibição está superando a educação. Proibir não educa, fiscalizar e penalizar sim. Nunca o "É proibido proibir" foi tão atual... É uma época onde estamos olhando para nossos interesses sem pensar no próximo. Sem nem lembrar que nós somos os próximos.

Estão matando os ciganos! Estão matando os índios! Estão matando os cariocas! E o bom senso já morreu faz tempo!

Irã na Área: Lula Vacilão festeja mais um ditador

Correio da Lapa contra aquele abraço de Lula com o xiita radical

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse ao Brasil, abraçado ao presidente Lula, que Israel e Estados Unidos “não têm coragem” de atacar o país dele. O que ganha Lula com tanto carinho para o líder xiita? O que ganhamos nós com essa história de promover a paz no Oriente Médio e no Mundo Inteiro? Ora, se não promovemos a paz nem no Morro do Juramento, vamos brincar com a verdade? O fato é que o Irã de fundamentalismo islâmico revolucionário não aceita sequer a liberdade de expressão. Ditadura da religião. Desrespeito às minorias sexuais e religiosas, discriminação contra as mulheres, assassinato dos gays etc.

Dizer que está promovendo o diálogo é pouco, presidente Lula. O Irã não é Honduras. O Irã não é pacífico. Dias atrás, comemoraram com barulho um aniversário da tomada de 52 reféns na Embaixada de Washigton em Teerã, quando os fanáticos mantiveram aquelas pessoas, funcionários americanos sem culpa de ter um emprego público, num cativeiro de mais de um ano, que já nem nos lembramos a duração de tão longo que foi aquele ridículo atroz que a história não apaga.

Lula perdeu pontos na comunidade internacional. Nada de rapapé com um regime totalitário. O líder que constrói a bomba nuclear no subsolo do Irã ganha mais do que o Brasil ao fazer essa visita teatral ao nosso país, porta de entrada para mais papagaiada na Bolívia de Evo Morales e Venezuela de Hugo Chávez, este exportando as mentiras e os apagões de Caracas para o Rio de Janeiro.

A política externa da era Lula é o ponto mais fraco da sua administração. O melhor, a estabilidade no plano macro da economia. O mais sensível, a política, mesmo exagerada, de distribuição de renda via bolsa-família esmolada, política esta que tem de ser reduzida, paulatinamente, porque não traduz eficiência e, a médio prazo, gera atraso econômico e social. Esmola não é inclusão social, é mera emergência. Mas, no caso brasileiro, já se transfigura em prática eleitoreira, ou compra de votos com aprovação do Congresso e do Supremo, dois Poderes Extremamente Indulgentes com o Executivo.

Fumantes Famosos







Gênios

Concurso gigante anulado, vexame recorde

O Estado de Mato Grosso é igual ao Brasil: uma bagunça


O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, afirmou no início desta semana que não há indícios de fraude no concurso recorde para 10 mil cargos públicos, com inscrição de quase 300 mil candidatos. A prova foi anulada dias atrás, causando prejuízos para milhares de pessoas que viajaram milhares de quilômetros para fazer o exame, em meio a suspeitas de vazamento e em meio à constatação de desorganização generalizada. O concurso desenhado para entrar no livro dos recordes como o maior do gênero entrou como apenas mais um típico deste Brasil da propaganda e da mentira.


No Ministério Público Estadual, os peritos do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) realizam perícia nos computadores apreendidos em residências de pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, no concurso realizado pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

"Ante as notícias de possível fraude, tivemos que tomar medidas acautelatórias para averiguar a veracidade ou não das informações. Foram apreendidos computadores, mas somente após perícia será possível concluir se houve ou não fraude, dolo. Temos obrigação funcional de apurar, mas temos também o dever de fazer um trabalho sério e imparcial. Não vamos dizer que houve fraude sem comprovação. Qualquer conclusão antes da perícia é precipitada", afirmou o procurador de Justiça Paulo Roberto Jorge do Prado. Ele explicou que "o concurso foi anulado em razão da total desorganização. Provas que eram para ser realizadas à tarde foram entregues pela manhã. Candidatos a um cargo receberam provas para outro cargo”.

Outros não tiveram acesso ao local de realização das provas por falta de organização. Isso tudo é suficiente para anular o concurso e demonstra que a decisão do governador foi corretíssima", disse ele. O procurador defende o afastamento da Unemat do concurso, "pois os fatos demonstram por si só a falta de estrutura da instituição para realização de concurso com tamanha envergadura".

Fumo, Fascismo e Nazismo no Rio de Janeiro?


Sinal de alerta: Lei Antifumo e fascismo nas ruas do Rio de Janeiro sob o governo Sérgio Cabral:


Atenção para o perigo dessa gente inconstitucional!

Barzinho em Botafogo, cadeiras vazias, porque dentro ninguém mais pode fumar, apesar de boteco aberto, pé-direito alto etc. E entra um fiscal e arranca o isqueiro que pendia por uma corrente no boxe do gerente. Detalhe: o fiscal arrancou não apenas o isqueiro, mas a corrente também. Deu sinal de força fascista, desrespeitosa, agora é proibido ter isqueiro no caixa do português.

Fascismo vai criando asas no Rio de Janeiro:

No shopping Nova America, em Bonsucesso, há cartazes dizendo que é proibido, por lei estadual, fumar em qualquer lugar aberto ou fechado daquele estabelecimento. O fumo está proibido até no imenso estacionamento a céu aberto, que pertence, não o céu, mas o terreno, ao estabelecimento. Os funcionários e clientes que ali fumam, ao arrepio da lei, conversam em tom de lamento sobre o sentimento de terem sido elevados à categoria de lazarentos do século 21.

O shopping tem a famosa Rua do Rio e tem outra rua de restaurantes a céu aberto. Pois bem: lazarentos são esses falsos higienistas de plantão, querendo proibir até a venda de cigarro. Em dois restaurantes daquele shopping, informarm a mesma coisa a este Correio da Lapa: estamos recebendo orientação para parar de vender cigarros. Viu? O fascismo vem a cavalo correndo atrás do dono.

Brasil, terra do líder iraniano abraçado com Lula

Já conhecemos essa história. Outros exemplos de fascismo explícito estão acontecendo por aí. E já se vê uma ampla modificação nos hábitos de consumo e confraternização de fumantes no Rio de Janeiro às escuras. Bares antes cheios estão vazios. Calçadas valorizadas. Quem estendia toldo não mais o faz, senão os fumantes ficam ainda mais longe e consomem menos.

Proibiram até o fabrico de fumódromo.

Lei e propaganda, unidas sob a égide de políticos de segunda categoria, resultam nesse clima obscuro.

Internauta anônimo sugeriu ao Correio da Lapa que fumantes se unam numa passeata na Avenida Rio Branco para pedir moderação e esforços contra o fascismo galopante.

Para ler mais sobre o exagero nacional, sobre esta cafonália, as mentiras, sobre os moralistas repressivos ao longo da história e no Rio de Janeiro, enfim, sobre essa gente brega que não faz arte e nem tem ligação com quem faz, se ligue no seguinte link deste irritadiço CdL:

http://correiodalapa.blogspot.com/2009/11/editorial-contra-legislacao-antifumo.html

Apagão Nacional e os after-apagões cariocas


Correio da Lapa no escurinho do blog

Por Alfredo Herkenhoff



Primeiro um grande apagão, nacional, apotetótico, ou ótico, ou caoticamente iluminado, escuridão das boas-vindas ao líder xiita de homofobia assassina. Depois do apagão não-previsto pelo governo, os apagões na Zona Sul do Rio de Janeiro. E mais 15 dias, novos apagões na mesma região da cidade. Tal qual o fascismo, a falha de gerenciamento vem aos poucos, insidiosamente, exibindo a sua índole. A incompetência é uma política de esvaziameno da competência. Aviso aos bairros que começam a se dar conta de que devem se acostumar a ficar sem energia elétrica: a culpa é do IPI, reduziram os impostos, e a plebe ignara danou a comprar ar refrigerado. A culpa é do calor de novembro, recorde dos últimos anos. A culpa nunca é do político e seus apaniguados sem preparo e mal indicados para administrar a coisa pública. A culpa nunca é da concessionária nem do ministério do santo senador Edison Lobão.

A verdade é que nem os funcionários da Light sabem a origem dos apagões. Vamos viver de otimismo e lanternas. Hugo Chávez faz escola. Banho de dois minutos, lanterninha na mão. O Rio de Janeiro está ficando parecido com Caracas: favelas, banditismo, apagões e políticos demagógicos vivendo mais de propaganda e impostos do que competência e visão correta diante das possibilidades e dos riscos de cada decisão.

Dias atrás, este Correio da Lapa exibiu um anúncio de gerador portátil para uso doméstico: 500 pratas, quatro litros de gasolina, e quatro horas de luz na sua casa. Mas como os novos after-apagões da Grande Terça Negra estão durando oito, nove ou dez horas, vale investir num gerador com capacidade de oito, nove ou dez litros, tudo na faixa entre 500 a mil reais. A instalação é simples na rede elétrica privada de sua casa. Escureceu, aperte um botão do gerador que a luz volta. Os vizinhos que votam em Lula Rousseff vão morrer de inveja.

Mas não haverá perigo em manter quatro litros de gasolina dentro de casa? Pouco, o sistema é seguro. Claro, o diesel é mais seguro, nem um fósforo aceso jogado no diesel o incendeia. Já os vapores da gasolina são inflamáveis... Perigo sim... Mas os geradores estão saindo, pouco importanto o nível do IPI de Lula. Minha paciência está chegando ao limite.


Artes Visuais: Neo-Neo no Rio de Janeiro 2009

Dezembro vem aí com neoconcretismo total
Por Alfredo Herkenhoff

Pergunta de Liege M. Gonzalez a Ferreira Gullar:

Sua biografia diz que, quando descobriu a vocação para escritor, o Sr. passou dois anos lendo só gramáticas. Obstinação ou perfeccionismo?

Não, nada disso, eu era garoto e fiz uma redação para a escola e a professora achou muito bem feita, mas não deu nota máxima porque tinha dois erros de português. Eu tinha 13 anos, achei que poderia ser escritor, mas para isto eu não podia errar gramática, então comecei a ler gramática. Não era mania, talvez eu fosse um pouco exagerado, mas se você vai desenvolver uma atividade em qualquer terreno, seja um metalúrgico ou eletricista, você tem que conhecer o instrumento de trabalho, as regras. Você pode até quebrá-las ou mudá-las depois, mas tem que conhecer. Quem dera que os artistas de hoje resolvessem aprender direito seu ofício em vez de ficar fazendo besteira.

Texto avistado no site: http://www.soartecontemporanea.com/

Jackson Pollock, Moby Dick, mera ilustração da expressão

Neste nosso Correio da Lapa (CdL) publiquei meses atrás uma entrevista-fantasma monstro com o mesmo craque Ferreira Gullar. Como o CCBB no Rio de Janeiro está abrindo mostra neoconcreta na quarta-feira, 2 de dezembro de 2009, vale a pena dar uma olhadinha esperta na tal fantasia de jornalismo silenciosamente visual com o poeta-crítico carioca-maranhense.
Na surdina, lembro ainda que, na mesma noite de 2 de dezembro, haverá a grande decisão no Maracanã entre Fluminense e LDU, na final da Copa Sul-Americana. Para ver a entrevista-fantasma, siga o seguinte link:
http://correiodalapa.blogspot.com/2009/06/ferreira-gullar-entrevista-fantasma.html
E quem quiser ler agora o manifesto neoconcretista de 1959, se ligue no link:
http://marginaisherois.blogspot.com/2009/11/manifesto-neoconcreto-de-ferreira.html

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Thanks pelos gols perdidos


Flamengo e Goiás, São Paulo e Goiás

O obscurantismo e o fanatismo de Ahmadinejad

Ahmadinejad com Lula no Brasil nesta segunda-feira...

Por Victor Barone
(CdL: texto avistado via Google Notícias)

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, chega ao Brasil nesta segunda-feira para uma visita oficial de um dia. Além de encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), Ahmadinejad virá acompanhado de 200 empresários. Mas não é o roteiro de Ahmadinejad que chama a atenção. O que tem eriçado a opinião pública são as políticas adotadas pelo presidente iraniano. Ahmadinejad executa homossexuais, frauda eleições, tortura opositores políticos, sustenta economicamente países falidos como Cuba e Nicarágua, para transformá-los em massa de manobra geopolítica. Ahmadinejad preside um país onde os direitos humanos não são respeitados, onde minorias religiosas e as mulheres são discriminadas.

De todas as questões que podem ser levantadas contra o regime de Ahmadinejad, entre elas o desenvolvimento de armas nucleares e a negação do holocausto judeu, três são irrefutáveis e odiosas: a perseguição aos homossexuais, a discriminação das mulheres e o cerceamento da liberdade de expressão e de pensamento.

Na entrevista concedida ao jornalista William Waack, quando indagado sobre suas declarações contra homossexuais, Ahmadinejad sorriu e disparou a seguinte insanidade: “Eu não espero que todas as pessoas do mundo concordem com minhas opiniões. As pessoas têm visões diferentes. Mas pensamos que homossexualidade é contra a natureza. Penso que se a homossexualidade se expandir a humanidade vai deixar de existir. É o caminho errado. É perverso. Todas as profecias divinas condenam esse caminho. Isso vai causar uma série de doenças físicas e sociais.”

Não foi a primeira vez que o presidente do Irã expôs de forma tão clara sua posição totalitarista. Em 2007, durante um evento na Universidade Columbia, em Nova York, ele já havia desafiado a lógica ao dizer que não existem homossexuais no Irã. “Nós não temos isto em nosso país. No Irã, nós não temos homossexuais como no seu país (os EUA).”

Em entrevista à BBC Brasil, pouco depois das declarações de Ahmadinejad em Columbia, o ativista Arsham Parsi, diretor executivo da IRQO (Iranian Queer Organization), uma organização iraniana que luta pelos direitos dos homossexuais, disse que os gays do Irã vivem sob constante ameaça não apenas da polícia e do governo, como também da sociedade: “A vida para um gay iraniano é muito dura, por falta de informação sobre o assunto e falta de segurança também. Ele tem que usar uma máscara 24 horas por dia. Você não pode ser jovem e gay no Irã.”

Homossexuais

Vivendo atualmente no Canadá, Parsi fugiu do Irã em 2005 quando descobriu que a polícia pretendia prendê-lo por suas atividades em devesa dos homossexuais: “Comecei a organização no Irã através de uma rede de e-mails. Ela foi crescendo e em 2005 recebi ameaças por ser ativista. Eu trabalhava em casa, tinha meu telefone divulgado, e a polícia havia me rastreado. Quando descobri, deixei o Irã em dois dias, e nunca mais voltei.”

Segundo Parsi, de acordo com a sharia (conjunto de leis e regras de comportamento prescritas para os muçulmanos), os homossexuais podem ser perseguidos e condenados à morte por apedrejamento, forca, corte por espada ou sendo jogados do alto de um penhasco. Um juiz da corte islâmica decide como ele deve ser morto. “É impossível saber os números de execuções por homossexualidade, porque eles não são divulgados pelo Ministério da Justiça.”

A QUESTÃO FEMININA

A questão feminina no Irã é outro ponto importante quando analisamos o regime representando por Ahmadinejad. Poucas são as mulheres iranianas que ousam desafiar as leis impostas desde a Revolução Islâmica. Algumas, no entanto, levantaram sua voz, como Azar Nafisi. Professora de literatura inglesa na Universidade Johns Hopkins, em Washington, ela é autora do livro Lendo Lolita em Teerã, um retrato sensível e chocante da situação das mulheres no Irã no início do século 21, que relata a experiência de Nafisi e de sete alunas da época em que ela lecionava na Universidade de Teerã. Por dois anos elas desafiaram a repressão do regime em encontros semanais onde discutiam autores proibidos no país, como Henry James e Vladimir Nabokov.

Os relatos de Nasifi sobre as condições do Irã logo após a revolução são um retrato melhorado do que ocorreu em outros países nos quais o fundamentalismo islâmico assumiu o poder, como o Afeganistão, onde um grupelho transformou em lei uma versão tacanha da sharia.

A idade mínima para o casamento passou de 18 para 9 anos. O apedrejamento até a morte se tornou o castigo para o adultério e a prostituição. Nos ônibus, adotou-se a segregação. Destinaram-se às mulheres a porta traseira e os assentos no fundo do veículo… Um vestígio de maquiagem, uma mecha de cabelo para fora do véu e eles vinham, implacáveis. Prendiam-nos, arremessavam-nos para dentro de carros, deixavam-nos em prisões imundas, chicoteavam-nos. Por fim, jogavam-nos nas ruas. A situação era pior para as solteiras. Muitas de minhas alunas tiveram de passar por coisa pior, como o teste de virgindade. Não havia nada mais humilhante e nojento do que aquilo, feito em qualquer lugar, sem nenhuma assepsia, a qualquer hora. Quantas jovens não foram presas e chicoteadas só porque, sem querer, cruzaram o olhar com o de um guarda?

A situação iraniana hoje é menos sufocante, as mulheres podem se dar ao luxo de usar véus coloridos e batom – mas as leis discriminatórias continuam as mesmas. Uma mulher vale a metade de um homem em depoimentos no tribunal e em casos de indenização. Na divisão da herança, uma filha pode levar apenas metade da quantia recebida por seus irmãos. Uma menina pode ser forçada a se casar a partir dos 13 anos, e seu marido pode proibi-la de trabalhar fora de casa ou estudar quando quiser. Para viajar ao exterior, é necessária uma permissão por escrito do marido. Caso se divorciem, ele ganha a custódia dos filhos com mais de 7 anos. Elas são proibidas de ser magistradas e não ocupam o posto de ministra há três décadas.

REPRESSÃO

O ex-vice-presidente reformista do Irã, Mohammad Ali Abtahi, acusado de fomentar protestos de rua após a eleição presidencial de junho, foi solto ontem (domingo, 22) depois do pagamento de uma fiança de 700 mil dólares. Ele havia sido condenado a seis anos de prisão. O Judiciário do Irã disse na semana passada que cinco pessoas foram condenadas à pena de morte e 81 à permanência de até 15 anos na prisão devido aos protestos e atos violentos após as eleições.

Esta é uma faceta macabra do regime iraniano, a total ausência de liberdade de exprimir convicções. Teerã não tolera a diferença. Durante os protestos de junho, o Twitter foi uma importante ferramenta de interação e de manifestação política, sustentando os opositores de Mahmoud Ahmadinejad, driblando a censura e levando ao mundo imagens da repressão.

Incapaz de conter as manifestações em massa da oposição, o governo iraniano ampliou o cerco à veiculação dos protestos. A Guarda Revolucionária emitiu um alerta a blogueiros e usuários de outras ferramentas de mídia online exigindo que todo conteúdo que “crie tensão” fosse eliminado de suas páginas na Internet. O ambiente virtual foi o refúgio das centenas de milhares de opositores diante da expulsão dos jornalistas estrangeiros e do silêncio da mídia estatal sobre a crise política no país.

Mala Branca do S. Paulo X Vermelha do Flamengo


O Botafogo jogou com raça, com até alguma infantilidade, mas mostrou um futebol romântico e vistoso ao superar o São Paulo por 3 a 2. O Flamengo desperdiçou uma chance de assumir a liderança do Brasileiro e ficou no 0 a 0 com o Goiás, no Maracanã cheio. Mas não faltou raça. O jogo foi justo, um empate espetacular, com as duas equipes errando pouco, goleiros errando nada. O artilheiro Adriano aposta que o tricampeão paulista, líder com 62, vai tropeçar frente ao Goiás no Serra Dourada, na próxima rodada.


Será que o São Paulo vai enfrentar o mesmo brilhante Goiás que jogou superbem no Maraca? O São Paulo, do cheque da Mala Branca, enfrentou um Barueri diferente do que derrotara o Flamengo por 2 a 0. O cartola do Barueri, dando uma de chocado, tirou do time, numa punição esquisita, os melhores jogadores, incluindo o artilheiro Val Baiano. Alegação umas três semanas atrás: insinuar que existe mala voadora nos vestiários.

Agora resta à nação do Flamengo torcer para um tropeço são-paulino, resta sonhar que a mala vermelha será uma realidade no Serra Dourada. Mas isso é mais sonho do que realidade.

"Estamos na luta. Acreditamos que ainda há esperança", disse Adriano.

"Vamos torcer para que o Goiás contra o São Paulo jogue e corra tanto quanto fez contra a gente", disse o rubro-negro Zé Roberto.

O Flamengo pega o coirmão Corinthians no Brinco de Ouro da Princesa e pega e Grêmio sem Theco no Maracanã na última rodada.

O São Paulo, que se for campão, será louvado, pois tem um belo time, sabe, entretanto, que torcedores de diversos times sentem o cheiro da eficiência gerencial fora das quatro linhas.
Verdade ou mentira, a guerra do futebol nos papos de esquina virou um duelo de malas: a branca tricolor e a vermelha rubro-negra.

domingo, 22 de novembro de 2009

Poema de Giuseppe Ungaretti no Correio da Lapa


SAN MARTINO DEL CARSO


Di queste case
non è rimasto
che qualche
brandello di muro

Di tanti
che mi corrispondevano
non è rimasto
neppure tanto

Ma nel cuore
nessuna croce manca

È il mio cuore
il paese più straziato



San Martino del Carso, terra do poeta, um lugarejo destruído na Itália durante a Primeira Guerra Mundial. Giuseppe Ungaretti foi um grande poeta e que, qual Levy Strauss, veio ao Brasil lecionar na USP na década de 1930, por aqui ficando uma meia dúzia de anos. Segue uma tradução livre deste poema que decorei no original quando eu tinha 16 anos de idade e nunca mais esqueci. (Por Alfredo Herkenhoff)

Dessas casas
não sobrou
mais do que alguns
pedaços de muro

De tanta gente
que eu gostava
não sobrou também
quase ninguém

Mas no meu coração
não falta nenhuma cruz

O meu coração
é o lugar mais desgraçado

Tradução by Alfredo Herkenhoff

Cabral, Lula e Paes na fábula dos 3 Porquinhos

Bunda Antifumo


a delicadeza do pênis

Editorial contra a legislação antifumo

Correio da Lapa com a esquadrilha da fumaça

Editorial contra a lei antifumo


A lei antifumo entrando em vigor nas grandes cidades e logo em todo o Brasil é algo que só tem precedentes no tempo de Hitler, com a Juventude Nazista como falso movimento da falsa pax romana que pregava mente sã em corpo são. Hitler só aceitava que uma única pessoa fumasse em seu gabinete, e era Benito Mussolini. Os generais nazistas fumavam na ante-sala.... Certo ou errado? Os soldados da libertação fumavam, lutavam com cigarro Lucky Strike na boca e na fachada de quartéis improvisados no teatro de guerra europeu. Luta renhida contra um regime enlouquecido de fúria assassina.

Mas os americanos, de forma insidiosa, foram sucumbindo ao moralismo da virtude repressiva e paulatinamente impondo as restrições ao tabagismo. Sucumbiram ao desrespeito à História de tanto respeitar a lei elaborada de forma agressivamente moralista.

Como somos macacos da globalização, imitamos os americanos em dose ainda mais cavalar. Pensava-se até uns dez anos atrás que França, México e Brasil resistiram à judicialite aguda de Tio Sam. Não resistiram. Dois meses atrás, Barack Obama disse que estava tentando, em vão, parar de fumar. Dias atrás, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, exclamou demagogicamente moralista:

“É um absurdo achar normal que o estabelecimento deixe um cidadão fumar em qualquer lugar. Dei o exemplo e parei de fumar há 48 horas”.

No tempo da vovó Maria, não se falava em fumante passivo na cozinha de fogão de lenha e fumaça. É natural que os fumantes, cientes do mal que fazem aos pulmões, aplaudam as restrições ao tabaco. Assim, fumam menos. Antes fumávamos até dentro de aviões e dos ônibus da Itapemirim. Havia até um cinzeirinho de aço no braço de cada poltrona.

Sim, restrições são bem-vindas, mas há direitos constitucionais sendo desrespeitados, e isso parece pouco, mas é o princípio de perigos maiores logo à frente.

No bojo das legislações em evolução contra o fumo, já se tentou fazer do comerciante dono de bar um policial. Se eu fumo num bar, o dono sofre 30 mil reais de multa. Valores exorbitantes enquanto a cidade pega fogo, com a metrópole fumegando ódios, registrando 15 assassinatos por dia, na maioria de gente pobre e negra.

O choque do buraco seria uma pena alternativa na lei antifumo do Rio. O fumante apanhado em flagrante escolheria um trabalho em prol da comunidade, por exemplo: tapar buracos e enfrentar outras mazelas de uma prefeitura arrogante, inoperante e anticarioca da gema.

Beiramos o fascismo. A calçada da Avenida Rio Branco tem vários pontos em que é só buraco, desvãos e riscos. A Rio Branco de noite, não fosse a luz de algumas fachadas de edifício, é tão mal iluminada que dá medo. Qualquer arteriazinha de São Gonçalo ou Nova Iguaçu é melhor iluminada do que a Rio Branco. E uma fedentina em vários pontos do Centro do Rio envergonha os narizes mais tolerantes.

Nos bares e restaurante do Leblon os clientes, não mais podendo fumar, talvez migrem para drogas mais perigosas, como a cocaína barata e inodora e também farta na fumaça das vítimas adolescentes em cada cracolândia de centenas de cidades brasileiras.

Quase 30 milhões de brasileiros pagando impostos e sem direito a pitar um cigarro na varanda de um bar...

A legislação, ao proibir o fumódromo, afronta direitos comezinhos do bom senso. Estamos a um passo de proibir o cigarro como se proíbe a maconha ou a cocaína.

Como na proibição do bingo, que cassou 100 mil postos de trabalho, corrremos o risco de ver o cigarro nas mãos do crime organizado, sem impostos para o governo com tantos desafios a superar.

Por que eu, modesto empresário, não posso abrir um estabelecimento com as seguintes características. Ramo: Restaurante; os garçons só podem se candidatar a um emprego nele se provarem que são fumantes há mais de dez anos. E um aviso bem grande à porta: Casa de fumantes. Quem não gostar de cigarro que procure outra freguesia. Mas não, o que estamos vendo é fascismo galopante.


Sem alternativa, sugerimos, já na chacota e na estapafúrdia, que o charmoso Bar Restaurante Café Bistrô Jobi, na Avenida Ataulfo "do" Paiva, em vez de apenas aqueles velhos lustres no teto, pendure uma espécie de escafandro moderno, um smoking spot suspenso por um fio que na verdade é um tubo exaustor. Assim, o fumante pede ao garçom para descer uma campânula do teto do Jobi. A geringonça, que haverá de ficar bela com um design de algum artista brilhante, desce até a altura da cabeça do cliente. Ele fuma ali dentro daquele globo salvador, enquanto prossegue na discussão da rodada do futebol. E a fumaça sobe direto para o quinto dos infernos da purificação.


Viva o SindRio que insiste em lutar na Justiça contra os exageros da legislação chinfrim dos moralistas de plantão.

O governo gasta recursos para atacar alvos não prioritários, pessoas que trabalham, pagam impostos e querem fumar com outros fumantes. Mas cerca de 30 milhões de pessoas se vêem proibidas por terem seguido a propaganda de tempos atrás, quando se vendia charme como fumaça. Ou fumaça como saúde. Tudo ilusão, evanesce o bom senso, desaparece a alegria.

Por Alfredo Herkenhoff


sábado, 21 de novembro de 2009

Pedofilia 2, Lua Nova, bate recorde na estreia


Correio da Lapa denuncia: pedofilia faz sucesso com aval oficial de Hollywood

Mal estreou o filme, e Lua Nova já começa a mostrar seu poder. Segundo o site Hollywood.com, a sequência do filme Crepúsculo arrecadou mais de US$ 26 milhões apenas em suas primeiras horas pós-lançamento. A sequência de Crepúsculo supera o recorde de Harry Potter e o Enigma do Príncipe.

Pois o filme, segundo sábios analistas anônimos americanos no Youtube, é uma forma sublimada de pedofilia. A menina de 19 anos, maior de idade na ficção, mas uma atriz que todo mundo sabe que na vida real tem apenas 17, se apaixona ou se envolve com um jovem de 20, na verdade um vampiro, um garoto sugador de sangue com apenas 100 anos, o que, no mundo eterno dos malditos irrefletíveis, é um bebê assassino. Mas não importa a idade nem a fantasia, trata-se de um caso em que uma adolescente é arrebatada por um velho tarado de 100 anos com os caninos ferozes.

Mas a notícia é mais ou menos apenas isso: o montante inicial de Lua Nova foi alcançado nas sessões à meia-noite desta sexta, 20 de novembro dos EUA sem Zumbi, em cerca de 3 mil salas. Com esta marca, o longa já teria conseguido bater o recorde que pertencia ao bruxinho Harry Potter, em Harry Potter e o Enigma do Príncipe - que havia arrecadado US$ 22,2 milhões de dólares nas sessões da meia-noite na época de seu lançamento, em julho.

A previsão é de que "Lua Nova" arrecade cerca de US$ 100 milhões em seu primeiro fim de semana. O longa dá sequencia ao romance entre a colegial Bella Swan (Kristen Stewart) e o vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson). A série "Crepúsculo" é baseada nos romances homônimos e bestesellers de Stephenie Meyer.

O músico Cláudio Jorge envia Zumbi ao CDL. Ei-lo:

Valeu Zumbi!!!!
Com este grito encerramos na madrugada do dia 20 o show feito em homenagem a Luiz Carlos da Vila promovido pela Prefeitura de Nova Iguaçu.
Milhares de pessoas na praça, dezenas de artistas amigos do Luiz, todos cantando e se emocionando, mesmo fora do palco. Tudo do jeito dele, com muita alegria, samba e cerveja gelada.
Valeu Zumbi, saudação cunhada pelo Luiz no samba enredo da Vila Isabel de 1988, deve estar sendo gritada muitas vezes por este país afora nestas comemorações do dia da Consciência Negra. Neste momento em que escrevo estou em Mauá., São Paulo para atuar num show de praça, na banda do Martinho da Vila, numa comemoração deste dia de festa.
Gostaria de escrever aqui algumas coisas relativas ao assunto. Estou sem tempo, mas não posso deixar passar em branco este dia sem dizer que sou a favor das cotas, que o racismo no Brasil é muito louco por ser um país de miscigenados, que as lutas para acabar com o preconceito e a descriminação não deveriam ser lutas só dos negros, mas de todos os brasileiros, entre outras coisas.
Aproveito o dia para saudar a todos aqueles que vieram trabalhando até aqui por uma sociedade brasileira mais fraterna em relação as diferenças e anexar a este blog um belíssimo depoimento que recebi de um amigo onde Chico Buarque fala sobre as questões raciais no Brasil. É isso. Valeu Zumbi.

http://www.youtube.com/watch?v=sD2sjAw9mlM&feature=player_embedded

Paulo Roberto Falcão: trapaça instintiva de Henry

O visitante mais perigoso

O Cruzeiro é o visitante mais indesejado do Brasileirão. É a única equipe que ganhou mais pontos fora de casa do que diante de sua torcida. Dos 55 pontos que ostenta na tabela, 28 foram conquistados nos domínios dos adversários. O Atlético Paranaense, apavorado com a proximidade do rebaixamento, tentará mudar esta escrita hoje.

Tendência de Luxemburgo e Adilson Batista

Parece claro que a dupla Gre-Nal já tem treinadores para 2010: Wanderley Luxemburgo no Inter, Adílson Batista no Grêmio. Terão eles a cara dos respectivos clubes?

O francês Thierry Henry, do Barcelona, divulgou ontem um comunicado dizendo que o mais justo seria um novo jogo entre a Irlanda e a França, para definir a vaga para a Copa. Na última quarta-feira, ele garantiu a classificação da França ao ajeitar a bola com a mão antes de dar o passe para seu companheiro marcar o gol de empate, que eliminou a Irlanda. Ontem, também, a Fifa negou oficialmente o pedido dos irlandeses para que seja realizado um novo jogo. Apesar da irregularidade escancarada pelas câmeras de televisão, mas fora do alcance da visão do árbitro no momento do lance, a França vai mesmo à Copa.

O interessante deste debate é a posição do jogador, que não aceita ser chamado de trapaceiro. Ele justifica: “Eu disse isso no dia e vou dizer de novo que controlei a bola com a mão. Eu não sou trapaceiro, nunca fui. Foi uma reação instintiva diante de uma bola que estava muito rápida e em uma área cheia de jogadores. Sinto muito.”

Parece sincero

Mas não faltará quem diga que o mais honesto teria sido parar o lance, acusar a própria irregularidade na hora, para não induzir o árbitro a erro. É fácil de dizer isso, mas, no calor de um jogo decisivo, tal atitude se torna quase impossível. Registro “quase” porque recentemente, num jogo do campeonato romeno, o atacante Costin Lazar, do Rapid Bucareste, admitiu no momento do lance que o pênalti marcado sobre ele não aconteceu. E o juiz voltou atrás. Mas foi uma raridade tão grande que ganhou destaque mundial.

A verdade é que está criado um impasse em relação ao lance de Thierry Henry. De nada adianta o jogador ser sincero e admitir sua falta se o erro não pode mais ser reparado. Por isso, defendo a presença de mais um auxiliar do árbitro atrás do gol, apenas para conferir lances de área.

Libertadores

A rodada do fim de semana do Brasileirão pode apontar os dois primeiros classificados para a Libertadores. Se o São Paulo ganhar do Botafogo, já estará na Libertadores. Se o Flamengo vencer o Goiás, e o Cruzeiro não garantir os três pontos neste sábado contra o Atlético Paranaense, serão dois os garantidos no G-4 por antecipação.

Deu no jornal gaúcho Zero Hora

Morre Celso Pitta aos 63 anos de idade

Trajetória conturbada

Morreu na noite desta sexta-feira (20/11/2009) o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Ele lutava contra um câncer no intestino e estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. O velório ocorre neste sábado, na Assembleia Legislativa de São Paulo. O advogado do economista, Remo Battaglia, disse ao portal G1, nesta manhã, que as disputas judiciais contribuíram para agravar a doença do ex-prefeito.

"Ele mesmo disse isso, que sem dúvida isso foi mais um ingrediente todos esses dissabores, problemas e disputas judiciais. Inclusive, quando ele (Pitta) estava lutando contra a doença, ele passou por isso", afirmou o advogado, citando como exemplo a prisão domiciliar pela qual passou este ano por falta de pagamento da pensão alimentícia da ex-mulher, Nicéia Pitta.

O ex-prefeito chegou a ser preso em julho do ano passado, durante a Operação Satiagraha, mesma ocasião em que também foram detidos o banqueiro Daniel Dantas e o investidor Naji Nahas. Em novembro de 2008, ele teve a prisão decretada por falta de pagamento da pensão à ex-mulher. Em abril deste ano, ele obteve um Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça, permitindo que cumprisse prisão domiciliar.

À época, ele afirmou que deixou de pagar a pensão a sua ex-mulher, Nicéia Pitta, devido a perdas de contratos por ter tido o nome envolvido na Operação Satiagraha.

De acordo com o Estadão, o primeiro emprego de Pitta foi como contínuo do IBGE. Vindo de uma família de classe média do Rio de Janeiro, Pitta se graduou pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em economia pela Universidade de Leeds, na Inglaterra, com curso de Administração Avançada em Harvard, nos Estados Unidos. Trabalhou por muitos anos como executivo de várias empresas. Uma delas, a Eucatex, da família Maluf. Em março de 1987, Pitta foi convidado por Roberto Maluf, irmão do ex-prefeito Paulo Maluf, para ser diretor financeiro da Eucatex. Pitta trabalhou por 10 anos na empresa.

Secretário de finanças
Por causa da morte de José Augusto Savasini, Pitta assumira o cargo de secretário municipal das Finanças da gestão de Paulo Maluf (PPB) na prefeitura de São Paulo. Um dos primeiros problemas da administração Pitta/Maluf começou com a compra de 823 toneladas de frango congelado pela Prefeitura. O negócio favorecia as empresas A'Doro Alimentícia e Obelisco Agropecuária.

O empresário Fuad Lutfalla, cunhado de Maluf, era dono da A´Doro. Sylvia Maluf, mulher do então prefeito Paulo Maluf, era dona da Obelisco. As transações com títulos públicos para pagar precatórios durante a gestão resultaram na obtenção de R$ 2,1 bilhões da União, dos quais R$ 1,8 bilhão não foi destinado a pagar precatórios, como determina a lei, segundo a CPI da Dívida Pública da Câmara Municipal de São Paulo. Essas operações teriam beneficiado corretoras de valores e bancos que participaram de transações, além de particulares e agentes públicos.

Apadrinhado por Maluf
Em 1996, Paulo Maluf lançou seu secretário de finanças como candidato a prefeito de São Paulo. “Se Celso Pitta não for um bom prefeito, não votem mais em mim”, repetiu Maluf na televisão, lendo o script do publicitário Duda Mendonça. Dois anos depois, na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, apareceu no vídeo dizendo que, ao contrário do que prometia seu aval, Pitta não estava fazendo um bom governo.

Prefeito
Eleito com 3.178.330 votos em 15 de novembro de 1996, 57,37% do total, Pitta assumiu o cargo com 73% dos paulistanos esperando que a cidade estaria melhor do que no último ano de governo de Paulo Maluf. Com uma dívida de cerca de R$ 1 bilhão herdada de seu antecessor e alvo de denúncias de irregularidade na emissão e colocação dos Títulos Públicos de São Paulo no mercado financeiro, o prefeito de São Paulo cortou a verba de investimentos, serviços e manutenção da cidade para tentar controlar a crise financeira. O resultado dessa decisão administrativa foi o acúmulo de lixo nas ruas, calçadas, parques públicos e a invasão do mato sobre as praças e jardins.

Processos
Pitta já havia sido condenado em 1ª instância a 4 anos e 4 meses de prisão pela emissão irregular de precatórios quando ainda era secretário de Finanças de Paulo Maluf. A gestão Pitta ainda ficou marcada pela Máfia dos Fiscais, esquema de extorsão a donos de imóveis e ambulantes, que levou à cassação de dois vereadores. Ainda surgiram denúncias de desvios no Plano de Atendimento à Saúde (PAS), nomeação de fantasmas no governo e irregularidades com empresas de lixo. Pitta foi afastado do cargo por 19 dias em 2000, acusado de usar a Prefeitura para beneficiar empresário que lhe emprestou dinheiro. Ele foi reconduzido pela Justiça. Não tentou reeleição e fracassou na campanha a deputado federal.


Com informações do jornal O Estado de S.Paulo

Morre na Itália o travesti Mendes Paes, a Brenda

O travesti brasileiro Brenda, pivô de um escândalo que causou a renúncia do governador da região italiana de Lazio, Piero Marrazzo, foi encontrado morto na madrugada desta sexta-feira no pequeno apartamento em que vivia, em Roma. Ainda não se sabe em que circunstâncias a morte ocorreu. O corpo foi encontrado carbonizado por bombeiros, que atenderam a um chamado de incêndio, e não aparentava sinais de violência. O travesti estava seminu. Também foram achadas duas malas prontas e uma garrafa de uísque. O resultado da autópsia é aguardado.

Uma das hipóteses cogitadas pelas equipes de investigação é de que Brenda tenha inalado fumaça. O travesti esteve no centro de um escândalo sexual que custou o cargo do governador de Lazio, um ex-jornalista de 51 anos que integra o Partido Democrata (PD), a principal força de centro-esquerda italiana. O caso veio à tona no mês passado, quando quatro policiais foram presos por tentarem extorquir o político. Marrazzo teria de pagar 80 mil euros em troca de um vídeo no qual ele próprio havia sido flagrado na companhia de travestis.

"Mataram-na, não sei quem. [Ela] Estava mal psicologicamente e queria voltar para o Brasil. Agora precisamos encontrar quem fez isso", disse Bárbara, outro travesti brasileiro que era amigo de Brenda. Bárbara disse que se encontrou com Brenda na noite de ontem. Os dois beberam uísque em um estacionamento.

O Ministério Público de Roma investiga a hipótese de homicídio. Um detalhe significativo que chamou a atenção da polícia foi o computador de Brenda, que teria sido jogado no interior do vaso sanitário, em uma aparente tentativa de danificá-lo.

No dia 2, ao prestar depoimento, Marrazzo admitiu ter saído duas vezes com Brenda. Agentes da polícia desconfiam que o travesti brasileiro poderia fazer parte de um amplo esquema de chantagem com base em vídeos e fotos comprometedores, do qual Marrazzo teria sido apenas uma das vítimas.

Outro fato que agrega mais mistério ao caso é a morte, ocorrida no dia 12 de setembro, de Gianguarino Cafasso, traficante de drogas que fornecia cocaína a Brenda e demais travestis. Ele foi vítima de overdose de heroína.

De acordo com um programa de TV italiano, o verdadeiro nome do travesti é Wendell Mendes Paes. Ele completaria 32 anos na próxima semana.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Grande queda na venda avulsa dos jornais

Por Carlos Castilho - Carta Maior - de São Paulo
(Artigo publicado originalmente no site Observatório da Imprensa)

Fala-se muito na crise das publicações impressas, como jornais e revistas, mas quando se analisa os dados reais percebe-se que a situação é muito mais grave do que imaginamos e que a busca por novos modelos de negócios é ainda mais urgente do que se previa.

Quando você descobre que a Folha de S.Paulo, considerada um dos três mais influentes jornais do país, vendeu em média 21.849 exemplares diários em bancas em todo o território nacional entre janeiro e setembro de 2009, é possível constatar a abissal queda de circulação na chamada grande imprensa brasileira. Em outubro de 1996, a venda avulsa de uma edição dominical da Folha chegava a 489 mil exemplares.

Segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC) a Folha é o 24º jornal em venda avulsa na lista dos 97 jornais auditados pelo instituto, atrás do Estado de S.Paulo, em 19° lugar e O Globo, em 15° lugar. Somados os três mais influentes jornais brasileiros têm uma venda avulsa de quase 96 mil exemplares diários, o que corresponde a magros 4,45% dos 2.153.891 jornais vendidos diariamente em banca nos primeiros nove meses de 2009.

São números muito pequenos comparados ao prestígio dos três jornalões, responsáveis por boa parte da agenda pública nacional. Globo, Folha e Estado compensam sua baixa venda avulsa com um considerável número de assinantes, o que configura a seguinte situação: Os três jornais dependem mais do que nunca das classes A e B, que são maioria absoluta entre os assinantes, já que a população de menor renda é a principal cliente nas compras avulsas em bancas.

Esta constatação não é nova, mas ela aponta um dilema crucial: As classes A e B são aquelas onde a penetração informativa da internet é mais intensa. Nesta conjuntura, o futuro de O Globo, Estado e Folha depende umbilicalmente das classes média e alta, o que levou a uma disputa acirrada para saber qual deles interpreta melhor a ideologia destes segmentos sociais.

O atual perfil da imprensa brasileira mostra que os três grandes jornais nacionais agarram-se à classe média para manter assinantes e influenciar na agenda política do país, mesmo com tiragens reduzidíssimas, correspondentes a menos de 5% da média da venda avulsa nacional.

Nos últimos nove meses houve uma pequena recuperação nos índices de venda avulsa do Globo, Estado e Folha em 2009. O IVC registrou um crescimento de 5,5 % em relação aos quatro últimos meses do ano passado. É um aumento bem acima da média dos 97 jornais auditados pelo IVC, cuja venda avulsa diária total subiu insignificantes 0,27% no mesmo período. Mas a recuperação tem que ser vista num contexto de patamares muito baixos e que não garantem a rentabilidade futura dos jornais.

Em compensação os jornais locais e populares ocupam um espaço cada vez maior na mídia nacional. Dos dez jornais com maior venda avulsa, segundo dados do IVC, nove são claramente populares, voltados para as classes C e D. Destes, dois são de Minas Gerais, um do Rio Grande do Sul, cinco do Rio e dois de São Paulo. Somados eles chegam a uma venda avulsa diária média de 1.401.054 exemplares, ou seja 64,5% de todos os jornais auditados entre janeiro e setembro do ano passado.

O jornal Super Notícia, de Belo Horizonte, vende em bancas, em média, 290.047 exemplares (13,47% de todos os jornais auditados pelo IVC) - o que corresponde a cerca de 13,2 vezes a circulação avulsa da Folha de S.Paulo, em todo o país. Números que indicam uma clara tendência do mercado da venda avulsa de jornais no sentido das publicações populares, regionais, com apelo sensacionalista.

Isto também significa que os grandes jornais, tradicionais vitrines da agenda nacional, dependem, hoje, mais do prestígio herdado do passado do que do fluxo de caixa. A sua principal matéria prima, a notícia, perdeu valor de mercado em favor da opinião. Um prestígio que ainda alimenta uma receita publicitária compensadora, principalmente no setor imobiliário, de supermercados e revendas de automóveis, mas cujos dias também estão contados porque a migração destes segmentos para a internet é cada vez maior.

O conglomerado Globo aposta cada vez mais nos jornais populares regionais e segmentados - como o Extra, no Rio. Talvez busque inspiração no caso do Lance!, um jornal esportivo que vende, na média diária, 124 mil exemplares em bancas e jornaleiros. No sul, o grupo RBS aposta no Diário Gaúcho, o terceiro em vendas avulsas no ranking nacional do IVC e 8,4 vezes maior do que a do carro chefe do conglomerado, o jornal Zero Hora.

Carlos Castilho é jornalista.

Fernando Pamplona e a descoberta de Zumbi

Acadêmicos do Salgueiro, desfile de 1960, no Rio de Janeiro




Há 50 anos,
o Salgueiro descobria
Zumbi

e o Quilombo dos Palmares

Ramiro Costa
No site SZRD Carnavalesco em 20/11/2009

Em 1960, o Salgueiro começou a contar uma história que não estava nos livros escolares. A Academia do Samba trazia à Avenida Rio Branco - local dos desfiles na época - a saga do Quilombo dos Palmares, principal local da resistência negra contra a escravidão no país, localizado na área que hoje pertence ao estado de Pernambuco. E colocava em evidência, a vida de seu líder, Zumbi. O SRZD-Carnavalesco ouviu o autor do enredo "Quilombo dos Palmares", Fernando Pamplona. Ele deu à escola tijucana seu primeiro título e deixou no Salgueiro, uma marca de uma agremiação inovadora e vanguardista.

- Ninguém tinha explorado a história do negro. Vi que a cultura negra não era retratada pelos próprios negros. Ele não exaltava sua história. E tínhamos poucos documentos sobre isso. Fiz a pesquisa com dois livros da Biblioteca do Exército. Os livros sobre a escravidão foram queimados pelo Rui Barbosa, não temos quase nada sobre isso. Alguns documentos estão apenas em Portugal - conta Pamplona sobre a medida do então ministro da Fazenda, Rui Barbosa, em 1890, que mandou incinerar todos os papeis, livros e documentos relativos à escravidão.

O decreto do ministro visava proteger o Tesouro do país contra pedidos de indenizações de ex-escravistas pelos efeitos da Lei Áurea, mas boa parte da história se perdeu. No entanto, o Salgueiro relembrou a vida de Zumbi, trazendo ainda uma nova estética para o carnaval. Pela primeira vez, o negro contaria sua própria história, com fantasias mais simples, sem utilizar tecidos finos, como cetim ou seda pura. Mas a tarefa de convencer os componentes do Morro do Salgueiro não foi nada fácil. Acostumados a desfilarem com fantasias luxuosas, muitos não gostaram da inovação de Pamplona. "Você tem vergonha de ser negro?", perguntava o carnavalesco aos foliões.

- Não gosto de dizer que realizamos um resgate. Resgate é um termo meio bancário. Parece que estamos tirando algo e colocando em outro lugar. Mas posso dizer, que Zumbi foi o primeiro grito de liberdade do Brasil. Sempre gostei de cultura popular, desde a época do meu primário no Acre, onde morei por conta do meu pai. Quando era jurado em 59 e vi o Salgueiro contando sobre Debret (Viagem Pitoresca através do Brasil - Debret), fiquei encantado. Dei notas máximas pra escola e no ano seguinte me chamaram - conta Pamplona.

O clássico samba de Noel Rosa de Oliveira e Anescarzinho ajudou a escola durante o desfile e transformou a passagem do Salgueiro naquela ano como antológica. No entanto, a escola tijucana dividiu o campeonato com Portela, Mangueira, Unidos da Capela e Império Serrano. Após perder no dia da apuração para Portela, o Salgueiro entrou com um recurso e depois de um acordo, cinco escolas levaram o título, mas apenas um desfile entrou na história.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Fred, o craque do Fluminense, e a geopolítica

Fluminense e ventos alíseos no 2 a 1 na virada nos acréscimos. Paraguai com Argentina, toda punição é pouca. Obina brigando com um colega pelo erro no gol contra o Palmeiras em frangalhos na derrota frente ao Grêmio por 2 a 0, dirigente alviverde fracassado e ele mesmo punido e punindo os dois jovens mal preparados. Obina não é melhor que ETô, Etoh! Obina é jovem baiano, é bom atacante, mas o Palmeiras se escondeu tanto no erro das últimas oito semanas... E ao lado do Estádio Olímpico, mais ao sul, no Uruguai, o time da casa ganhou a vaga da Fifa diante da Seleção da Costa Rica, ante uma torcida com roupa escura de frio diante de um Brasil a 43 graus, véspera de feriado de Zumbi. O Flu matou não apenas o Cerro Porteño, mas a Comebol, ou Conmebol, e os tijolos, as pedras do primeiro jogo, as babaquices do Paraguai de sempre protagonizaram o vexame. Maracanã, quatro anos de obras mágicas, túneis. Paraguai, punição total. Risca do Mapa.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Congressistas, vamos evitar repetir o voto

Há um exagero evidente na peça. Há congressistas que são pessoas honradas e merecem re-eleição. "Ninguém" é um exagero. Faltam mulheres, parece que não atingem nem dez por cento do Legislativo. A maioria do Congresso fede.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Arte e política no Rio de Janeiro e em NY

A cantora Wanda Sá, a Rainha da Bossa Nova, com o garçom João Paiva, no Jobi de uns três ou quatro anos atrás (Foto by Alfredo Herkenhoff)


Arte, trabalho e política *

Hoje à noite, no Rio de Janeiro, depois do show de Marceu Vieira, Tuninho Galante, Roberto Menescal e Wanda Sá, vou direto para o Aeroporto embarcar direto para Nova Iorque. Vou participar de um seminário envolvendo arte e política, no Bookforum, The New School.

Sei que o avião só vai decolar na hora e se tornar uma realidade se não houver um novo apagão, se não jogarem uma pedra no meu veículo, como a de 25 quilos que matou horas atrás a Dona Irene Moreira da Silva Pereira, Irene que não ria enquanto morria, Moreira da Silva que não teve malandragem para salvar o Pereira da dinastia afro-cristã-nova. Morreu Irene, Irene dormia e morria. Sobrevivi à última bala perdida.

O seminário no auditório Tishman (66 W. 12th Street, New York), na próxima sexta-feira, 19 de novembro de 2009, envolve arte e política. A Nova Escola fez o convite prometendo um encontro para investigar questões como as mudanças na mão-de-obra americana, como o trabalho pode ser recompensado com um mínimo de justiça numa economia pós industrial e como os direitos do trabalhador podem ser preservados.

Vou para Nova York de olho em Pequim e Copenhague. Na China, Obama e Jintao falando grosso, como os dois maiores poluidores do planeta. Obama meio tímido, pela primeira vez recebendo um tratamento não-estelar. A China está tratando Obama como um presidente sem tantos poderes. Os dois chefes prometeram surpresinha na Dinamarca, onde o Brasil ecológico vai de Lula, Carlos Minc e Dilma Rousseff cheios de números e arrogância. O estilo é Minc, o alvo é Dilma na Sucessão. A despoluição são números para bem depois. Mas o Brasil exala otimismo, e isso é positivo num encontro que estava fadado para ser um fracasso.

Mas em Nova York a discussão no Bookforum se pergunta: diante da roda crise econômica, o trabalhismo americano arregaça as mangas e parte para uma reforma. Como está hoje a organização do trabalho? Os trabalhadores americanos reduziram suas expectativas a fim de competir no mercado mundial? Os trabalhadores americanos já se perguntam se podem se unir a detentores de postos de trabalho em países para onde corporações dos Estados Unidos exportaram inúmeros empregos? Ou os americanos estariam condenados a competir em meio a uma tendência decadente com relação a perdas de direito, incluindo o de se organizar? A grande maioria dos trabalhadores americanos terá sido abandonada por Washington? Num mundo interligado em todos os níveis, será cada um por si?


Os ilustres participantes do seminário são Kim Bobo, especialista em trabalho e religião e autor do livro O roubo de salários na América, e também, do estudo Por que milhões de trabalhadores americanos não estão sendo pagos e o que fazer sobre isso?

Thomas Frank, ensaísta, fundador e editor da Baffler e colunista contratado do Wall Street Journal e autor do livro Como os conservadores ganharam o coração da América.

Thomas Geoghegan, advogado trabalhista de Chicago, autor do livro Te vejo no tribunal, mas de que lado tu estarás?

Andrew Ross, que leciona na New York University e escreveu o livro Bacana se você conseguir um bom emprego: vida e trabalho em tempos precários.

A moderação na mesa fica a cargo do editor do Bookforum, Chris Lehmann. O evento tem participação do Centro Vera List for Art and Politics.

Ainda sobre o show desta terça-feira, dia 17, no Teatro Carlos Goomes, lembrar que Wanda Sá e Menescal têm histórias incríveis de sucesso e aventuras, incluindo gravação em estúdio no dia do golpe de março/abril de 1964...

Vou viajar pensando na crônica A família Silva, de Rubem Braga, Dona Irene e Luiz Inácio. Um dia todo mundo se reencontra.

* Por Alfredo Herkenhoff

Correio da Lapa nas asas da Pan Air