A vida são deveres que nóstrouxemos pra fazer em casa.Quando se vê já são seis horas!Quando se vê, já é sexta-feira…Quando se vê, já terminou o ano…Quando se vê, passaram-se 50 anos!Agora, é tarde demaispara ser reprovado…Se me fosse dada, um dia,outra oportunidade,eu nem olhava o relógio.Seguiria sempre em frentee iria jogando,pelo caminho,a casca dourada inútil das horas…Dessa forma eu digo,não deixe de fazer algo que gosta devidoa falta de tempo, a única falta que terá,será desse tempo queinfelizmente não voltará mais…
Para você que cravou seis números na mega da virada, mas cujo sexteto não coincidou com os seis da extração realizada agora há pouco na Estação da Luz, em São Paulo, não desanime.
A mega tem matematicamente 50 milhões 63 mil e 86 combinações possíveis.
Da assessoria de imprensa do Flamengo em pleno réveillon de 2010:
O torcedor rubro-negro mais novo, que tem entre 15 e 20 anos, por exemplo, não se lembra de ter visto um ano tão perfeito para o futebol do Flamengo quanto 2009. Talvez porque, nesta temporada, após 17 anos, enfim, o Rubro-Negro voltou a conquistar o título do Campeonato Brasileiro. Além disso, pela primeira vez na história, o Mais Querido conquistou o título nacional e o Campeonato Carioca na mesma temporada.
O título estadual, de quebra, deu o pentatricampeonato estadual ao clube rubro-negro e foi a 31ª conquista do Flamengo na competição, o que lhe rendeu o título de "Rei do Rio", ou seja, o maior vencedor da história do futebol carioca. Já o Brasileirão, emocionante, provou que um clube carioca pode sim vencer um título por pontos corridos e que o Clube de Regatas do Flamengo está no caminho certo para voltar ao topo do futebol nacional, sul-americano e mundial.
Mas, até comer o filé com fritas no dia 6 de dezembro, o time, que começou o ano sob o comando de Cuca e encerrou treinado por Andrade, teve que comer muita carne dura, e, até se engasgou em algumas oportunidades durante o ano. Tudo começou no dia 7 de janeiro, na apresentação do elenco para a pré-temporada, que foi feita na Granja Comary, e só foi terminar quase que exatos onze meses depois. E o ano de 2009 começou com a torcida pressionando o Flamengo por estar fora da Taça Libertadores da América.
No primeiro jogo do ano, vitória sofrida por 1 a 0 sobre o Friburguense, no Maracanã, com gol de Juan. No segundo, outro triunfo na raça, por 2 a 1, sobre o Bangu, em Volta Redonda. Marcelinho Paraíba e Angelim marcaram. Apesar das dificuldades, o Fla começava o ano com pé direito e 100% de aproveitamento no mês de janeiro. Mas, em março, um tropeço estremeceria ainda mais a relação entre time e torcida. Nas semis da Taça Guanabara, um resultado que deixou atônito um Maracanã lotado. Em pleno sábado de Carnaval, quem festejou foi o modesto Resende, que bateu o Flamengo por 3 a 1 e garantiu vaga na decisão da Taça GB, vencida pelo Botafogo.
O revés, no entanto, parece ter motivado o time. Apesar das notícias na imprensa do mau relacionamento do grupo com o treinador Cuca, o Flamengo foi vencendo e reconquistando sua torcida. Na base da raça, do empenho, e também jogando pelo capitão Fabio Luciano, que já havia comunicado que se aposentaria ao final do Carioca, os rubro-negros ganharam força. Chegou então a hora de decidir a Taça Rio. Uma vitória e o Botafogo garantiria o título estadual. Mas, como de costume nos dois últimos anos, quando os dois times se enfrentaram em decisões, o vermelho e o preto falaram mais alto. Dessa vez, até um botafoguense ajudou o Fla. O zagueiro Emerson marcou, contra, o gol da vitória que levou o Flamengo à finalíssima do Estadual, que começou já na semana seguinte.
No dia 3, Flamengo e Botafogo se enfrentaram novamente para decidir o título do Campeonato Carioca. Em um jogo emocionante, outro empate por 2 a 2, outra decisão por pênaltis e outra vitória do Flamengo. Era o quinto tricampeonato estadual da história do clube, que conquistava seu 31º título estadual e assumia o posto de maior vencedor da história da competição. Uma conquista muito comemorada, mas que, em dezembro, viria a ser ofuscada por um prêmio maior.
A eliminação, até injusta, para o Internacional, na Copa do Brasil, não fez com que houvesse abatimento no Flamengo. No entanto, os rumores de racha entre grupo e técnico eram cada vez maiores, os resultados negativos começaram a aparecer no Campeonato Brasileiro, e o clube acabou passando por uma reformulação geral no futebol. Troca de comando na beira do campo e também na diretoria. Andrade assumiu o posto de treinador, Marcos Braz o de vice-de-futebol e, curiosamente, quando todos esperavam um crise, o time se reergueu.
Agosto foi um mês de reformulação. O Flamengo sofreu para encontrar um substituto para Ibson e outro para Fabio Luciano, teve muitos jogadores com problemas de lesão e precisou se esforçar para contratar. Chegaram David, Álvaro e Maldonado para arrumar o setor defensivo. Denis Marques e Gil foram os contratados para o ataque. Aos poucos, a equipe foi se acertando e começando a embalar e, a partir de setembro, não parou mais. Entre setembro e outubro, emplacou dez jogos de invencibilidade, chegou até a cair diante do Barueri, mas se recuperou e seguiu vencendo.
Palmeiras, São Paulo, Atlético Mineiro, Grêmio, Cruzeiro... Todos os postulantes ao título e a uma vaga na Libertadores foram tropeçando e caindo, um por um, contra o Flamengo, que só subia na tabela. De um time desacreditado quase na zona do rebaixamento, para um grupo unido, que parecia imbatível, buscando uma vaga no G4. Ela veio. Então, o objetivo foi manter-se lá. Estava cumprido. Chegaram então as três últimas rodadas e a chance real de título.
Eis a fatídica partida contra o Goiás. Maracanã lotado, torcida em festa com o maior mosaico do mundo, São Paulo derrotado pelo Botafogo e a necessidade de apenas uma vitória para assumir a liderança. Mas, ela não veio. O time ficou no zero a zero e os paulistas agradeceram. Só que por pouco tempo. Na semana seguinte, o mesmo Goiás venceu o Tricolor por 4 a 2, em Goiânia, e o Mengão bateu o Corinthians por 2 a 0, em São Paulo, e tomou o primeiro lugar do Campeonato Brasileiro a uma rodada do final da competição.
Para fechar o ano com chave de ouro, o Flamengo precisou de apenas uma partida para fazer de dezembro o mês mais importante da temporada. No domingo, dia 6, recebeu o Grêmio no Maracanã para sacramentar o hexacampeoanto nacional. O time bateu os gaúchos por 2 a 1, com gols dos zagueiros David e Ronaldo Angelim, e venceu o Campeonato Brasileiro, após longos 17 anos de espera.
O herói e o Imperador: Maio foi o mês do pentatri, mas também foi o mês de dois retornos fundamentais para o final de ano feliz que a torcida do Flamengo teve, com o hexacampeonato brasileiro. O Herói e o Imperador voltavam a vestir o Manto Sagrado. Petkovic, autor do gol do quarto tri, e Adriano, um dos melhores centroavantes do mundo, estavam de volta, por motivos diferentes, à casa.
Sete anos depois de deixar a Gávea, Adriano rescindiu contrato com a Inter de Milão e voltou ao Brasil em busca da felicidade, que ele só poderia encontrar no clube de seu coração. Por isso, assinou com o Rubro-Negro e viria a ser fundamental na campanha da equipe dali para frente. Marcou 19 gols, foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro ao lado de Diego Tardelli e tornou-se, de vez, parte da história do Flamengo.
Já Petkovic, voltou ao Flamengo, a princípio, para acertar dívidas com o clube. Mas, aos poucos, foi ganhando oportunidade e tornou-se o grande regente do meio-de-campo rubro-negro na campanha do hexa. Fez gol olímpico, deu assistência, fez gol de falta, passes perfeitos... Vestindo a camisa 43 às costas, em alusão ao gol marcado aos 43 minutos do segundo tempo na final do Estadual de 2001, Pet lembrou os velhos tempos e foi peça-chave na conquista do hexa.
O Tromba: Um bom time só dá resultados quando tem um bom técnico. Não há como negar: se o Flamengo foi hexacampeão brasileiro, deve muito a Andrade. De assistente técnico de onze treinadores ao cargo de comandante do elenco, o ex-jogador e eterno ídolo do clube rubro-negro teve o grupo na mão, soube explorar o melhor de cada atleta, mexeu no esquema tático e colheu os frutos.
Eleito o melhor técnico do ano pela CBF, Andrade fez história. Foi o primeiro negro campeão brasileiro como técnico, foi o quarto jogador no Brasil a conquistar o torneio como jogador e treinador, o primeiro a conseguir tal feito pelo Flamengo... Enfim, tornou-se um dos grandes nomes da conquista e também do futebol mundial. Afinal, Andrade também é hexa: conquistou cinco títulos como jogador e um como treinador.
Outros esportes: O ano de 2009 foi um dos melhores da história do basquete rubro-negro. O time se reforça para a nova temporada e contrata jogadores importantes como Jefferson William e o pivô Baby que deixaria a Gávea no meio do ano. O clube começa o ano disputando a Liga das Américas, em um grupo muito forte o Flamengo acaba em segundo do seu grupo na primeira fase e não se classifica pro Final Four.
Mas, depois, o ano é só de alegrias. Na Liga Sul-Americana o time atropela os adversários e garante o título inédito vencendo o Quimsa na Argentina. No Campeonato Nacional mais forte dos últimos anos, o Flamengo é arrasador e garante o bicampeonato da competição vencendo o Universo na melhor de cinco. Em dezembro, já reformulado, o time ainda fatura o Estadual. Na água, o Fla ainda conquistou novamente o título de Campeão Estadual de Remo e o Campeonato Brasileiro Absoluto de Nado Sincronizado.
Carta Aberta de Márcio Braga em 30 de dezembro de 2009
Companheiros rubro-negros
Ao transmitir a presidência para Patrícia Amorim, desejo registrar a emoção pelo privilégio de ter a minha vida ligada à história do Flamengo nos últimos 33 anos.
Durante este período, exerci a presidência do Clube por seis mandatos, totalizando 14 anos. Também presidi o Conselho Deliberativo duas vezes, somando outros quatro anos.
Foram 18 anos à frente de um dos Poderes do Flamengo em diferentes ocasiões. Essa aventura me propiciou a glória de ter sido o presidente mais vitorioso da nossa história, com o Campeonato Brasileiro pela primeira vez, em 1980, a Libertadores e o Campeonato Mundial de 1981, o Bi-Brasileiro 82, o Tetra em 1987, o Penta em 1992 e o Hexa em 2009.
Nestes dois últimos mandatos, de 2004 a 2009, além da consagradora campanha do Hexa-Brasileiro, o Flamengo venceu a Copa do Brasil e foi quatro vezes Campeão Carioca (Penta-Tri).
Conquistamos a hegemonia incontestável do futebol brasileiro, o melhor do mundo. O Flamengo tem a maior e mais bonita torcida do planeta e é o clube mais valioso do país.
Toda essa glória no futebol foi conquistada concomitantemente às incontáveis vitórias no remo e no basquete e ao destaque dos atletas rubro-negros, com a nossa camisa e com a do Brasil, na ginástica, na natação e tantos outros esportes olímpicos. O Flamengo preservou, portanto, a sua tradição de Clube poliesportivo.
Fui eleito presidente pela primeira vez no dia 28 de dezembro de 1976 e a primeira reunião de diretoria foi no dia 4 de janeiro de 1977. Naquela época, o Flamengo já era muito popular, mas enfrentava sérias dificuldades administrativas e financeiras. Os salários estavam atrasados, o Clube não recolhia impostos e devia a mais de 30 bancos. Em dois mandatos, resgatamos a credibilidade, organizamos a administração e recuperamos o prestígio esportivo. Fomos tricampeões cariocas, além da citada conquista do Brasileiro. Modificamos o estatuto, limitando a reeleição em somente uma vez.
Quando fui convocado para disputar a eleição outra vez, em 1986, o Flamengo estava novamente em crise. A história se repetiu. Conseguimos recuperar a credibilidade e o prestígio do Flamengo. O estatuto foi novamente modificado para estabelecer a eleição direta.
Não só o Flamengo, mas todo o futebol brasileiro estava em crise na ocasião. Com a participação decisiva do Flamengo, foi consagrada, em 1987, a criação da União dos Grandes Clubes Brasileiros (Clube dos 13), uma revolução na gestão do futebol em nosso país. E foi instituída a Copa União, cuja vitória pelo Flamengo nos deu o Tetra.
Em 2003, o Clube vivia mais uma vez uma grave crise. O então presidente sofrera um processo de impeachment. Novamente fui eleito com a responsabilidade de enfrentar grandes desafios.
Quando assumi o cargo, em janeiro de 2004, a situação do Flamengo era dramática. Os salários estavam atrasados há três meses. O Clube sequer tinha talões de cheque. A Justiça Federal tinha decretado a insolvência. A sentença mandava o Flamengo vender todos os bens para pagar os credores. Se isso ocorresse, ainda ficaria devendo R$ 139 milhões (patrimônio líquido negativo).
Nada disso ocorreu. Empenhei a minha credibilidade política e o meu aval pessoal. Trabalhamos duro e, nestes últimos seis anos, reconduzimos o Flamengo ao caminho da vitória.
Além da hegemonia no futebol e das conquistas nos outros esportes, o Flamengo está com os salários em dia, acaba de passar por uma auditoria financeira independente e tem contratos assinados que asseguram receitas de mais de R$ 100 milhões anuais.
Uso o plural para resgatar essa história porque entendo que a vitória é uma construção coletiva. Essas conquistas foram possíveis graças à ativa participação de muita gente. No nosso caso, a vitória é resultado de um valor fundamental: o compromisso com a Causa Rubro-Negra. É isso que nos diferencia dos outros.
E é por isso que faço questão de registrar 274 nomes nessa carta – mesmo sabendo que, traído pela memória, devo estar cometendo injustiça com outras pessoas. A todos que estou citando – entre amigos, companheiros, aliados, adversários, críticos e até inimigos pessoais – credito esta condição de pessoas comprometidas com a Causa Rubro-Negra, e um registro especial aos funcionários do clube no decorrer desses anos.
Patrícia Amorim e a nova Diretoria recebem o Flamengo ainda com grandes desafios, mas completamente diferente de seis anos atrás, com o moral em alta pela conquista do Hexa e da credibilidade e, também, com projetos em fase avançada de estudos, que poderão ter grande impacto positivo no futuro do Clube:
- Fla Novas Gerações, que reúne os nossos programas de responsabilidade social. - Fla Olímpico, para a formação de atletas e equipes competitivas nos desportes olímpicos. - Fla Futebol, que viabiliza a incorporação do CFZ, do grande ídolo Zico, contribuindo para a gestão empresarial do futebol. - Programa de Revitalização da Gávea, para reforma da nossa sede e construção de novos espaços para atividades esportivas, culturais e sociais.
Mulher, jovem, atleta do Clube, Patrícia é de outra geração e traz uma nova visão. Quando assumi a presidência, em 1977, Patrícia começou a sua carreira de atleta do Flamengo, com oito anos de idade.
Sei que a nova presidenta e sua equipe também são pessoas comprometidas com a Causa Rubro-Negra e têm plenas condições para acertar, vencer e avançar ainda mais no destino de glória do Flamengo.
Da esquerda para direita, MaurÍcio Mignoni, Rogério Herkenhoff, Marcelo Gonçalves, Alfredo Herkenhoff e o pequeno Tita na bateria com maestria. E eles abriram um show de Roberto Carlos
O conjunto Os Brasas, formados por adolescentes de 14 e 15 anos de idade, abriu um show de Roberto Carlos, em 1968, em Cachoeiro, tocando meia dúzia de músicas em cima de um caminhão estacionado diante do palco que fora armado para o Rei no gramado do campo do Estrela, ou Estádio do Sumaré, o mesmo onde o rei se apresentou neste 2009 ao dar início a turnê comemorativa dos seus 50 anos de carreira.
Um ano antes, em 1967, Roberto Carlos cantara na Praça Jerônimo Monteiro, lotada com cerca de 10 mil pessoas, no centenário da pequena cidade capixaba.
O repertório dos Brasas era formado por canções dos Beatles, Roberto Carlos, Stones e outros sucessos de ocasião. A carreira dos Brasas durou apenas um ano, em 1968, animando bailes e mais bailes em diversas cidades do sul do Espírito Santo, sempre com autorização do juizado de menores. Na foto, um flagrante da banda no Caçadores Carnavalescos Clube.
O jornal britânico Financial Times publicou hoje uma lista das 50 personalidades mundiais que moldaram a década na política, negócios, economia e cultura. Dentre os escolhidos está o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente brasileiro é lembrado como o mais popular da história do País graças a seu "charme e imensa capacidade política", mas afirma que o que faz com que os brasileiros amem seu presidente é a inflação baixa. O jornal lembra que ele foi habilidoso o suficiente para manter as políticas macroeconômicas herdadas de seu antecessor, além de implementar programas de transferência de renda. Segundo o Financial Times, sob o governo Lula o Brasil finalmente começou a demonstrar seu enorme potencial a ponto de o Fundo Monetário Internacional (FMI) esperar que a economia brasileira seja uma das cinco maiores do mundo antes de 2020 (Por Priscila Arone, da Agência Estado).
Com o pai antes da confusão: a disputa foi motivada por amor de ambas as partes
ACOMPANHEI A história de Sean Goldman pela mídia estrangeira, sobretudo a americana. Vivo em Londres, e meu trabalho está conectado à situação internacional. Minhas leituras jornalísticas concentram-se quase que 100% nos noticiários de fora, sobretudo os ingleses, e em parte os americanos. Como assinalei no texto anterior, me chamou a atenção, negativamente, o tom exacerbadamente patriótico e claramente maniqueísta dado pela maior parte dos jornalistas americanos ao assunto. Parecia o bem contra o mal e quando é assim as decisões ficam mais fáceis. Mas não era este o caso. Como também escrevi, para mim era um segundo choque negativo em pouco tempo. Pouco antes, também fora rasamente nacionalista o tom dado ao julgamento na Itália da estudante americana Amanda Knox, condenada a 26 anos pelo assassinato de Meredith Kercher, com quem rachava uma casa em Perúgia, cidade universitária. Amanda foi tratada como vítima pela mídia americana, numa absurda inversão de papéis.
Para que fique claro. Sou, há longo tempo, um admirador da mídia americana, para mim uma das melhores do mundo. Não passei um único dia de minha carreira, desde que ingressei na Veja garoto ainda em 1980, sem ler e consultar revistas americanas. Depois da BBC, ninguém faz jornalismo tão bem quanto o New York Times. Aprecio, além disso, amplamente o espírito americano — empreendedor, democrático, meritocrata, informal. A flexibilidade da sociedade americana é exemplar: o dinheiro pode mudar de mãos se quem nasceu com muito for inepto e quem nasceu com pouco trabalhar firme e bem. Muitas vezes, embora nem sempre, os Estados Unidos combateram o bom combate, como quando enfrentaram o nazismo e o imperialismo soviético, ou, em menor escala, quando fizeram carga contra o Muro de Berlim. De antiamericano nada tenho, portanto. Em minha carreira muitas vezes fui chamado de americanófilo, até por quem não sabia o significado disso. Se há preconceito em mim, é a favor dos Estados Unidos, e não contra para quem queira tirar a limpo minha afirmação.
Isto posto, não sabia, ao chegar ao Brasil para as festas de fim de ano, o quanto o caso Sean apaixonara brasileiros e americanos. Só tive consciência disso na repercussão do texto que escrevi ontem, em que falava do Natal duro a que estava condenada a avó do garoto. Se antes já me impressionara a falta de objetividade dos jornalistas americanos, outras coisas me surpreenderiam depois. A primeira, a maior delas, foi o ódio de muitas pessoas à família brasileira de Sean. Sei o quanto é difícil gostar de advogados, ainda mais bem sucedidos, como é o padrasto brasileiro de Sean. E sobre avó materna que disputa com o pai a atenção de uma criança, bem, minha história é longa e não cabe contá-la aqui.
Mesmo com todos os descontos dados a assuntos por natureza explosivamente emocionais, me deram um calafrio certas reações desumanamente odiosas contra quem, afinal, foi derrotado numa causa tão complexa, em que o principal componente foi o excesso de amor. Muita gente, nos comentários ao texto de ontem, desejou que a avó sofra imensamente, e isso porque era Natal. Algumas pragas foram escritas em letras maiúsculas, o que significa berro. É inútil desejar sofrimento a quem com certeza sofrerá, mas isso não deteve quase ninguém. Também li que o lado brasileiro usou o garoto para certas fotos dramáticas. Pode ser, embora ache que isso se deva a desespero e não a cálculo. Mas por que medir de outra forma a imagem sorridente de Sean ao lado do pai? O que aconteceu aí, a meu ver, foi o duelo do marketing da infelicidade contra o marketing da felicidade, sendo que o último é desnecessário, uma vez que a causa já foi vencida.
Outro ponto que sublinharam nos comentários foi o papel da mídia brasileira, “tão parcial quanto a americana”. Não acompanhei o caso pelos veículos brasileiros, como expliquei no primeiro parágrafo, mas de ontem para hoje pesquisei razoavelmente. Não vi, em nenhum lugar, a versão do pai tão bem contada como num vídeo de 7 minutos do Fantástico, que achei no twitter. Ninguém faz uma reportagem daquelas quando o objetivo é ser parcial; basta não dar voz ao pai se você quer contar apenas a parte do drama que convém. Quem contava a história, ali, era ele mesmo, o pai, numa conversa com um repórter na casa (muito boa) que será de Sean. O vídeo está aqui.
O que vi e ouvi reforçam minha impressão de que a justiça acertou: ali emerge um pai amoroso, dedicado, com plenas condições de dar uma vida boa ao filho. Se isso não ocorrer, todo mundo logo saberá, dada a notoriedade do caso. Também ficou reforçado em mim o sentimento de pena pela avó brasileira, que não apenas perdeu a companhia do neto, já tendo enterrado a filha, como conquistou a raiva assassina de muita gente — e não estou falando apenas de americanos. O sociólogo Sérgio Buarque de Holanda definiu no livro Raízes do Brasil, de 1936, o brasileiro como um “ser cordial”. “A cordialidade, a lhaneza no trato, a hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam um traço definitivo do caráter brasileiro”, escreveu ele. Talvez não seja tão definitivo assim. É possível que se ela fosse pobre as reações fossem mais generosas: faz parte do caráter moderno brasileiro, pós-Raízes do Brasil, o ódio contra ricos e contra uma elite que basicamente inclui quem tem mais dinheiro que a gente, ou achamos ter. Pai e filho provavelmente se redescobrirão rapidamente, é é bom que assim seja. A casa em New Jersey, que se vê na reportagem do Fantástico em detalhes, é perfeita para um pai e um filho se esbaldarem. Para a avó, os dias e as noites serão longos, frios e escuros.
Comentários para “O que me chamou a atenção no caso Sean”
Claudio: 28 dezembro, 2009 as 7:47 pm
O Sean foi pra casa com o pai dele…la…la…la… A familia materna e o padastro se ferraram….la…la….la….
O proximo capitulo o padastro vai arrumar uma namorada e afilha dele vai chamar de mamae e a vovo vai pirar…la…la…la.
Maria: 28 dezembro, 2009 as 7:31 pm
Assisti varias vezes a entrevista do David Goldman em Ingles; (como leio, escrevo, falo e escuto perfeitamente em Ingles, quero corrigir algumas inverdades que foram ditas pelo IBSON (quero acreditar que pelo desconhecimento do Ingles)…
Em primeiro lugar o David, quando a reporter perguntou se o Sean o chamava de pai, ele respondeu, ainda nao, a reporter perguntou de que ele te chama, David respondeu, ele nao me chama David, pai…A reporter perguntou, e vc? Como chama o Sean? Davi responde, chamo de filho, “buddie” e as vezes Sean….Dai o David argumentou com a reporter que sabia o quanto o filho estava conflito internamente com toda aquela violencia sofrida pelos anos em que ele nao pode ver o filho implicitamente percebemos o quanto o pai sofre tb pelo fato do filho ter sofrido alienacao parental imposta pela familia Brasileira.
Em segundo, o pai relata como foi seu encontro no consulado com a Silvana Bianchi e aqui fica registrado o quanto o David eh amororo, perdoador, excelente carater, bem ao contrario da laia baixa dos Bianchis e Lins e Silva.
Davi falou que quando a Silvana Bianchi entregou o Sean ao david, pediu a ele que a deixasse visitar o menino ao que o MAGNIFICO, GENTIL e amavel
Davi respondeu: “Deixo sim, nao vou fazer contigo o que vcs fizeram comigo todos esses anos…agora diga a verdade ao Sean, diga o quanto eu fui, sou e vou ser um bom pai para ele” (aqui o david implicitamente diz para aquela bruxa caluniadora e mentirosa, que ela, pelo menos um dia em sua vida, seja verdadeira e fale a verdade negada ao Sean: que David foi, eh e sera um bom pai).
Depois o David deu um abraco nela (Silvana) na frente do Sean. A reporter chocada com esse relato perguntou ao David: Why? Pq vc fez isso. Davi respondeu: Pelo Sean, fiz isso pelo Sean!!!
Gente! Tem como nao amar o David? Eu no lugar dele daria um soco na cara da Silvana Bruxa…mas o LINDO david, por amor ao filho e para nao traumatiza-lo mais do que ele ja tinha sido violentado pela familia dos Lins e Silva e dos Bianchis, abracou sua algoz por tantos anos!
Isso sim eh amor, desprendido, absoluto, imenso, sem egoismos de um verdadeiro pai. Ao contrario do david, a familia criminosa sequestradora (Bianchs e Lins e Silva) pelo seu egoismo, maldade preferiram submeter o Sean aquele traumatico caminhar em meio ao turbilhao de fotografos.
Amanda: 28 dezembro, 2009 as 7:11 pm
A realidade do mundo midiático é essa. Não temos como deter o processo de informação e resistir. As informações chegam em nossas casas através de vários veículos. Ninguém sairá impune dessa realidade. Nem quem se julga detentor da pena de talião e não quer opinar ,mas vem dar uma olhadinha por pura curiosidade.
IBSOM: 28 dezembro, 2009 as 6:45 pm
saiu hoje uma noticia que fala muito mais toque todos nos .
em entrevista exibida nesta segunda-feira no programa Today, da emissora de televisão NBC, David disse que Sean está contente em estar com ele, ( esse contente que David fala e que o menino esta feliz esta do lado do pai dele ) . Goldman afirmou ter dito a Sean que o garoto pode chamá-lo de “Papai”, ( mais o Sean falou que ele nunca vai ser pai dele de verdade) ate o sean saber que pai e aquele que cria e não aquele que colocou no mundo. quanto o pai falou isso o sean não não respondeu.
O Imperador ficou. O comandante e o maestro também. No entanto, apesar de Adriano, Andrade e Petkovic seguirem na Gávea, o Flamengo deve ter duas baixas importantes no grupo hexacampeão nacional. O volante Airton e o atacante Zé Roberto não devem permanecer no clube na próxima temporada. Por isso, jogadores e comissão técnica apontam que contratações pontuais para estas posições e talvez um ou dois outros reforços precisam chegar para o time ter um 2010 tão bom quanto ou até melhor do que 2009.
Como de costume, as especulações tomaram conta do noticiário sobre o Flamengo neste final de ano. Muitos boatos de contratações, de possíveis saídas... Mas, até agora, apenas dois jogadores estão praticamente fora da Gávea: Airton e Zé Roberto. Cientes disso, os diretores e integrantes da comissão técnica do time rubro-negro já correm para reforçar o elenco.
"Vamos esperar para ver quem vai e quem chega. Mas temos que repor a saída de jogadores importantes como o Airton e o Zé Roberto", analisou o técnico Andrade, que deverá ter em seu elenco três novos jogadores promovidos dos juniores na pré-temporada: os volantes João Vitor e Wellington Pecka, além do atacante Diego Maurício.
O zagueiro Ronaldo Angelim, que de apenas mais um coadjuvante do elenco se tornou o grande herói do hexa ao marcar o gol da vitória sobre o Grêmio, por 2 a 1, no dia 6 de dezembro, última rodada do Campeonato Brasileiro, ainda não renovou seu contrato, mas segue afirmando que sua vontade é ficar na Gávea. Apesar disso, seu companheiro de zaga e autor do outro gol naquela partida, David, está preocupado.
"Temos que esperar para ver se o Ronaldo fica, tem também o Fabrício, que chegou a dar uma entrevista dizendo que ia sair... Vamos aguardar este momento, mas esperamos que o Flamengo forme um grande elenco para que em 2010 possamos conquistar mais títulos", disse.
Ninho do Urubu - Na posse da presidenta Patrícia Amorim, o então presidente em exercício Delair Dumbrosck aproveitou para anunciar uma parceria com investidores estrangeiros que irão auxiliar na conclusão das obras no Centro de Treinamentos do clube rubro-negro, o Ninho do Urubu, localizado em Vargem Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro.
"Ter um Centro de Treinamentos é fundamental. Qualquer equipe de ponta tem um CT e o Flamengo não pode ficar para trás nessa questão", disse o maior ídolo da história do clube rubro-negro, Zico.
Vagner Love – Apontado por muitos como o possível grande reforço do Flamengo para 2010, o atacante Vagner Love, do CSKA Moscou e que está emprestado ao Palmeiras, reafirmou o desejo de defender o clube da Gávea, do qual é torcedor desde a infância, na próxima temporada.
"Depende apenas da liberação do Palmeiras. Estão acontecendo muitas conversas e as chances são grandes. Espero que antes do fim do ano tudo esteja resolvido. Se tudo der certo, até o final do ano troco as cores das minhas tranças para vermelho", afirmou.
Um dia, ele passou na casa de seus amigos para que eles o acompanhassem até o aeroporto, porque sua mulher ia viajar.
Como sempre gozava com ela, ele disse na frente de todo mundo:
Amor, traz uma francesinha de Paris pra mim? Ela abaixou a cabeça e embarcou muito chateada.
A mulher passou quinze dias na Franca.
O marido pediu que os amigos o acompanhassem novamente ao aeroporto.
Ao chegar lá, ele perguntou para a mulher:
Amor, você trouxe minha francesinha? Ela disse:
- Eu fiz o possível.
Agora e só rezar para nascer menina!
VINGANCA FEMININA 2
O casal esta passeando pela praia, e ela pede que ele lhe compre um biquini. Ele responde:
- Com esse corpo de maquina de lavar? Nem pensar! Continuam caminhando, e ela insiste:
- Bom, então compra um vestido para mim?
Ele responde: - Com esse corpo de maquina de lavar? Nem pensar!! Passa o dia. A noite, já na cama, o marido vira para a esposa e pergunta:- E ai, mulher? Vamos botar a maquina de lavar para funcionar? E a mulher, com ar de desprezo, responde:
- Para lavar só esse pedacinho de pano? Ah...! Lava na mão mesmo que dá menos trabalho!
VINGANCA FEMININA 3
A velhinha pergunta para o marido moribundo:
-Meu bem, depois de 40 anos de casado, me satisfaça uma curiosidade. Você já me traiu alguma vez? -Sim, querida! Uma única vez! Lembra-se quando eu trabalhava na Nestlé e tinha uma secretaria chamada Margarida?
-Sim, me lembro! Pois é, aquele corpo já foi todinho meu! E após alguns segundos, ele pergunta:
-E você, minha velha, já me traiu alguma vez? - Sim, meu bem! Uma única vez! Lembra-se quando a gente morava na Vila Andrade, em frente ao Corpo o de Bombeiros?
- Sim... me lembro! - Então ela responde:
- Pois é... aquele corpo já foi todinho meu!
VINGANCA FEMININA 4
O marido estava em seu leito de morte e chamou a mulher.
Com voz rouca e já bem fraca, disse-lhe:
- Meu bem... Chegue mais perto... Eu quero... lhe fazer uma confissão! - Não, não - respondeu a mulher. - Sossegue e fique quietinho ai.
- Você não pode fazer esforço. Mas mulher - insistiu o marido. - Eu preciso morrer... em paz!
- Eu quero te confessar algo!
- Está bem, está bem! Pode falar! - É o seguinte... - Eu sai... com a sua irmã... com a sua mãe e... com a sua melhor amiga! - Eu sei, eu sei meu AMOR, mas agora fique quietinho para que o veneno faça efeito!
NUNCA SUBSTIME AS MULHERES E LEMBRE-SE: 'MULHER NÃO TRAI, MULHER SE VINGA'
David Goldman e Bruna Bianchi (pais de Sean Bianchi Goldman) em foto de 1999
Editorial do jornal Folha de S. Paulo
Não foram poucas as opiniões jurídicas prevendo que o desfecho do caso do menino Sean seria precisamente o que se deu. O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, cassou a liminar concedida apenas cinco dias antes por seu colega Marco Aurélio Mello suspendendo a entrega do garoto ao pai americano. A família brasileira de Sean indicou ontem estar inclinada a não apresentar recurso no STF. Conclui-se assim uma longa e penosa novela, em que os interesses da criança ficaram em segundo plano. O primeiro capítulo da disputa se deu quando a mãe, Bruna Bianchi, brasileira residente nos EUA, veio em férias ao Brasil acompanhada do filho – com a devida autorização do pai, David Goldman. Sean ainda contava quatro anos de idade (hoje tem nove). Pouco tempo depois da chegada, Bianchi avisou Goldman de que não retornaria aos EUA. A partir daí, caracterizou-se a retenção do menino no país contra a vontade do pai, que recorreu à Justiça. Bianchi casou-se novamente no Brasil e morreu em 2008 no parto da filha com o marido brasileiro. Desde então a família do padrasto prolongou o caso o quanto pôde nos tribunais. A Justiça e o Direito brasileiro, como se sabe, oferecem copiosas oportunidades para a procrastinação. A decisão final tarda tanto que, mesmo correta, de certo modo sempre falha. Brasil e EUA são signatários da Convenção de Haia sobre Sequestro Internacional de Crianças, de 1980. O tratado prevê a restituição imediata do filho indevidamente subtraído ao convívio de um dos pais. O retorno de Sean aos EUA, portanto, era dado como certo. Adiar o desenlace por quatro anos só terá dificultado a readaptação do garoto a seu lar original.
O caso deveria ser decidido pela justiça brasileira, a legislação internacional favorecia a devolução ao pai americano, mas sob o ponto de vista humano esta não foi a melhor decisão para a tranqüilidade emocional e o desenvolvimento psicológico de S.G. de 9 anos. Prevaleceram no Supremo Tribunal Federal (STF) os argumentos ditos “técnicos” e nos EUA as pressões de uma mídia sensacionalista, assanhada pelo espetáculo e pela bandeira “Sean é nosso”. O governo americano sossegou, dona Hillary mandou dizer que está entusiasmada e agora pode implementar sua política de boa-vizinhança. Nossos magistrados estão certos de que cumpriram os ritos, as leis e convenções e agora podem lavar as mãos. Sempre lavam as mãos. Ao longo da encarniçada batalha judicial em torno do seu destino ninguém procurou saber o que se passava na alma desta criança que em quatro anos sofreu uma incrível sucessão de traumas: perdeu a mãe jovem, vivia ameaçado de ser separado da irmã recém-nascida, dos avôs maternos e do pai adotivo que lhe ofereciam carinho. Impossível saber o que Sean sente em relação ao pai que conhece tão pouco e ao ambiente onde nasceu, agora tão distante. A promessa do advogado da família Bianchi de que a transição não será “traumática” é confortante. Porém tardia. Sobretudo, imponderável e imprevisível. Ninguém pode adivinhar o que significa exatamente uma transição não-traumática para uma criança já tão traumatizada e sobressaltada. Esta é uma história sem vilões e sem vencedores, na qual todos perderam alguma coisa. Sean, mais ainda. Infelizmente, não há tribunal para julgar fados, os que tramaram esta história foram especialmente perversos. As partes tiveram as suas razões, exerceram plenamente os seus direitos e prevaleceu o que se convencionou chamar de Justiça. Impossível evitar uma sensação de melancolia pelo desfecho e uma grande dose de angústia pelo que ainda não aconteceu. Um pequeno “trailer” foi oferecido nesta quinta-feira, no Rio, na sede do consulado americano, quando se processava o primeiro lance de uma “transição não-traumática”. A jurisprudência foi certamente enriquecida, as obsessões da mídia podem ser momentaneamente controladas por juízes prudentes, responsáveis, mas a literatura e o cinema estão à espreita, vorazes. “Kramer vs. Kramer” é um paradigma que clama por um remake. Assim também a parábola do rei Salomão que maliciosamente pretendia resolver a disputa entre duas mães cortando a criança ao meio. Em algum momento aparecerá no kindle a história de um casal jovem, charmoso, fotogênico, marcado pela tragédia, cujo filho gerou uma crise diplomática entre dois enormes países. Tão diferentes e tão iguais. A espetacularização desta triste história pode demorar alguns anos, mas Sean Bianchi Goldman ficará muitos anos privado do direito elementar da normalidade e da privacidade. Se na escola preferir o futebol ao baseball será notícia, se o pai voltar a casar será manchete. Se fizer alguma opção pelo judaísmo dos parentes paternos ou pelo catolicismo dos maternos, isto será trombeteado pelo twitter (ou pela “rede social” que o substituirá dentro em breve). Mesmo protegido pelo falso anonimato das iniciais S.G., está fadado a ser assunto - de TV, das revistas de celebridades, da imprensa (amarela, marrom ou cor de salmão). Cada retorno do menino ao Brasil será um evento, cada período de férias, um tormento. A civilização papparazzi não esquece, imune à amnésia e à síndrome de Alzheimer. Sean será um filho diferente, irmão diferente, vizinho diferente, aluno diferente, criança diferente. Sean necessita de solidariedade, desde que silenciosa. Precisa de proteção, desde que à distância. Precisa de integração, agregação, soma – chega de subtrações e perdas. Num mundo onde a infância está sendo sistematicamente abreviada, a de Sean corre o risco de ser ainda mais curta. Cabe ao mundo juntar-se para preservá-la. Nesta barulheira infernal, como? Estas exigências no plano moral não deveriam constar das sentenças ? Meritíssimos não sofrem, nada lhes dói. Esqueceram que foram crianças.
(Leia ao fim desta edição de Natal um editorial do Correio da Lapa com críticas a Fátima Bernardes e William Bonner pelas críticas às bordoadas que a mídia americana deu no Brasil por causa deste caso, que ganhou proporções de escândalo mundial e exibiu a nossa injusta Justiça)
O bom senso soterrado pela mesquinharia
Por Gilberto de Souza Editor-chefe do Correio do Brasil, jornal diário do Rio de Janeiro
A hipocrisia pequeno-burguesa que permeou o caso do menino Sean Goldman é o retrato exato da sociedade que os grandes meios de comunicação querem fazer com que a maioria dos brasileiros acredite existir. Uma questão pacífica, ou que desta maneira deveria ser compreendida, que é o direito de um pai criar seu filho, na falta da mãe, foi transformada em um espetáculo circense de péssima qualidade, movido pela ambição estereotipada da família materna do garoto, amparada em editoriais velados, ora lacrimosos, ora nacionalistas, dos meios tradicionais de comunicação.
Ao invés de cederem ao sentimento universal que embasa o pátrio poder, como foram obrigados após cinco longos anos de uma disputa desgastante e cheia de mágoas para ambos os lados, os familiares maternos de Sean envolveram-se em um torvelinho que os cegou, em meio à disputa de egos e à sensação de posse sobre os destinos de um ser humano que, por força dos fatos, não está no Brasil, mas nos EUA, ao lado do pai, uma vez que a mãe não mais existe nesse mundo.
Diante do drama causado pela contenda familiar, que a mais ninguém deveria interessar senão às almas envolvidas em tal lastimável episódio, uma grande rede de televisão, seguida de perto por seus tentáculos na imprensa escrita e falada, transformou a coisa toda em mais uma de suas novelas. Mas, ao contrário das demais peças, que exportam o cotidiano gerado na imaginação do roteirista, essa do menino Sean é real. David Goldman, pai, não é personagem dos folhetins apresentados após o jantar, nos lares brasileiros. É pai. Queria – e, claro, conseguiu – ter o filho de volta.
Os Goldman, assim como os norte-americanos que acompanharam o noticiário, pela versão deles do conglomerado televisivo que nos cerca, viram as pretensões inadequadas dos Bianchi tomar um vulto simplesmente absurdo e, de novo, impossível não lhes vir à mente a figura da República das Bananas, onde uma questão que qualquer corte de Justiça, no menor condado daquele país, decide em uma semana, assumir ares de uma justa constitucional, passível de solução apenas na Suprema Corte do Brasil. Ridículo espetáculo, tolos atores, todos, desde os envolvidos diretamente, os juízes que avaliaram o processo, nós, brasileiros, que pagamos por isso.
A questão é tão clara aos olhos do bom senso que, ainda na volta para casa, o pai de Sean diz, em entrevista (não para os meios de comunicação brasileiros), que os avós maternos serão bem-vindos aos EUA sempre que quiserem ver o neto e, de maneira alguma, pretende colocar qualquer obstáculo a outro direito natural das pessoas: O de encontrar seus entes queridos. Isso, no entanto, não tem graça para os abutres do jornalismo-espetáculo que, por sorte, nossos leitores jamais encontrarão no Correio do Brasil. O curso natural da vida, no entanto, tende a mostrar para a opinião pública deste país que não se faz novela com a vida alheia. Não se deve, por força da ética, usar o que é de caráter privado, íntimo, familiar, como fonte de notícias para aumentar a audiência, vender mais jornal, faturar com publicidade em cima da privacidade e dos sentimentos humanos.
Esta questão é tão cínica, tão mesquinha, que somente é possível se promover tal carnaval extemporâneo e bisonho se as famílias envolvidas forem ricas, brancas e bem-educadas, gente alimentada com bastante proteína durante os seis primeiros anos de vida, integrantes dos mesmos círculos onde os comensais são influentes nas instâncias da Justiça por onde tramitou o processo e nos meios de comunicação onde o caso assomou até ares de uma disputa comercial entre dois países, como se chegou a sugerir. Ora, o chanceler Celso Amorim deve estar às gargalhadas, da mesma forma que a secretária de Estado, Hillary Clinton, diante o novo Festival de Besteiras que Assola o País (Febeapa), de que tanto falava Stanislaw.
Quero ver se alguns desses canais de informação que se prestaram a tal mesquinhez subiriam o Morro do Alemão em busca, aí sim, de matérias de superação humana, de sofrimento real, causado pela violência e pela miséria a que são submetidos milhões de brasileiros, por força de um sistema econômico pensado e gerido pelos atores loiros, gordinhos e corados, que voam em jatos particulares, rumo à Disneylândia. Aí não tem graça. Isso, para eles, não é notícia: Os entrevistados por vezes não têm dentes, não sabem falar o português correto, aparecem ao fundo ora barracos, ora valões. Enfim, a nesga de realidade triste e sórdida em que este país ainda chafurda pode sujar os comportados lares dos poucos e poderosos integrantes da classe média alta que ainda mandam nessa nação.
Que vergonha!
O pai David sozinho e o padrasto Lins e Silva entregando Sean na Av. Presidente Wilson, diante do Consulado dos EUA no Centro do Rio de Janeiro
Correio da Lapa comentando a notícia
Padrasto e avó brasileira não têm perdão
E Bonner e Fátima Bernardes merecem umas críticas sim
Endossamos integralmente o conteúdo do artigo acima do colega Gilberto de Souza. E foi estranha a crítica do casal 20 do Jornal Nacional, William Bonner e Fátima Bernardes, ao jornalismo americano que caiu de pau no Brasil. Fomos condenados ainda pelo constrangimento de Sean diante do Consulado americano no Rio. Fátima e Bonner, excelentes jornalistas, foram infelizes ao criticar a mídia ianque, no caso, por exibir o rosto do menino na saída do Brasil, como se exibir fosse algum constrangimento ou ilegalidade lá.
Ora, a legislação brasileira proíbe sim exposição de menores em situações de vexame ou que cause danos. Mas estava mais do que claro que os danos psicológicos no menino já haviam sido causados. No re-encontro com o pai, Sean estava começando a ser salvo. Aquele constrangimento foi o último e já superado. O constrangimento ali era do Brasil. Queremos ver o menino feliz voltando ao Rio de Janeiro daqui a alguns anos para rever amigos e ver o Brasil jogar no Maracanã em 2014. Já nem importa agora saber em que ritmo vai rolar a superação psicológica do menino, mas toda vez que Sean puder ser visto numa situação positiva, como foi o rejúbilo para milhões de americanos, e milhões de brasileiros, rejúbilo mundial ao ver reparada uma injustiça, a carinha do garoto tem mais é de ser mostrada. Se isso foi ilegal pelo estatuto de menores, reformemos a nossa lei, que anda atolada na morosidade e na falta de bom senso.
E ainda na noite do dia 24, Bonner naTV Globo insistiu em chamar pelo menos uma vez o David Goldman de pai biológico de Sean. Bonner não havia compreendido ainda que David é simplesmente pai. O adjetivo biológico só serve para casos de desídia, abandono completo para que outros criem uma criança, ou casos em que se insinua uma dúvida, seja esta causada por desconhecimento da existência do filho, ou desconhecimento da paternidade em decorrência por exemplo de sequestro não elucidado, como foi o caso do menino Pedrinho, roubado na maternidade pela maluca da Vilma do Planalto Central.
Naquele caso, sim, o pai se tornou biológico pela dor do desaparecimento desde o dia do nascimento do menino, pela distância, pelo seu aparecimento já quase homem, e aí sim, e mesmo assim, o jovem adolescente logo se assumiu como filho. E o pai, que era então biológico, se tornou imediata e simplesmente o pai de Pedrinho.
David nunca se tornou pai biológico, sempre foi o pai que teve o filho quase roubado de vez pela avó e pelo padrasto.
O vexame brasileiro, graças a Deus, terminou neste caso. O sofrimento da avó brasileira é compreensível. Mas ela e o padrasto não têm perdão. Desonraram o bom senso internacional, a Convenção de Haia, e, pior, ainda contaram, num caso de sequestro, ou outro nome qualquer para definir o caso, com o apoio de um magistrado do SupremoTribunal Federal, aquele mesmo ministro que mandou o banqueiro Alberto Cacciola passear por mais de cinco anos na Europa. Por Alfredo Herkenhoff Correio da Lapa deseeja Feliz Natal a todos, sem excluir ninguém, nenhuma das inúmeras pessoas desamparadas pela legislação brasileira ou que sequer conheçam seus pais biológicos.
Foto tirada pela produtora e desinger Isabella Sabóia, filha de João Sabóia, que aparece de pé com camisa vermelha. À esquerda, o videomaker Edmilson Sartori; à direita, eu, Alfredo, e ao meu lado, meu filho João Nunes Herkenhoff, ao lado do colega Rafael, de bonè, e ambos são chegados a uma culinária refinada... Homens felizes estao cada vez mais atuantes na cozinha!
O consulado americano informou que ofereceu entrada de carro pelo lado, mas a avó e o padrasto que afrontaram legislação, bom senso e acordos internacionais, teriam preferido estacionar o carro com o menino Sean Goldman do outro lado da rua da missão diplomática no Centro do Rio de Janeiro. Os adultos com isso propiciaram um teatro midiático, provocando um último constrangimento num imbroglio em que o garoto de nove anos sempre foi à vitima. Triste despedida.
Anos atrás, o menino Pedrinho, sequestrado na maternidade pela maluca da Villma, optou aos 18 ou 19 anos a viver com a mãe o o pai vedadeiros, e aqueles sim poderiam ter sido chamados de pais biológicos, porque nunca mais puderam ver o filho desde o dia do nascimento. Mas chamar o pai David Goldman de pai biológico, como faz a midia brasileira, é a parte que cabe a um mau jornalismo no caso enerrado neste 24 de dezembro de 2009.
A avó na pele impossível de mãe escreveu carta patética a Lula, sugerindo que o Brasil afrontasse leis nacionais e internacionais. Apelo desumano, que até se compreende por partir de uma mulher que perdeu entes queridos hoje, e há um ano e meio, morte da filha quando pariu uma neta. A avó ainda choramingando, como se o neto tivesse sido vendido...! Meu Deus! Quanta bobagem no meio do seu verdadeiro sofrimento! Ela foi mal orientada ou orientou mal o padrasto, um advogado querendo atropelar a lei?
Sean Goldman seria um menino anormal se não quisesse pemanecer com a vovó que lhe dava carinho e atenção. Agora o garoto receberá atenção e carinho do pai, do avô, da comunidade judaica, dos cristãos que estão na Casa Branca, enfim, de toda uma sociedade rica e poderosa e que estava escandalizada com o Judiciário brasileiro no meio dessas tentativas absurdas de um advogado no papel de padrasto desejoso de afrontar as leis e, por isso, agindo como mau advogado e mau padrasto.
Daqui a alguns anos, Sean vai continuar torcendo pela Seleção Brasileira, mas talvez acabe gostando também de baseball e do basquete da NBA. Nos EUA, Sean correrá menos riscos de morrer assassinado como as 7.600 pessoas que perdem a vida todo ano no Rio de Janeiro.
A devolução de Sean ao seu pai salvou o meu Natal.
Feliz Natal para todo o Mundo, para cada família, incluindo as que estão tristes com a perda do menino e as que têm uns membros bobalhões, gente que chegou a escrever na internet que a mãe de Sean, a Bruna, teria sido assassinada no parto em agosto de 2008. Quanta cretinice rolou inutilmente, apenas aumentando os eventuais danos psicológicos que o garoto agora vai ter de começar a superar!
Feliz Natal, Gilmar Mendes! O presidente do Supremo - não me simpatizo nada com ele nem com a maioria dos outros ministros - agiu espertamente e dentro da lei. Cassou a liminar do colega Marco Aurélio na hora exata. A ordem de Gilmar em tese poderá ser revogada pelo plenário do egrégio tribunal, mas como o Sean Goldman já partiu, não teria efeito nenhum. O Supremo, apesar de tantos erro em 2009, não parece ter vocação para imitar o padrasto e a vovó.
Lula é o homem do ano para o jornal francês Le Monde
(AFP) –
PARIS — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi escolhido o "homem do ano" pela redação do jornal francês Le Monde porque, segundo a publicação, "aos olhos de todos encarna o renascimento de um gigante".
"Embandeirado dos países emergentes, mas também do mundo em desenvolvimento do qual se sente solidário, o presidente brasileiro, de 64 anos, colocou decididamente seu país em uma dinâmica de desenvolvimento", afirma a revista semanal do Le Monde na edição desta quinta-feira.
"O presidente brasileiro, que no fim de 2010 deixará a presidência sem ter tentado modificar a Constituição para concorrer a um terceiro mandato, soube continuar sendo um democrata, lutando contra a pobreza sem ignorar os motores de um crescimento mais respeitoso dos equilíbrios naturais", acrescenta.
"Presidente do Brasil desde 1º de janeiro de 2003, ao fim de dois mandatos terá dado uma nova imagem a América Latina", afirma a revista ao explicar a escolha de Lula como "personalidade do ano 2009".
"A consagração de Lula acompanha a renovação do Brasil", afirma a reportagem assinada por Jean Pierre Langellier, correspondente do jornal no Rio de Janeiro.
"Carismático, de sorriso fácil e jovial, Lula, nascido em 27 de outubro de 1945 no estado de Pernambuco, ex-torneiro mecânico e sindicalista, transformou o Brasil em ator essencial do cenário internacional".
"Diplomacia, comércio, energia, clima, imigração, espaço, droga: tudo lhe interessa e diz respeito", afirma o artigo, acompanhado por fotografias de Lula no Brasil e no exterior, incluindo uma ao lado do presidente americano.
Lula foi o primeiro presidente da América Latina recebido por Barack Obama na Casa Branca.
Líder dentro do G20, aspirante a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU e primeiro sócio comercial da China são algumas conquistas na política externa, lembra o jornal francês.
"Longe ficou a época em que o sindicatista Lula com gorro proletário e microfone na mão gritava: 'Fora FMI'. Hoje não é mais o FMI que ajuda o Brasil, e sim o contrário", acrescenta.
Mas o balanço também revela um "lado obscuro".
Lula reduziu a pobreza e milhões de brasileiros passaram à classe média, "mas o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo (...) didivido entre um sul rico e dinâmico e um norte arcaico e deserdado".
E entre os temas pendentes são citados uma educação primária e secundária "medíocres", um sistema de saúde "deficiente", uma burocracia "pesada", a polícia "ineficaz" e uma justiça "preguiçosa".
O jornal espanhol El País declarou há algumas semanas Lula como a "personalidade do ano" e a revista britânica The Economist dedicou um número especial ao Brasil, com uma capa mais que eloquente: o Cristo Redentor, uma das imagens emblemáticas do Rio de Janeiro, decolando como um foguete rumo ao espaço.
Por Henrique Porto * Jornalistas fazem plantão em frente ao hotel em Copacabana
STF decidiu na terça-feira que menino deve ser entregue ao pai. Entrea marcada para quintaf-eira às 9h da manhã
O americano David Goldman, pai do menino Sean, de 9 anos, permanece na tarde desta quarta-feira (23) sem sair do hotel onde está hospedado em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Desde cedo, jornalistas da imprensa nacional e internacional fazem plantão em frente ao prédio. Um carro do consulado dos Estados Unidos também está no local.
Segundo Ricardo Zamariola, advogado de David Goldman, o americano está feliz com a decisão do STF, que suspendeu na terça a liminar que garantia a permanência do garoto no Brasil. Em entrevista à rede de TV americana NBC, o americano declarou que o Brasil "terá um futuro melhor honrando o império da lei”.
Desde a noite de terça-feira, quando saiu a decisão do ministro Gilmar Mendes, David Goldman não falou com a imprensa. Um deputado americano, que acompanha David Goldman, disse que o americano vai levar o menino para os Estados Unidos assim que encontrá-lo.
Avó diz que está chocada
A avó materna de Sean Goldman, Silvana Bianchi, disse, na tarde desta quarta-feira, que está “chocada, triste, decepcionada e envergonhada” ao comentar, em entrevista ao G1, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que determina que a criança seja entregue imediatamente ao pai biológico, o americano David Goldman.
Este é o seu primeiro desabafo à imprensa, depois de divulgar uma carta aberta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O advogado da família, Sérgio Tostes, disse nesta quarta que não pretende recorrer. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) determinou também nesta quarta que o menino seja entregue até as 9h de quinta (24) no Consulado dos Estados Unidos, no Rio de Janeiro.
Na semana passada, de acordo com a notícia, o senador do Partido Democrata Frank Lautenberg, de Nova Jersey -mesmo estado do pai de Sean-, havia apresentado uma moção suspendendo a votação em retaliação ao Brasil, por conta da disputa pela guarda do menino.
“Não esperava que meu neto seria trocado num acordo econômico. Por enquanto, não pretendo fazer nada, diante disso. O meu país, o país do Sean, já que ele é brasileiro nato, vendeu uma criança”, afirmou. “Ele está sendo posto para fora do país”.
'Estão separando dois irmãos', diz Silvana
Silvana Bianchi disse que vai passar o pior Natal de sua vida. “Estão separando dois irmãos”, disse ela, se referindo à outra neta, Chiara, de 1 ano e 3 meses”. Um dos desapontamentos de Silvana foi não terem permitido ao garoto manifestar sua vontade de ficar com a família brasileira ou seguir com o pai para os Estados Unidos.
“Foi negado o direito de ele falar. A gente está numa democracia, mas respirando a lei da mordaça. A fala dele seria fundamental”, acrescentou. A avó do menino também reagiu de forma negativa à mensagem que divulgou abertamente ao presidente Lula e não obteve nenhuma resposta. “Estou decepcionada, muito revoltada. É meu neto. Merecia mais respeito, uma explicação”, concluiu.
Ando meio parado com o nosso CDL por causa de uma empreitada, um livro, um instant book, talvez pornográfico, talvez mero erotismo, talvez nem nada. Mas para dizer que estou vivo, segue um comentário em torno do que ando ouvindo enquanto escrevo algo que provisoriamente se intitula "Kasparov do Motel":
Carlos Gardel e suas sete viúvas...
"Carlos Gardel antes era puto, maricón, porém "despues que murió", virou "el mas grande de todos", cantando a cada dia melhor. E a gente fica brincando de uma estranha situação no céu de Gardel com suas sete viúvas. O rei da milonga gostava só de cantar e de corrida de cavalo. Dizia que não podia nem ser contra o divórcio porque por sua profissão era contra o casamento. E o mundo, reverenciando o mestre, nunca mexeu com essa falta de mulheres à sua volta. Talvez fosse misógino. Mas que importa? Gardel deixou como viúvas as maiores canções do tango, como Mi noche triste, Adiós muchachos, Mi Buenos Aires querido, Por una cabeza, Esta noche me emborracho, Soledad e El día que me quieras.
Vamos ouvir Mi Buenos Aires querido, de 1934, um ano anos da morte do artista na pista do aeroporto de Medellin, Colômbia, num choque de aviões....
E a letra da canção:
Mi Buenos Aires querido, cuando yo te vuelva a ver, no habra mas penas ni olvido. El farolito de la calle en que naci fue el centinela de mis promesas de amor, bajo su inquieta lucecita yo la vi a mi pebeta luminosa como un sol. Hoy que la suerte quiere que te vuelva a ver, ciudad porteña de mi unico querer, y oigo la queja de un bandoneón, dentro del pecho pide rienda el corazón.
Mi Buenos Aires tierra florida donde mi vida terminaré. Bajo tu amparo no hay desengaños, vuelan los años se olvida el dolor. En caravana los recuerdos pasan como una estela dulce de emoción, quiero que sepas que al evocarte se van las penas del corazon.
Las ventanitas de mis calles de arrabal, donde sonrie una muchachita en flor; quiero de nuevo yo volver a contemplar aquellos ojos que acarician al mirar. En la cortada mas maleva una canción, dice su ruego de coraje y de pasion; una promesa y un suspirar borro una lagrima de pena aquel cantar.
Mi Buenos Aires querido... cuando yo te vuelva a ver... no habra mas penas ni olvido...
Música Sorte, de Celso Fonseca e Ronaldo Bastos, sucesso nos anos 80 na voz de Caetano Veloso e Gal Costa. Esta versão do Século XXI também é muito boa...
Não é de hoje que a confusão entre esses dois temas me toma tempo para explicar o que é um e o que é o outro. Invariavelmente, um autor novo me pergunta: - Você também faz divulgação dos livros? Antes de responder que sim, tenho que tomar cuidado para perguntar o que ele entende por "divulgação", e a revelação vem, em seguida: - Você os coloca à venda nas livrarias? Aí eu tenho que parar a conversa e dizer que as duas não são a mesma coisa: divulgação não é distribuição de livros, mas sem a divulgação, não adianta distribuí-los, porém, mesmo divulgando, nem sempre as livrarias aceitam a distribuição dos nossos lançamentos. - Por quê? Divulgar é anunciar o lançamento de um livro, contratar um assessor de imprensa, e conseguir notas nas editorias de cultura, uma chamadinha numa coluna social, ou em sites da internet, mandar convites virtuais e impressos, ligar para os amigos dizendo que está lançando um livro. Divulgar é tudo o que importa, avisar a Deus e o mundo que o livro existe e que já pode ser comprado. Pergunta seguinte: - Onde? Aí temos de explicar que autores novos ficam todos juntos num lugar só para ver se crescem, como numa estufa, todos muito quentinhos, para que as raízes tão incipientes criem força no solo. - ...? Não é nada disso. A distribuição dos livros é a parte mais dolorosa depois do lançamento, a mais trabalhosa, a mais onerosa e a mais lenta. Sem um distribuidor (ou mesmo com ele), temos de abrir caminho dentro das livrarias, conhecer o livreiro, o vendedor, o caixa, o segurança, a compradora, frequentar esse espaço sagrado onde os livros se reúnem. Distribuição é o trabalho de formiguinha, enquanto a cigarra (a divulgação) canta. Ou seja, uma não existe sem a outra, como na fábula, mas só divulgar não adianta, e querer distribuir sem divulgar não funciona. Na ausência de uma divulgação eficaz, o melhor jeito é colocar a boca no trombone e avisar todo mundo que se conhece que tem livro novo na praça. Mas se conseguirmos uma notinha, entrar na agenda de lançamentos, ou a foto da capa do livro nas sugestões do Prosa & Verso ou do Ideias... Que alegria! Distribuir requer os instrumentos certos, os conhecimentos dentro das livrarias, e muita, muita paciência, porque mesmo depois de entrar em dez livrarias, é preciso verificar se o livro vendeu, checar o estado dos livros, fazer os acertos... Isso eu digo como pequena editora que tem que cuidar tanto do livro quanto da venda e consignação das nossas edições. O acerto é incerto. Nem sempre temos a certeza de receber ou sequer de vender, mas a mágica acontece. A insistência faz com que descubramos quais as melhores livrarias e onde devemos consignar (ou não) os nossos livros. O tempo é o melhor conselheiro. Há dez anos venho fazendo isso e ainda estou aprendendo o caminho que me leva à vitrine de uma livraria, à relação dos mais vendidos, aos mais clicados no site de vendas. O livro começa como ideia e termina como produto de venda e objeto de comércio. O livreiro e o divulgador só veem o livro como mercadoria. E é como mercadoria que temos que pensar nosso livro, senão ele não vende. E se quisermos vendê-lo, vamos ter de entender um pouco melhor essa mecânica que faz com que as pessoas saiam de casa ou cliquem num mouse para comprar o nosso livro. É uma luta e uma vitória, todos os dias.
* Por Thereza Christina Rocque da Motta Rio de Janeiro, dezembro de 2009 -
No domingo, futebol de mulheres, Marta, e no sábado, Barcelona contra Estudiantes de La Plata. E nada além de um novo livro. Curto e talvez se alongue...
Deu no blog Olhares Fotografias Online esta bela foto de uma noitada carioca, com o registro de Rodrigo Molina, acompanhado do poema Tipos de Mulher, uma graçola deste nosso Correio da Lapa, tendo merecido o conjunto intitulado RESUMO duas dezenas de comentários. Então revejamos o poema inspirado talvez no belo samba do querido amigo Toninho Geraes interpretado magistralmente por Martinho da Vila, aquele Já tive mulheres... (Por Alfredo Herkenhoff) Endereço do blog de Olhares é
Só gosto de dois tipos de mulher
brasileira e estrangeira
verde ou amarela
gorda ou magricela
A que ninguém ama
A que todo mundo quer
A nobre e a plebéia
A crente e a atéia
A estagiária e a gerente
a mulher fria, a envolvente
Só gosto de dois tipos
Mulher que se arruma depressa
Mulher que perde a hora
A que ri à toa e a que chora
A que não me tem, mas me namora
Mulher que leva na brincadeira
Ou leva tudo a sério, pistoleira
Verdadeira ou mentirosa
Horrorosa, porém gostosa
Mulher que rala muito
Mulher que vive à toa
Só gosto de dois tipos
A boa e a muito boa
Gosto da bem amada
E da mal falada
Daquela que ninguém viu
Da prostituta mais vil
Carinho tipo guerra civil
Gosto da mulher casada
Da mais fogosa tarada
Da que respeita o marido
Da que faz o dono ficar moído
Só gosto de dois tipos de mulher
Da que aparenta ser honesta
e da que me dá o benefício da dúvida
Gosto da mulher de rabo de cavalo
E da que ostenta o rabo largo
Da mulher do beijo doce
Mulher do beijo mais amargo
Da que cai dentro porque é bamba
E daquela que nem gosta do samba
Gosto da mulher que dança bolero
Da mariposa que voa, quero-quero
Mulher que nada fala
mas não se cala
Da aflita que não grita
Ou da calma que se esgoela
Da que tem ciúme dele
Da que tem ciúme dela
Da que me ama antes de me ter
Da que só me ama depois de meter
Gosto da ex e da futura
Da mocréia e da formosura
Mulher do tipo leveza
Beleza do tipo grossura
Só gosto mesmo de dois tipos:
meu bem e amém
Gosto da mulher mais pobre
Gosto da mulher mais rica
Daquela que nunca vem
Da que o tempo todo fica
Seja a mais esbelta
seja a mais atarracada
Qual bola de bilhar
cada uma, uma tacada
É um eterno rala e rola que embola
dias frios e quentes, infernais
A regra é clara: respeitar os rivais
Mas nunca temer a concorrência
Entre a viadagem e a abstinência
Se o prazer é uma loucura
Pego fogo com a ternura
Se o gozo, uma vertigem
Tomo banho de fuligem
Posso dizer que curto uma vida amena
Rimando loura com morena
italiana azeda com pretinha
pela felicidade da vizinha
Qual a mais carnívora flor
que encontra um dia quem a devore
o desejo guarda traços de fragilidade
mesmo se a paixão furiosa não for maldade
Nesta busca para saciar a fome de prazer
Existe um tempo de irritabilidade
Pois antes que este tempo me derrube
digo claro e profundo o que penso da dor:
Só gosto de dois tipos de mulher
A que tem prisão de ventre e a que faz cocô
Sou fã de toda zoeira
Bate-papo, bobagem ou besteira
Só gosto de dois tipos de mulher
A que só com você se declara
E a que jamais se declara
Gosto sim da mulher que jura gostar
Nada tenho contra quem
não me faz mal no meu harém
As diversas formas do bem-querer
são mais misteriosas que o Além
E quanto mais eu me enchafurdo
mais eu morro de saudade
É sim, só gosto de dois tipos
buscando amor nesta cidade
Mulher inteligente que empacou
Mulher que deu mais do que Pelé fez gol
Gosto daquela que dá duro
E que faz sexo seguro no escuro
E daquela que dá sempre mole
E apesar de tanto bole-bole
Não sou de galinhagem
É uma de cada vez
O taxímetro tem milhagem
A verdade não tem talvez
Gosto que me enrosco
no céu, na terra, avião no ar
Peixe na praia, sereia no mar
Mas é uma de cada vez
pra batata não assar
Admiro quem se admira
Joana, Maria, Clara e Mira
Depois de tanta mentira
só me resta dizer uma verdade
Eu só gosto de você
porque só você me deixa à vontade
Fotografia & Texto fantásticos ambos com muita dinâmica a imprimir movimento e a guiarem o nosso olhar pela escrita de palavras e imagens a fora a resultarem numa satisfação e preenchimento da alma humana. Lovejoydivision.
Um coração de emoções com uma verdade verdadeira, só gosto de você, porque só você me entende! Grande e bem elaborado, gostei pra valer, valeu cara.
Abraço de Portugal e um meu
Belo olhar sobre a noite carioca e sobre as mulheres, gostei. E o seu time, heim? Agora leva!!! rss Meu Cruzeiro talvez entre para o G4, ainda tenho esperanças...
No domingo que vem, "é nóis!". No sapatinho, na humildade, mas "é nóis"! E o cenário perfeito seria com o São Paulo perdendo a vaga no G4 na última rodada....hahahaha...Quem sabe dando lugar para o Cruzeiro? beijos cariocas!
Xiça..!
Isto é que foi um texto e vontade de escrever. O que certamente irei fazer, mas antes quero dizer que tenho a certeza que o conjunto todo, imagem e texto são de qualidade personalizada.
Forte Abraço Rodrigo e bom fim_de_semana.
Papo com Alfredo Herkenhoff sobre livro e Jornal do Brasil
O livro Jornal do Brasil – Memórias de um secretário – Pautas e Fontes, de Alfredo Herkenhoff, foi lançado para coincidir com a data da última edição impressa do diário centenário, que desde setembro existe apenas em versão digital na internet. O livro, de 430 páginas, impresso na Zit Editora em parceria com a Talento & Expressão, empresa de comunicação e marketing do jornalista Fábio Lau. No lançamento para colegas da profissão, como aconteceu na Lapa, Rio de Janeiro, o exemplar foi comprado a R$ 40. Nas livrarias, o preço oscila entre RS 60 e R$ 70. Que história é essa de livro instantâneo? O livro é uma imitação de um jornal, desde a sua capa, quem tem o famoso L dos classificados que durante décadas marcou a primeira página do JB, também chamado Jornal da Condessa. Mas em vez de notícias recentes, Pautas e Fontes relata tempos de uma história centenária. O livro foi editado como um jornal: correria contra o relógio, tensões, troca de fotografias na última hora, risco e busca de qualidade de modo a servir também de pretexto para uma confraternização. Com quem trabalhou? Embora livro instantâneo, dois terços contemplam produção minha, solitária, em duas fases: meados dos anos 90 e entre 2004 e 2006. E a partir do anúncio do JB de adeus às bancas, em julho, esses guardados ressurgiram como uma oportunidade - muito por instigação de Fábio Lau. Nessa reta final, trabalhei direto com este colega no fechamento e na conceituação da edição, cortando e depurando textos antigos. E nas últimas três ou quatro semanas, trabalhamos direto no contato direto e ainda no telefone e no email para reunir depoimentos e selecionar manifestações de colegas sobre o fim do JB impresso em diversos meios, blogs, jornais, revistas, redes sociais. Como você dividiu os capítulos? Não dividi, não há propriamente capítulos. Há reflexões e noticias, algumas recentíssimas, outras do século 19. São cerca de 180 tópicos, reproduções, depoimentos antigos diversos. Exemplos: uma entrevista com a primeira condessa, a Regina Araújo Pereira Carneiro, a emoções recentes, como as de Wilson Figueiredo, ex-braço direito de Dr. Nascimento Brito (dono do JB), manifestando esperança de que a instituição sobreviva nessa fase 100% digital. O livro contém de reproduções de análises, como a de Alberto Dines estimando que o JB morreu sem epitáfio, a linhas chorosas, declarações de amor e saudades de dezenas de colegas. Mas também conto casos de barrigas (erros) e furos de reportagem. Casos acontecidos no JB e noutros jornais. O livro não trata o JB com vanglória, nem conta a sua história cronologicamente. São flashes, momentos pessoais, sofrimentos e rejúbilos, momentos históricos, edições extras, crises, greves, decadência. Este conjunto é permeado ainda de várias passagens de puro didatismo, livro para estudantes, assessores de comunicação e leitores em geral. Como um mosaico de uma redação, o livro faz homenagens especiais a grande nomes super premiados que passaram pelo JB, como os saudosos Oldemário Touguinhó, José Gonçalves Fontes e Araújo Neto, além de homenagens especiais aos fotógrafos vivos Evandro Teixeira e Nilton Claudino. E na última hora, pintou uma homenagem comovente a Tim Lopes: um texto que seu filho Bruno escreveu, lembrando da infância com o pai, escreveu agora em 21 de agosto. Fechamos o livro dia 22 e entregamos na segunda-feira no dia 23 de agosto.à Zit Gráfica e Editora, que prestou serviço apenas de impressão. Por que decidiu fazer o livro? Há quanto tempo vem trabalhando nele? Como já respondi, comecei há décadas e vi a oportunidade de concluir em semanas como um pretexto para reunir jornalistas que hoje atuam nos grandes meios de comunicação do Brasil. Eu já tinha experiência de livro instantâneo: Livro do Jobi (badalado bar, no Rio), que propiciou uma grande celebração da urbanidade no Leblon e levou aquele antigo boteco a se tornar um bistrô de luxo com preços proibitivos a muitos coleguinhas. O aspecto instantâneo de um livro é fórmula pouco explorada no Brasil e embute riscos e benefícios: uma publicação a jato é garantia de pequenas falhas, como as de digitação, com revisão apenas parcial sem tempo para pegar tantos descuidos, algumas falhas terríveis como datas e nomes, outras são mero exagero, mas, em contrapartida, edição instantânea é garantia de intensidade, emoção com legitimidade, livro que nasce com um marketing da comemoração em torno de uma data especial, ou de um acontecimento, bom ou ruim, mas que desperta grande interesse, seja histórico, seja social. Entre as inúmeras histórias de bastidores do JB, quais você destacaria no livro? O instante em que Pelé, de terno a gravata, abraça o repórter Oldemário Touguinhó totalmente nu, num quarto de hotel em Caracas. Rolou testemunha. O dia em que um executivo do jornal telefonou de um iate em Angra dizendo que o corpo de Ulisses Guimarães tinha sido encontrado e que o JB devia noticiar no segundo clichê na edição de domingo. O secretário Roberto Pimentel Ferreira se negou a inserir versão sem comprovação e foi aplaudido no dia seguinte. Mas na agência JB, uma repórter inexperiente (foca) acatou o furo do patrão e perdeu o emprego horas depois. Produzi, a partir de titititi de meus chefes, um diálogo que imaginei possível entre o gestor do JB e sua mais famosa colunista. Ele se surpreendendo com o pedido de demissão quando se preparava para dizer a ela que o salário seria cortado à metade. Entre os depoimentos que você colheu, quais destacaria? Há depoimentos pequenos e impactantes como o do jornalista e escritor João Máximo (autor da biografia de Noel Rosa), lembrando de um almoço com o correspondente Araújo Neto, em Roma, e dizendo que não consegue falar da morte do JB com bom humor. Há um texto denso de Nilo Dante (recordista em chefiar grandes jornais no país), que estuda a circulação dos principais diários desde meados dos anos 90, com queda generalizada. Este texto propicia reflexões sobre o futuro da mídia e do jornalismo digital a caminho da predominância nas próximas décadas. Quantos anos você trabalhou no JB? Em que período? Vinte anos em dois períodos. De 1981 a 1987. Fui redator internacional, secretário noturno, ou gráfico, copydesk da 1ª pagina etc. E de 1991 a 2005, secretário, chefe de reportagem, redator momentâneo em editorias de política, economia e esportes, em situações como Copa, eleições e pacotes anti-hiperinflação. Fui colunista do Caderno B em 2003 e depois por dois anos operei fora da redação, no marketing, editando cadernos especiais dos últimos grandes seminários promovidos pelo JB. Como avalia o fim da venda do JB em bancas? Num certo sentido, algo previsível, tiragem em queda livre.... 15 mil ao dia nos últimos meses, encalhe e falta de investimento em bons profissionais da reportagem. Vejo o caso com tristeza. Nos últimos anos, a saída de grandes nomes do JB, como Joaquim Ferreira dos Santos, Verissimo, Xexeo, Zuenir, Ancelmo e outros foi se dando passo a passo com um clima de morte anunciada no redação então apelidada de Titanic. Lembro que Carlos Drummond de Andrade dizia que não há nada mais triste ou melancólico do que a morte de um grande jornal. Ele se referia ao Correio da Manhã, que fechou em 1974 e onde trabalhou por quase 20 anos. Em seguida, o poeta trabalharia uma boa temporada no JB. Mas, a sentimento serve para qualquer grande jornal. Qual a importância do JB para o jornalismo brasileiro? O JB viveu seus anos dourados a partir de meados da década de 50 até meados dos anos 80. Uma de suas grandes marcas aconteceu no período ditatorial quando, a partir do AI5, em 1968, soube marcar posição pela redemocratização. A Maurina Dunshee de Abranches, segunda mulher do conde Ernesto Pereira Carneiro, promoveu uma revolução plástica no matutino a partir de 1956, abrigando os principais escritores e artistas do país em suas páginas. Na sua opinião, o fim do JB nas bancas é um caso isolado ou uma tendência do jornalismo do futuro? De junho de 2009 para cá, três jornais diários deixaram de ir às bancas: Tribuna da Imprensa, Gazeta Mercantil e JB. Não será isso uma tendência? O que mais, Alfredo? Conto casos de passagem envolvendo donos de jornais e chefes de redação. Mas nenhum deles denigre a honra de ninguém. O livro não é um ajuste de contas, não é nenhum Tribunal de Nuremberg da mídia carioca . O livro acima de tudo humaniza o trabalho em jornal. E sua presença na PUC nesta segunda-feira, 13 de setembro de 2010? Se deve a convite de professores com quem trabalhei no JB. Tenho um amor pelo Jornal do Brasil semelhante ao amor que tenho pela PUC, onde me formei em 1976. A propósito, eu queria pedir desculpas por ter permitido que uma frase saísse publicada na orelha deste Memórias de um Secretário - Pautas e Fontes. Está dito: a leitura deste livro vale mais do que um semestre em faculdade de Comunicação. Mas não é verdade. O exagero foi apenas uma ferramenta agressiva de marketing para destacar aspectos didáticos do livro. Em respeito a milhares de estudantes e professores, mil perdões, são falhas assim que tornam um livro instantâneo um ‘mal necessário’. Mas espero sim que o livro ajude universitários a pensar no rumo profissional que estão prestes a dar em suas vidas. Por isso estamos iniciando na PUC um ciclo de debates acadêmicos sobre mídia impressa, passado e futuro, havendo já quase dez encontros pré-agendados em outras faculdades do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas e São Paulo. Talvez desses encontros surja alguma novidade editorial.
Jornalista, escritor e agitador cultural, autor do livro "Jornal do Brasil - Memórias de um Secretário - Pautas e Fontes", que aborda o fim do ciclo impresso do antigo colosso da imprensa. A propósito, o livro, com 430 páginas e fotos, pode ser adquirido por aqui: basta mandar email para alfredoherkenhoff@gmail.com
No início da noite de 13 de junho no Rio
Protesto pacífico, sim, como até agora é este que está rolando neste momento na Avenida Rio Branco. Agora se uma turminha punk-louca resolve quebrar nao pode, como também não pode essa posição generalizadora, horrorosa, do Arnaldo Harbor e... Geraldo Arkmin. É tanto descalabro que a sociedade está precisando sim um pouco de rua, chega de noticia só sobre tragédia em porta de hosSalvarpitais públicos e em escolas reduzidas a frangalhos... Professore mal pagos e políticos sorridentes. Os protestos de São Paulo, Rio, Ancara e de outros menos renomados não são o que parecem. Na Turquia era por umas árvores, um parque, contra um shopping, e hoje pedem a queda do primeiro-ministro com nome de remédio. No Rio de Janeiro, não é por 20 centavos de aumento no ônibus. Em São Paulo, não é exatamente pelas motivações cariocas... O que querem, apenas ter voz? Não sei bem, mas é uma forma de autodescoberta. No Brasil são protestos contra tanta mesmice, tanta politicagem e politiqueiros e empresários mancomunados nas licitações fraudulentas... O Judiciário Jurássico.... O protesto é um pouco contra o Alckmin, que chamou todo mundo de vândalos, O protesto é contra a Folha de Sampa, com editorial hoje que é cara do Geraldo. O protesto é para ser pacífico, mas as emoções degringolam, autoridades se valem de meia dúzia de mais exaltados para reprimir em nome de verdades constitucionais como o ir e vir. O protesto exerce o direito de ir, tem que ser organizado. Quantos direitos sonegados nesses que se arvoram a defensores da ordem? Quanta corrupção? Quanto vexame! O Engenhão exibindo a múmia não dos nossos engenhos, engenhosos engenheiros mancomunados que sequer sabem calcular uma bobagem, mas o vexame é o novo Estádio do Pan-Americano exibindo a Justiça mais que cega, mumificada, encastelada em datas vênias, ninguém vai preso, só jovens... O protesto é contra os absurdos constitucionais: saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Educação é um direito de todos e um dever do Estado. Quanta mentira... Rola aí nesse FB aqui o depoimento de um jovem que se descobriu manifestante na Paulista assim de repente, do nada, mero instinto: Ei-lo: ... depoimento de um jovem que estava lá: "Depois de um dia de trabalho normal lá vou indo para casa quando vejo um grupo de pessoas sentadas no chão escrevendo em alguns cartazes e uma multidão na paulista e curioso pergunto "o que está rolando agora na paulista?" "é o terceiro ato dos protestos contra o aumento da taxa de ônibus e metro", me responde um deles. Fiquei parado por alguns segundos, achei interessante, logo, acabei me enturmando com o grupo, que acabei acompanhando no protesto. E foi assim, por curiosidade, que acabei presenciando um dia que eu nunca vou esquecer na minha vida. Vocês já devem ter lido na mídia sobre esses protestos que estão rolando na paulista, e provavelmente o que você leu lá não é verdade. Pois é, quem diria, a mídia manipulando os fatos para vender jornais, QUEM PODERIA IMAGINAR?? (sic). O protesto começou lá paras 18h00 e a galera foi seguindo da paulista até a consolação, era uma multidão de cidadãos de bem, povo honesto lutando pelos seus direitos, pacíficos. A polícia estava lá, presente, e na maioria do tempo sem causar muitos problemas, fazendo apenas o seu trabalho e de forma alguma tentando impedir o protesto. A chuva começou, e ficou MUITO FORTE. Acho que eu nunca me molhei tanto assim na vida, nem quando eu tomava banho. Mas isso não impediu aquelas pessoas de continuaram a gritarem o que já estava entalado em suas gargantas "VEM VEM PRA RUA CONTRA O AUMENTO" "SE A TARIFA NÃO BAIXAR, SÃO PAULO VAI PARAR!!!" "O MOTORISTA, O COBRADOR, ME DIZ AÍ SE SEU SALÁRIO AUMENTOU". E assim continuávamos, passamos por um túnel, fomos até a liberdade e depois um pouco para lá da praça da sé. E aí apareceu uns babacas destruindo um ônibus. Um grupo de no máximo 3 pessoas, que com certeza absoluta não tinha o apoio de ninguém do protesto. Foram vaiados, todos ali descordavam de tais atos de vandalismo. Eu cheguei em um deles e perguntei o motivo daquilo tudo e se achando na razão responderam "a gente é que paga p*rra". Acredite, ele realmente achava que estava ajudando. Estava perdido. Estava puto. Queria mudanças. Mas infelizmente não sabia como expressar. É vandalismo. É errado. E ninguém ali concordava. Sério, ninguém. O grupo saio correndo, quando percebeu a merda que fez. Uma pena mesmo é que vai sair na mídia que o protesto inteiro é vândalo por causa de uma cagada que dois ou três fazem. É triste, mas fazendo isso se vende mais jornal. Bom, mas continuamos pacificamente o protesto, as atitudes de alguns imbecis não tiraram nossa vontade de expressa PACIFICAMENTE nossa (já estou me incluindo) revolta contra o aumento da tarifa. Paramos em algum lugar que não sei exatamente onde fica, depois da sé, e ficamos sentados no chão por alguns momentos, até que a polícia, por algum motivo que não sei identificar, começou a reagir. Não sei se aconteceu alguma briga ou coisa do tipo, não vou julgar antes de ter conhecimento real do que houve. Soltaram bombas de gás de pimenta, a galera saiu correndo. Foi frustante, é uma sensação horrível, pensei que iria desmaiar naquele momento, os olhos ardendo, a garganta também. Não recomendo a ninguém. E naquele momento a manifestação perdeu a força. Alguns continuaram, e muitos foram embora (assim como eu). Sai dali pensando no que escrever. Queria contar a verdade. Queria contar o que aconteceu. O que a mídia não fala. O protesto FOI PACÍFICO SIM. As pessoas que estavam ali eram cidadãos de bem. Pessoas que são prejudicadas de verdade com esse aumento e TEM SIM O DIREITO DE PROTESTAR. Fico feliz de ter ido. De ver que minha geração não é uma geração que aceita tudo calado. Que vai para as ruas. Luta pelos seus direitos. E assim, vamos construindo um novo Brasil. Um Brasil em que o jovem tem voz e a usa. Escrevi pra caralho, mas não poderia deixar de contar o que vi."
Missa de 7º Dia em memória de Sérgio Bandarra Silveira, conhecido como Gaúcho Fotógrafo, foi realizada dia 22 de março na Igreja de Sto Antônio dos Pobres, na Rua Dos Inválidos (Na foto, Aldyr Blanc abraça Gaúcho. Click by Alfredo Herkenhoff)
boêmios da Lapa. lapa do boqueirão. lapa do desterro. lapa do folião. lapa das bocas. lapa dos becos. lapa de vacas. lapa das magras. lapa de vidro. lapa de caco. lapa de baco. lapa do barraco. lapa que eu berro. lapa é boi voador. lapa do aterro. lapa do calor. lapa da carmelita. lapa de boquita. lapa do semente. lapa fenda de pedra. lapa de carne quente. lapa da pedra lascada. lapa de palinhas. lapa de lapadas. lapa exposta em postas. lapa exposta em postais. lapa exposta em lapas. lapa de toda gente. lapa de florisbela. lapa de chapéu, costume, lapela. lapa sebastiana. boêmios do capela. guarda napo da lapa. pelas lapas da vida. traga uma lapada em cada naco de lapa. cada lapa de coxa. na lapa em pêlo. eu lapo tulipa tu lapas noturno ele lapa memória nós lapamos um grito vós lapais um suspiro eles lapinham um cabrito. todos lapianos da gema. lapeiros inteligentes. pelas lapas da vida. pela via única da lapa antiga. no mapa da lapa. mario largo da lapa de malandros e otários e de ateus e crentes, de indiferentes à toa. lapa da coisa boa. bê é bom beber melhor caninha nos arcos da lapa. conheci mariazinha
Publicações de setembro de 2009 neste Correio da Lapa
Da esq p/ dir: Evandro Lima, grande harmonia no violão; Kelson Montagna, letrista e quatro vezes campão, em parceira com Beto Monteiro nos sambas do Bloco das Carmelitas; Claudinho Guimarães, banjo e voz, parceiro de Meriti e outros e emplacando sucessos com Zeca: A Gira Girou. Beto, de branco, deixou o chapéu sobre a mesa - Foto Correio da Lapa
Pão de Açúcar no além-teto do Iate Clube
Esta é uma das 2 mil imagens quase todas clicadas no segundo semestre de 2004, todas mostrando o Pão de Açúcar a partir do Bairro de Botafogo - Veja outras do rochedo espalhadas por este Correio da Lapa
Pão de Açúcar pós-jardim
Perca um tempinho evitando distrações e observe as cores e as flores - Foto de Alfredo Herkenhoff
COLEÇÃO PÃO DE AÇÚCAR
Cajueiro na Praia de Botafogo, foto tirada quase ao meio-dia - By Alfredo Herkenhoff
MAIS PÃO DE AÇÚCAR PRA SEMPRE
Pedras na Praia de Botafogo, uma obra - By Alfredo Herkenhoff
COLEÇÃO PÃO AÇUCAR ETERNO
Vista da janela da Livraria Siciliano no Botafogo Praia Shopping - By Alfredo Herkenhoff
Belíssima foto! Excelente mesmo! Bom click. *****
Fantástica... muito bem consguida!
Gostei do momento, da frescura destas idades.. e da forma como a fotografia foi capturada!! porque não a cores??
Gostei
Um momento espectacular! Viva a alegria! Bj.
Grande registro, a foto passa um ar de felicidade contagiante. Belo resumo. Parabéns!
um belo olhar,parabéns.
Uma verdadeira obra de arte! ***** \m/
excelente registo!
Fantastica Imagem - 8*******************
belas
Fotografia & Texto fantásticos ambos com muita dinâmica a imprimir movimento e a guiarem o nosso olhar pela escrita de palavras e imagens a fora a resultarem numa satisfação e preenchimento da alma humana. Lovejoydivision.
Excelente registo*****
Perfeito Foto/Texto 5 *
Resumo e trabalho belisimo abraço***********
Como eu gosto desta imagem........5 estrelas mas devia de poder dar muitas mais estrelas..
ahaha!! sao como as galinhas lol ! boa foto!*****
ehehehe suas doidas! :D
grande trabalho, não podemos viver sem elas, pois não??
Excelente imagem!
!*****!
grande apanhado :)
Um registo excelente com um RESUMO fantástico!!!!
E q belas mulheres......excelente!
Muitas...só podia resultar numa fotografia lindissima:)Luz muito boa
Belo trabalho...
Maravilha de foto... P&B mto bem feito!! 5*
Um grande retrato, e um lindo olhar, parabens
ena tantas :)
Excelente registo. Fantástico resumo! Magnífico momento.
Excelente!!!!
Simplesmente excelente...!
Bom trabalho 5**********
Adoro este registo! Muito bom mesmo! Parabéns! 5*
Muito bem executado este trabalho!! Parabéns, linda foto.************
MARAVILHOSA! MARAVILHOSAS! *********
MAGNIFICA *********** Bom fim de semana Bjs
bem expressiva! e que beleza de resumo, só brasileiro para escrever assim, adorei:)
Um verdadeiro tributo à mulher. Um olhar fantástico!
Excelente!
Olá Rodrigo excelente trabalho!!! OBG :-):-) ***** abçs amigo
Excelente trabalho !!! *****
essência e glamour. excelente sentido de oportunidade. muito boa. um abraço.
...cheguei (o Rodrigo) e elas extravazaram de alegria. Excelente foto. Abraço
Excelente e belo registo!!
mas que grande registo, nao tenho palavras para descrever o que sinto,muitos parabens!!!
..lindas..
Mais um trabalho de grande qualidade! Parabéns!
Está fabulosa. Um belo momento.
maravihoso resumo e belíssima imagem. abraços, meira
bom registo, composição, luz
Grande Click
Um coração de emoções com uma verdade verdadeira, só gosto de você, porque só você me entende! Grande e bem elaborado, gostei pra valer, valeu cara.
Abraço de Portugal e um meu
Simplesmente excelente 5*****
fantastica luz excelente muito bom v abraço
Obrigada :) bela imagem e o conjunto... foto, título, resumo estão excelentes!!! 5*
Mas tem muita gente que não gosta,rsrsrsr, valeu---5*
Belo olhar sobre a noite carioca e sobre as mulheres, gostei. E o seu time, heim? Agora leva!!! rss Meu Cruzeiro talvez entre para o G4, ainda tenho esperanças...
Que belo momento
Excelente olhar
Que maravilha, gosto de momentos assim!!!
cool
LINDO TRABALHO RODRIGO ********
são sempre lindas........... (ehehe)
Já dizia o "Pensador"... He, he,he ... elas existem... Você me entende... Parabéns pelo excelente registo . Abraço.
Um foto captada de uma forma extraordinaria! 5* Parabéns Rodrigo! Abraço
GRANDE REGISTÃO
Adorei a foto que cresceu imenso com texto tão bonito....
BELA RODRIGO....A NIGHT CARIOCA
Momento muito bem captado.
Xiça..!
Isto é que foi um texto e vontade de escrever. O que certamente irei fazer, mas antes quero dizer que tenho a certeza que o conjunto todo, imagem e texto são de qualidade personalizada.
Forte Abraço Rodrigo e bom fim_de_semana.
Gostei do resumo. A foto está fantástica. Parabéns. Boa semana.
|*****| - e TeM aLGo MeLhor? rs
:) Belo resumo e excelente fotografia. Gosto desses momentos: registrados e vivê-los. Muito bom, amigo, muito bom!!!
lindo P&B !!!! mujeres todas juntas!!!! divirtièndose!!! linda foto amigo!! 5*
Excelente execução
Party ;) , grande foto |*****|GP
Espectaculo de trabalho Molina. 5*
Que bela fotografia!!!
BELAS
excelente momento
captada no momento certo
A nossa essencia. bom click